domingo, 11 de junho de 2006

A ILUSÃO DO FUTEBOL

Se Portugal, a selecção, ganhar alguma coisa julgo que a ilusão continuará e a crise profunda que vive Portugal não será perceptível para a maioria dos cidadãos. O que é pena. Mas é a vida.
«O país parece caminhar às cegas para uma destas aventuras em que os instintos e as paixões podem mais do que a razão.» Foi o que disse há mais de um século Antero de Quental.

Mas porque é que os portugueses não atentam na crise? Vasco Pulido Valente, hoje, no Público, com algum sarcasmo, é muito pertinente no porquê, de que destaco:


« "Deprimidos"? Nós? Porquê? Inconscientes, maluquinhos, mentecaptos, talvez. "Deprimidos", nunca. Ainda por cima, há os feriados de Junho. Apesar de este ano o dia 10 cair num sábado, já sopra por aí uma onda de alívio: com jeitinho, até Outubro o trabalho acabou. Toda a gente está fora, ou está quase a chegar, ou acabou de sair, mas ninguém, Deus seja louvado, ficou no sítio em que devia ou em que se esperava que ficasse.Com Junho e o campeonato, os portugueses correm o risco de morrer de alegria. Este, de resto, enquanto a coisa não começa, é o melhor tempo. (...) Os portugueses, principalmente, podem assistir à função descansadíssimos. Se for um triunfo, esquecem o défice e o IVA e o governo. Se não for, matam o brasileiro e voltam às férias como de costume. "Deprimidos"? Qual "deprimidos"! »

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