domingo, 9 de julho de 2006

PORTUGAL, PORTUGAL

PORTUGAL, PORTUGAL - de JORGE PALMA


Tiveste gente de muita coragem,
E acreditaste na tua mensagem
Foste ganhando terreno
E foste perdendo a memória


Já tinhas meio mundo na mão
Quiseste impôr a tua religião
E acabaste por perder a liberdade
A caminho da glória


Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar


Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar


Tiveste muita carta para bater
Quem joga deve aprender a perder
Que a sorte nunca vem só
Quando bate à nossa porta

Esbanjaste muita vida nas apostas
E agora trazes o desgosto às costas
Não se pode estar direito
Quando se tem a espinha torta


Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar


Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar


Fizeste cegos de quem olhos tinha
Quiseste pôr toda a gente na linha
Trocaste a alma e o coração
Pela ponta das tuas lanças


Difamaste quem verdades dizia
Confundiste amor com pornografia
E depois perdeste o gosto
De brincar com as tuas crianças


Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar


Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar


Ai, Portugal, Portugal
De que é que tu estás à espera?
Tens um pé numa galera
E outro no fundo do mar


Ai, Portugal, Portugal
Enquanto ficares à espera
Ninguém te pode ajudar.


Jorge Palma

1 comentário:

Anónimo disse...

Grande poema, muitoooo actual, do grande mestre Jorge Palma.
Toda a sua agenda artística actualizada em www.jorgepalma.pt.vu
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