terça-feira, 18 de julho de 2006

O QUE FAZER É UMA CONSTANTE AO LONGO DE DÉCADAS E DÉCADAS

O que fazer contra o destino, já manifesto, que amea­çava o país? Uma política de «convicção e tolerância», de «moralidade e justiça», uma política de «realizações», em que a «massa popular» acreditasse e activamente defendes­se. Infelizmente, não se via em parte alguma essa meia dúzia de justos necessária para combater «as Resistências» (com maiúscula), «interessadas na conservação dos abusos». Pelo contrário, por toda a parte se viam «pusilanimidades, dissol­vências, apagamentos». Pior, na própria sociedade, ou «cá pelo exterior», para usar as reveladoras palavras de Coucei­ro, as coisas não iam melhor. Não havia «nem crenças, nem fé>. Andava «tudo fora dos eixos»: «frivolidades correndo ao gozo, plutocracias tratando da vida» e uma «indolência cívica» quase universal. Nomeio desta «farândola de incons­cientes» e do «desvairamento geral», profetizava Couceiro, e não foi preciso esperar muito para verificar que não se enganara, «abria-se a estrada da escravidão».
In "Um Herói Português - Henrique Paiva Couceiro" de Vasco Pulido Valente

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