sexta-feira, 5 de maio de 2006

OPRESSÃO DO TRABALHO

Ontem foi dia de folga. Foi um dia muito intenso, com muita discussão pública e privada sobre os tais 85%. Os fóruns deixam entrever porque é que o país é assim.

Hoje trago até aqui um trecho de um pequeno livro, editado pela Centelha, em Coimbra e em 1974. Tenho notícias de que há por lá um bar onde passam imagens de tempos antigos de Coimbra, onde se podem ver caras contestatárias do antigamente que entretanto mudaram muito. Engordaram.

Mas o que hoje li foi isto, de alguém que eu nem admiro nem aprecio:

A «liberdade e igualdade» no sistema burguês (i.é, enquanto se mantiverem a propriedade privada das terras e dos meios de produção) e na democracia burguesa, serão meramente formais, o que significa, na realidade, escravatura salarial para os trabalhadores (que são, formalmente, livres, gozando, formalmente, de direitos iguais), todo o poder para o capital, e opressão do trabalho pelo capital. Este é o ABC do Socialismo, «eruditos» cavalheiros – e vocês esqueceram este ABC.”

V. I. Lenine, in “Como Iludir o Povo”.

Pois este trecho fez-me lembrar aqueles senhores que queriam a abolição da propriedade privada (o que é estúpido), mas que depois desataram a constituir uma grande quantidade de propriedade privada, sem percebermos como, e a escravizarem o trabalho daqueles em nome de quem falaram e falam. Isto terá algo a ver com valores e princípios?

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