quinta-feira, 29 de novembro de 2007

DESDE QUE OS NEGÓCIOS O JUSTIFIQUEM

Sou um leitor atento da Inês Pedrosa, dos seus artigos na Única do Expresso. Gosto dos seus artigos. Não a endeuso. Discordo de muito dos seus artigos. Mas a sua escrita merece-me respeito. Mas o seu artigo do passado Sábado «Duzentas Chicotadas» é tão relevante que não resisto a citar aqui o trecho final:

Reformem-se todos os políticos - sempre se poupam uns largos biliões em salários. Para meros moços de recados dos interesses económicos, os políticos são demasiado caros. Entregue-se directamente a chave do mundo ao poder económico, e eles que contratem os estafetas dos negócios. Os preços serão certamente mais competitivos e realistas. Acabem-se com as Cimeiras de Nada (o que aconteceu de facto na badalada Cimeira Ibero-Americana, para além da patética rábula do revisteiro Chàvez?) e os Encontros de Coisa Nenhuma. O Mundo não ficará mais simples, mas ficará mais transparente. E poupado. A arraia-miúda não pode nada contra a iniquidade global. Mas pode lutar, caso a caso, contra as violências que conhece. Não é só na Arábia Saudita. Hirsi Ali tornou-se "persona non grata" na mansa Holanda porque levantou o manto dos "crimes de honra" ali mesmo cometidos à sombra da "sharia". Neste momento, os líderes da comunidade islâmica do Canadá preparam a criação de um tribunal (Instituto Islâmico de Justiça Civil) que aplicará a "sharia" naquele território. Numa conferência recente, o embaixador Francisco Seixas da Costa lembrava que "a Europa só pode prestigiar-se perante terceiros quando se revelar, aberta e radicalmente, intolerante contra a intolerância". Mas a Europa abraça qualquer ditador ou torcionário, desde que os negócios o justifiquem. Abraça-os sabendo que, enquanto dura esse abraço, um qualquer criado desse torcionário está a torturar alguém, lá longe, ou mesmo aqui ao lado.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

TANTO CUSTA ENSINAR BEM COMO ENSINAR MAL. SÓ QUE ENSINAR MAL SAI MAIS CARO.


Estou farto de citar o título deste post, que ouvi do Prof. Hermano José Saraiva. Mas entendo que é tanto mais, mas tanto mais caro que irá atingir um preço que não terá solvência. ADEUS PORTUGAL.

P.S. Nos semanários já aparecem ofertas de emprego para indivíduos licenciados por universidades credíveis.

sábado, 24 de novembro de 2007

PARA VIVER UM GRANDE AMOR

Para viver um grande amor de Vinicius de Moraes, um eterno optimista. Brindo a ele por tudo o que nos legou.

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso - para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... - não tem nenhum valor.
Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro- seja lá como for. Há que fazer de corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado para chatear o grande amor.
Para viver um grande amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade - para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.
Para viver um grande amor, il faut, além de ser fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô - para viver um grande amor.
Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito - peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.
É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista - muito mais, muito mais que na modista! - para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...
Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões , sopinhas, molhos, estrogonofes - comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?
Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto - para não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente - e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia - para viver um grande amor.
É preciso saber tomar uísque ( com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que - que não quer nada com o amor.
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva obscura e desvairada não se souber achar a bem-amada - para viver um grande amor.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

JÁ NÃO TENHO PACIÊNCIA PARA OS PASSEIOS DOS MILITARES E RESPECTIVAS REIVINDICAÇÕES


E continuo a entender que os cidadãos não deviam ser espoliados por impostos que se destinam a sustentá-los. Porque, hoje em dia, estas forças armadas não fazem sentido para o país.
E porque se esqueceram dos direitos dos ex-combatentes, não nutro consideração por eles. E porque nenhum general se fez ouvir, alto e bom som, sobre a temática dos ex-combatentes. Ao contrário de todos os outros países, como a Espanha, França e Reino Unido, por exemplo, que consideram, e muito, os ex-combatentes, porque percebem que o país é um todo, e que eles contribuíram para esse todo. E que há sempre uma dívida do país para com os que combateram pelo país, quer fosse ou não errada a política do país. Mas cumpriram. Eles cumpriram. E quem hoje cumpre?

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

SIM, OUÇO MÚSICA BRASILEIRA

Em português já só quase ouço música brasileira. De Portugal ouço fado, que, graças a Deus, continua bom, com bons poemas e boas vozes. O resto é oco de poesia, de uma maneira geral, e musicalmente é muito pobre. A música portuguesa continua hoje a ser chata, tal qual o cinema português. E ainda não perguntaram, os intelectuais do cinema, porque é que ainda hoje se adora aqueles filmes do tempo do Vasco Santana e do António Silva. Valha-me o Rui Veloso e o Fernando Tordo que ainda vão cantando e compondo. De resto, tirando mais alguma honrosa excepção que eu não valorize por condicionantes várias, é um deserto cheio de muito ruído.
E é a minha opinião.

domingo, 18 de novembro de 2007

ESTA MISTURA DE IGNORÂNCIA E PODER É A NOSSA DESGRAÇA

Desde o inicio que o mote deste blog é a frase do Sagan . Cada vez mais faz sentido em Portugal. Os medíocres pululam por todo o lado. Dominam todos os sectores. Atropelam tudo e todos. É evidente que só podem produzir mediocridades. Nos últimos tempos, a todos níveis, tem-se incrementado os dislate, bem como a proliferação dos medíocres por várias áreas. É extraordinário como o país resiste e não se revolta. É extraordinário como não fazem a comparação com a boa conduta em Espanha e não se revoltam. A resposta só pode estar na ignorância geral, sobretudo nas licenciaturas tiradas em promoções, ou em saldos, que agora as universidades usam fazer em Portugal.
Mais cedo ou mais tarde, esta mistura explosiva de ignorância e de poder vai rebentar-nos na cara. (SAGAN)
Parece que mais cedo do que tarde. Entretanto o país é desses medíocrezinhos que mais parecem uns ratitos escanzelados tentando rapar, do já muito rapado, algo que lhes dê uns trocos imorais e uma ilusão de serem gente. Triste é os processos que usam, gerando injustiças e atingindo pessoas de bem para atingirem as suas torpes aspirações. E sobretudo nos escalões rasteiros é onde mais se vê actuações destas em larga escala. Gente de dimensão humana muito pequena e medíocre. Mas são os portugueses oportunistas que o 25 de Abril moldou, escroques, pulhas e toda a espécie de desqualificados. Podem-se encontrar em qualquer lugar, e em qualquer esquina, mas sempre traiçoeiros e torpes.

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

O PROBLEMA NÃO ESTÁ NAQUILO QUE DIZEM OS POLÍTICOS. O PROBLEMA ESTÁ NA GENTE COM FALTA DE FILTROS E QUE ACREDITA EM TUDO O QUE OUVE.

Do excelente post " E se a gente acredita?" que o Nuno Barata colocou lá no seu blog Fôguetabraze. E, com a devida vénia, não resisto a transcrevê-lo.

Mentiria se dissesse que não fico contente com noticias como a da passada semana sobre a classificação que a National Geographic Traveler fez das nossas Ilhas. Dizem-me que está tudo comprado. Eu não sei se foi ou se não foi tudo comprado. Contudo, se foi um artigo comprado pelo Governo Regional, então foi muito bem comprado e dinheiro muito bem empregue. Se foi a própria agência que se auto regulou para ver se consegue vender um novo destino. Então também fico contente na mesma.Acontece porém que estamos perante clara e inequívoca publicidade enganosa. Todos sabemos dos resultados catastróficos que podem ter campanhas publicitárias que assentem num produto que não corresponde minimamente.Mas, mais grave ainda, é a propaganda que o Governo Regional e os seus mais diversos apoiantes e assalariados andaram a fazer sobre o tal artigo numa tentativa de capitalizar votos e simpatias. Essa embalagem levou mesmo a Secretária Regional do Ambiente à Lua e a afirmar ir fazer dos Açores o melhor destino de turismo ambiental do Mundo. Imagine-se.Nunca é demais repetir, porque nunca é demais insistir na verdade. Os Açores não são um paraíso ambiental e estão longe de o ser.Atente-se ao perigo destes discursos. Imaginemos que o nosso Povo que até acha que faz tudo bem feito, acredita no que dizem os políticos e as revistas. Vão ficar convencidos que têm andado a fazer tudo bem feito nos últimos anos, quando, na verdade, têm andado a fazer tudo mal feito.O problema não está naquilo que dizem os políticos. O problema está na gente com falta de filtros e que acredita em tudo o que ouve.
Um post escrito a voo para a Horta em busca de um Povo sofisticado e de um paraiso ambiental. Mas, já sem esperança de os encontrar.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

A IGUALDADE PERANTE A LEI EXISTE NA BEIRA ALTA?

Ou em qualquer outra parte deste país.
Fernando Ruas foi apanhado numa operação stop da PSP por conduzir em excesso de velocidade. Mas, ao contrário do que aconteceu a outros prevaricadores, Ruas conversou no local com o governador civil e seguiu viagem. Ruas diz que não sabe de infracção nenhuma; o governador nega tratamento de favor. A igualdade perante a lei existe na Beira Alta? (Pág. 12).
Hoje no Público, última página.

HÁ QUEM VÁ DIZENDO, AQUI E ALI.

A riqueza produzida em Portugal é , na quase totalidade, canalizada para Espanha.
Lucros dos bancos, do turismo , da Galp, dos cimentos, da electicidade.
E os subsídios vindos da União Europeia.

José Maria Martins, no seu blog.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

POR MAIS FORTE QUE SEJA O CULTO E A IDOLATRIA DO CORPO, A VELHICE CHEGA.

Não resisto a colocar aqui o último trecho do artigo de Vasco Pulido Valente, publicado no Público de 9.11.2007, já que vem na senda do meu post dos FUNDAMENTALISMOS.
A metamorfose das democracias do Ocidente em totalitarismos de uma nova espécie não incomoda ninguém. Não uso a palavra descuidadamente (não uso, de resto, nenhuma palavra descuidadamente): para Hitler (que não fumava, nem bebia), o alemão perfeito não andava muito longe do perfeito espécime do Ocidente contemporâneo.Imagino muitas vezes quem, de facto, quererá este mundo sufocante e asséptico, obcecado com a "saúde"? Gente, como é óbvio, com pouca imaginação. Por mais forte que seja o culto e a idolatria do corpo, a velhice chega. E, com ela, a irrelevância, a obsolescência, a solidão. Esta sociedade de velhos trata muito mal os velhos. A ideia (e a propaganda) de uma adaptação contínua é uma grande e cruel mentira. Os velhos são um embaraço. Um peso que se atura, que se arruma num canto, que se mete num "lar". Setenta anos de esforço para durar acabam num limbo à margem da verdadeira vida, quando não acabam no sofrimento e na miséria. O Ocidente está a criar um inferno. Por bondade, claro.

PORTUGAL JÁ NÃO TEM POVO.

Portugal já nem tem Povo .Tem escravos dos políticos incompetentes, tem pessoas a lutar por sobreviver, por conseguirem uma côdea para matar a fome!

Foi o que disse aqui, no seu blog, o advogado José Maria Martins.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

OS FUNDAMENTALISMOS NUTREM-SE DE IGNORÂNCIA

Isto digo eu. É uma evidência. Alguns governos que se nutrem da ignorância dos cidadãos, ignorância essa que acariciam e encorajam, tendem a ser fundamentalistas.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

UMA BOA OCASIÃO PARA O REFERENDO?


Mas o que é que isto significa? Que os referendos se fazem após as sondagens indicarem resultados favoráveis aos promotores da iniciativa? Que no momento os eleitores estão adormecidos ou anestesiados? Que não representa um obstáculo aos interesses que sobreviverão ao resultado do referendo?
Ninguém questionou isto. Na última semana dezenas de artigos de opinião sobre o estado caótico e medíocre da instrução pública em Portugal foram escritos na imprensa. Não vi nada de especial sobre o "boa ocasião". Eu compreendo que a mediocridade da instrução pública é mais importante que as chicanas políticas, e seu rol de mentiras, sobre o referendo, para além de que essa mediocridade é a responsável pela mediocridade das chicanas. Enfim, é Portugal. Sem Solução.
Ontem pareceu-me que O Marcelo Rebelo de Sousa se referiu ao facto de espanhóis andarem a comprar herdades, terrenos, etc, no Alentejo com financiamentos institucionais, em que a taxa é 1% abaixo da Euribor. Vou confirmar melhor. Agora revejam tudo o que já escrevi aqui sobre o cotejo entre Portugal e Espanha. E leiam o «Juízo Final» do Franco Nogueira. E leiam também o Comandante Virgílio Carvalho e o Prof. Adriano Moreira. Porque depois é fácil perceber. Só estou curioso para saber quem é que vai ao arriar da bandeira.