sexta-feira, 2 de maio de 2008

ESPAÇO VITAL

É um conceito muito caro a quem se interessa por geoestratégia. Hoje, no Público, vem esta notícia sobre uma comunicação feita pelo director da CIA numa universidade, sobre a qual não se pode deixar de reflectir:
O crescimento populacional e a maré cheia da imigração são os novos desafios que os Estados Unidos terão de enfrentar no próximo meio século, considerou o director da CIA, Michael Hayden, num discurso na Universidade do Kansas. Em 2050, o número de seres humanos na Terra deve subir dos actuais 6700 milhões para 9000 milhões. Nos próximos 40 anos, disse Hayden, citado pelo jornal The Washington Post, o crescimento projectado de 33 por cento da população será um dos factores mais significativos para a segurança no século XXI. A pressão populacional reduzirá os recursos e alimentará movimentos extremistas e de insurreição civil em vários pontos do globo, disse Hayden. "A maior parte do crescimento populacional será nos países com menos condições para o suportar." Espera-se que a população do Níger e da Libéria triplique nos próximos 40 anos. A pressão para garantir alimentos, abrigo e emprego para tantos milhões de pessoas "pode fazer com que muitos se sintam atraídos pela violência ou pelo extremismo", considera o director da agência de espionagem norte-americana. Nesta visão da CIA, os países mais ricos, as divisões étnicas e raciais, sublinhadas pela imigração, podem criar problemas de segurança, em especial nos países europeus com muitos imigrantes muçulmanos. Por outro lado, Hayden considera que a Europa e os EUA vão continuar a divergir na forma como lidam com o terrorismo. "Eles [os europeus] tendem a não vê-lo como nós, como um grande desafio internacional. Encaram o terrorismo mais como um problema de vigilância policial." A terceira tendência para os próximos 50 anos identificada por Hayden é a da emergência da China como uma potência económica e militar. Mas isso não tem de ser uma ameaça: "Se Pequim começar a aceitar mais responsabilidades no sistema internacional, manter-nos-emos num caminho competitivo mas construtivo."

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