terça-feira, 8 de agosto de 2006

POIS, A REPUGNÂNCIA


Na sequência do que aqui, neste blog, foi posto sobre geoestratégia, não posso deixar de referir de uma frase dum artigo do Público de hoje: A repugnância europeia pelo uso da força, a convicção de que ela deve ser regulada e de que os que a usam em desrespeito dos valores e direitos fundamentais devem ser condenados tem de ser a característica fundamental da política externa da União. Isto classifico eu de lirismo. O conjunto dos valores e dos direitos fundamentais é um conceito só compreendido pela Europa e na Europa. A perigosa mistura de ingenuidade e de ignorância é que pode julgar que tal conceito é exportável. Não é. E não o entender é que tem levado a Europa para uma situação de falência a várias perspectivas, sobretudo da credibilidade e da convicção.
O espaço não europeu não joga, nem o quer fazer, com as regras europeias. A Europa, por razões que são demasiado extensas para expô-las aqui, teima em não querer perceber que já não é protagonista, mas sim vítima. E se não toma cuidado com a demografia e com a emigração, vai soçobrar. Porque os emigrantes não se querem transformar em europeus, e exigem, explorando as falhas e as ternuras europeias, que a Europa se transforme à sua medida. Os líricos não o querem entender. O tempo se encarregará de lhes demonstrar a realidade. Então já irreversível.

1 comentário:

Anónimo disse...
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