sábado, 17 de junho de 2006

A ILUSÃO CONTINUA

«Um homem, um primeiro-ministro, depois de uma derrota eleitoral, declara o país num "pântano" e foge. Não se demite: foge da situação que ele próprio criou, enfiando no Estado milhares de funcionários (a maioria do seu próprio partido), encorajando o consumo e o endividamento privado, deixando um défice pasmoso e quase incorrigível e uma economia arruinada. Parece que este homem, numa sociedade normal, não tornaria a mostrar a cara, excepto talvez daqui a 20 anos para pedir desculpa. Engano. A nossa pieguice adora gente assim

Vasco Pulido Valente, no Público de hoje.

«Dois anos depois, com todas as dificuldades que eram previsíveis, acrescidas de uma profunda crise institucional desencadeada pela rejeição da Constituição nos referendos em França e na Holanda, a União Europeia é hoje a imagem perfeita da desorientação.
(…)
O que está em questão é que Durão Barroso pode ficar associado, e com ele o nome de Portugal, a um dos períodos mais cinzentos da história da construção europeia, tornando assim duplamente dolorosos os problemas nacionais gerados pelo seu abandono prematuro da chefia do governo


Luísa Bessa, no Jornal de Negócios de ontem.

«Com alegre irresponsabilidade, o português tem deixado que negoceiem com as suas emoções e manipulem os seus sentimentos. Há qualquer coisa de imoral nesta Imprensa acrítica que, aos poucos, está a excluir-se da sua missão, depois de se ter anulado a si mesma.
Inculca a ideia de que se joga a grandeza da pátria nos rectângulos verdes do Mundial de Futebol, e, sem pejo nem lucidez, trata de "heróis" os futebolistas. Poucas vezes o jornalismo português desceu tão baixo. Poucas vezes se aplicou a política da honra para salvar a honra da política. E uma e outra provam que a probidade é um princípio abandonado dos comportamentos
Baptista Bastos, no Jornal de Negócios de ontem.

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