domingo, 31 de agosto de 2008

O EVIDENTE

Mas porque será que os actuais dirigentes dos países não conseguem ver, e já não falo em antever, o óbvio, o que está à frente dos olhos? Desde logo por que são medíocres. E depois porque não entendem nada de história. Podem saber, mas, porque são medíocres, não a entendem.

Hoje destaco um trecho do artigo de VPV, ontem, aqui, no Público.

A Rússia nunca teve fronteiras "naturais". Por isso, foi desde o princípio expansionista e criou um império (hoje uma "federação") do Báltico ao mar Negro e da Ucrânia ao Pacífico. Mesmo assim ambicionou sempre chegar aos Dardanelos, para garantir o acesso ao Mediterrâneo. Com o colapso da URSS, a Rússia, pelo menos por um critério "histórico", ficou cercada. Basta notar - coisa que raramente se nota e não se diz - que, na II Guerra, Hitler só, de facto, invadiu 10 por cento do território russo. Tirando por muito pouco tempo na campanha de 1941 e, em 42, na campanha do Cáucaso e do Volga, o exército nazi quase não passou da Ucrânia, da Bielorrússia, da Crimeia e, como é óbvio, da Polónia. Não admira que a Rússia considere ainda a sua antiga "zona de segurança", seja ela independente ou não, interdita a qualquer influência estranha.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O FIM PROGRAMADO DA DEMOCRACIA

Um site para visitar e ler com muita atenção, aqui. É francês. Para quem não souber francês, vale bem a pena fazer um esforço para traduzir. E ao que parece até é fácil na net.
Um trecho para aperitivo:


La mondialisation (ou "globalisation") n'est pas négative en elle-même. Potentiellement, elle peut permettre l'établissement d'une paix mondiale durable et une meilleure gestion des ressources. Mais si elle continue d'être organisée au bénéfice d'une élite et si elle conserve son orientation néo-libérale actuelle, elle ne tardera pas à engendrer un nouveau type de totalitarisme, la marchandisation intégrale des êtres vivants, la destruction totale de la nature, et des formes inédites d'esclavage.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

AS INTERVENÇÕES

Um artigo interessante, aqui, de Raymond Plant, Professor no King’s College, Universidade de Londres e par da Câmara dos Lordes, intitulado «Soberania e intervenção» e publicado no Diário Económico.

sábado, 23 de agosto de 2008

LUCIDEZ DE ANÁLISE

É algo que os agentes políticos da actualidade não têm. Infelizmente. E, com isso, todos perdemos. Aqui deixo um trecho de "Juízo Final", livro sempre a revisitar, de Franco Nogueira, que ilustra a diferença entre agilidade mental e a mediocridade que constitui o horizonte que nos limita.

Ao arrepio das aparências, são mais do que incertos os tempos neste final de século e de milénio. Proliferação possível da capacidade de produzir armas nucleares, surto de novos centros de poder económico, crescimento financeiro e industrial de vários países, crises de energia e ameaças aos pontos de abastecimento – são factores cujas consequências estão longe de esgo­tadas. Não convém que nos façamos ilusões. Em qualquer momento podem surgir novos centros de decisão nuclear. Um Japão, uma Alemanha reuni­ficada, podem converter em potencial militar o seu imenso potencial econó­mico e industrial. Estaria então profundamente alterado o equilíbrio bipolar que, mediante a dissuasão recíproca pelo terror, administrou a paz pre­cária até esta última década do século e até ao colapso da União Soviética. Haverão de multiplicar-se, agora que se diluiu a bipolaridade, os desafios tanto ao poder dos Estados Unidos como ao que restar da União Soviética. Não cabe fazer futurologia, decerto, mas parece útil para todos que os homens de Estado não percam de vista que nada há de mais frágil, nada há de mais fluido, nada há de mais misterioso do que a fronteira entre a paz e a guerra. Esta última é, como disse alguém, a política conduzida por outros meios; e também se dirá que a paz pode ser – e quase sempre é – a guerra conduzida por outros meios que não os militares. Pode surgir a ruptura da paz em qualquer instante; e podem desencadear-se acontecimentos que arrastam a outros e escapam à vontade e controle dos homens. A desin­tegração da União Soviética, o drama dos Balcãs, o enredo do Médio Oriente, legitimam todos os temores. Não pensemos que a afirmação de que a guerra nuclear significa uma catástrofe sem limites garante por si a paz. E ninguém pode prevenir uma súbita descoberta tecnológica que altere a situação existente. Nenhum de nós, ninguém em seu juízo deseja a guerra, e todos devemos acalentar e exprimir a esperança na paz. Mas para colabo­ração na paz ou sustentáculo na guerra, todos os portugueses estarão de acordo em que Portugal deve alinhar as suas pedras, todas as suas pedras, bem colocadas e bem afeiçoadas.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

QUEM OUVIU A REACÇÃO DO GUSTAVO LIMA ENTENDE A INJUSTIÇA QUE A COMUNICAÇÃO SOCIAL FAZ COM AS REFERÊNCIAS AOS ATLETAS.

Os ignorados atletas são agora crucificados por palavrosos que nunca praticaram nenhum desporto, a não ser a de dar uso à má língua, destilando o fel do mau carácter de que são compostos.
Os meus parabéns a todos os atletas olímpicos. Todos os resultados foram bons. Eles conquistaram o passaporte para irem a Pequim. Foram por mérito próprio. Enquanto os jornalistas que lá foram, talvez mais do dobro que o número dos atletas, não foram lá por mérito pessoal de resultados esforçados a correr ou a lutar em estádios desportivos.
E isto já farta. Sempre a denegrirem os atletas, quando o máximo que os portugueses conseguem é estar no sofá a beber minis com tremoços e a deseducar os filhos.

O TRIUNFO DA MEDIOCRIDADE É A CONSTANTE DOS TEMPOS ACTUAIS

Such lamentations can be heard on both poles of the po­litical spectrum. One reason so many Western intellectuals supported Stalin and Mao, or indeed, to a somewhat lesser degree, Hitler and Mussolini, was their disgust with demo­cratic mediocrity.
Ian Buruma & Avishai Margalit, in " OCCIDENTALISM, The West In Eyes Of Its Enemies"
Nada que eu não ande por aqui a expor há muito tempo. O mérito aos medíocres tem sido o grande problema de Portugal e a causa/consequência dos seus males nos últimos 30 anos. Embora seja um problema que afecta quase todos os países ocidentais.

AINDA A PROPÓSITO DO POST ANTERIOR

Do que eu disse no post anterior, queria aqui realçar com o que disse Luís Nunes, treinador de trampolins, e que li no Público, aqui, e que destaco:

A falta de condições dos atletas em Portugal é, segundo o chefe da equipa olímpica portuguesa de trampolins, reflectido nos resultados dos Jogos Olímpicos. Para Luís Nunes este desnível torna irrealista esperar grandes resultados da equipa portuguesa.
"Em Portugal continuamos a brincar um bocadinho ao desporto. Continuamos a ter a sorte de ter uns cogumelos, como alguém disse, atletas que aparecem de vez em quando e que fazem resultados óptimos em alguns desportos", considerou Luís Nunes em conferência de imprensa na Aldeia Olímpica de Pequim.Por isso, conclui o técnico, é irresponsável pôr tantas expectativas em cima da equipa olímpica quando falta seriedade ao desporto nacional. Um exemplo simples é a inexistência da carreira nacional de treinador. “Seria impensável deixarmos de ser professores e deixar os nossos lugares nas escolas para nos dedicarmos exclusivamente aos trampolins. Só se fosse para rir", explicou.O treinador queixou-se dos media, por aumentarem as expectativas das pessoas e pôr os portugueses à espera de medalhas. "Foi escrito, foi dito pelos media que os trampolins são uma das modalidades que não se deve descartar em termos de atingir resultados de excelência. Quem escreveu, quem disse, quem inventou isso deveria ser responsabilizado", afirmou Luís Nunes que treina Ana Rente, Diogo Ganchinho, ambos a representarem Portugal em Pequim. Na quarta-feira, em declarações ao jornal PÚBLICO, o chefe da missão olímpica portuguesa, Manuel Boa de Jesus afirmou que "temos portugueses entre os 16 melhores do mundo, em masculinos e femininos. Qualquer um deles pode ir a uma final".Luís Nunes pediu hoje calma e afirmou que o objectivo da participação portuguesa deve ser "exequível", realçando que com as condições de treino existentes, Portugal não é favorito em trampolins e que se os principais adversários "fizerem o seu melhor e nós fizermos o nosso melhor, eles ganham" "É verdade que estamos entre os melhores do mundo, mas dentro do sistema que está implementado em Portugal estamos longe de ter as mesmas condições que os outros ginastas têm nos outros países", disse. "Quando colocamos as fasquia lá em cima, a falar em números de medalhas a conquistar -- tudo bem, é um discurso ambicioso que fica bem - mas pode depois dar nisto", alertou ainda o chefe da equipa de trampolins.

domingo, 17 de agosto de 2008

PORQUE É QUE SENDO O FUTEBOL O ÚNICO DESPORTO APOIADO, NÃO CONSEGUIU IR ÀS OLIMPÍADAS?

Os atletas portugueses não me desiludiram nas suas prestações nas olimpíadas em Pequim. Muito pelo contrário. E sempre em modalidades que o Estado não apoia. Porque só o futebol e a choldra que se movimenta à sombra do futebol é que é merecedora de apoios milionários. Como a dos tais estádios que iremos pagar com os nossos impostos por mais 20 anos, senão for mais. E o futebol são só escândalos atrás de escândalos, sempre sem consequências. Mas a selecção portuguesa de futebol nunca faz nada. Nem sequer se qualifica para as olimpíadas.
Só que depois temos os jornalistas a falarem em desilusão e decepção quando escrevem ou falam sobre os nossos atletas nas olimpíadas. Mas de quê? Eles fizeram o suficiente para serem qualificados, e o futebol não. Desilusão são os jornalistas que passam anos sem nunca se referirem a essas modalidades, das quais só se lembram aquando das olimpíadas. E depois forçam uma pressão psicológica sobre os atletas, que é indecente.
E Francis Obikwelu pediu desculpa aos portugueses. De quê? Ele está entre os 20 melhores do mundo. Já os jornalistas portugueses que escrevem as barbaridades sobre eles, e durante anos ignoram os atletas portugueses, nunca estão entre os melhores 100 mil do mundo. Nem nunca estarão. Mas enfim, estamos em Portugal e não se pode esperar nada melhor. É a vida.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

MANIFESTO SOBRE A PÁTRIA

Foi publicado no nº2, de Agosto de 1957, da revista «57», de que era Director António Quadros. Que tem um blog que lhe é dedicado, sempre com o link aqui ao lado. António Quadros é a pessoa, talvez única, que tenho pena de não ter conhecido pessoalmente e com ele privado. Do Manifesto escolhi e destaquei algumas passagens para aqui vos deixar à reflexão:

Aboliram a palavra do vocabulário e fecharam-na no recôndito mais profundo do subconsciente. Conhecem-na tanto como a receiam. Sabem que está lá, no seu lugar de exílio, sempre estranhamente viva, sempre estranhamente desperta. Dir-se-ia uma palavra mágica que eles têm medo de pronunciar, não vá ela pôr em movimento insuspeitadas forças. Se a encontram ao acaso de uma leitura, logo a repudiam com um frémito de ódio, de vergonha ou apenas de intranquilidade.
Disse-a Camões e eles deixaram-no morrer na miséria Disse-a António Vieira e eles condenaram-no. Disse-a Bruno e eles tentaram assassiná-lo. Disse-a Junqueiro e eles ridicularizaram-no. Disse-a Pascoais e eles sorriram de indulgência. Disse-a Leonardo e eles taparam os ouvidos. Disse-a Fernando Pessoa e eles não quiseram entender.
(…)
Porque a pátria não é intrusão do passado no presente, não é sentimentalismo atávico, não é resistência do hábito, não é cómoda posição de reacionários (sic) , não é «o conceito mais bestial e menos filosófico». A pátria é apenas a realidade e quem vira costas à realidade em nome de ideais abstractos, cai em utopias ingénuas , como a do «cidadão do mundo», como a dos estetas que explicam as suas frustrações por não viverem em Paris e não falarem francês, como a dos políticos que a todo o momento repetem a pergunta de um provinciano a Sócrates: é preferível ter nascido em Tebas ou em Atenas?
(…)
A pátria é a realidade. Todos têm uma pátria e é possível que um dia a pátria do homem seja o universo. Mas esse dia vem tão longe, é uma utopia tão distante que todo aquele que, nos nossos dias, pretenda desligar-se do condicionalismo do espaço e do tempo e agir e pensar como se não houvesse fronteiras, mais não consegue do que sair da sua pátria de origem e instalar-se numa pátria de adopção onde será sempre um intruso, onde será sempre um homem dividido e impedido de se realizar plenamente.
(…)
Porque esta é a ditosa pátria nossa amada e ao seu serviço aqui colocamos o nosso corpo, a nossa alma e o nosso espírito.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

SE OS COMBATENTES NÃO SÃO PRESTIGIADOS, ENTÃO DE CERTEZA QUE A PÁTRIA ESTÁ DOENTE.

Já me tenho por aqui repetido sobre a injustiça que é o tratamento e a consideração votada aos ex-combatentes. Ou seja, consideração nenhuma e tratamento insultuoso, porque me lembro sempre daquela importância ofensiva que é um tal de subsídio aos que estiveram no ultramar, como complemento às suas reformas. Degradante. Sobretudo se comparado com as reformas chorudas de politicas incompetentes e que nunca fizeram nada pela pátria.
Houve uma cerimónia, na Liga dos Antigos Combatentes, com os condecorados com A Torre e Espada, a propósito dos 200 anos desta condecoração. Sobre ela “passo a palavra” ao general Chitas Rodrigues. E o destaque azulado é da minha responsabilidade.


Este é o editorial de “O COMBATENTE” nº344, assinado pelo Tenente General Chitas Rodrigues

CRITÉRIOS CENSURÁVEIS OU CENSURA CRITICÁVEL?

Um batalhão de fotógrafos, imprensa e televisão compareceu na sede da Liga dos Combatentes no dia 13 de Maio. Visitava a Liga dos Combatentes, por ocasião do Bicentenário da Ordem da Torre e Espada Valor Lealdade e Mérito, Sua Excelência o Presidente da República.
A Liga iria homenagear os cidadãos portugueses condecorados com a Ordem da Torre e Espada e entregar-lhes o Diploma de Membros Honorários. Presentes, para além de alguns convidados, 15 portugueses, a quase totalidade dos cidadãos vivos agraciados e quinze instituições em cujo estandarte reluz a Ordem da Torre e Espada.
Entre os presentes, o General Ramalho Eanes e o Dr. Jorge Sampaio, Grandes Colares da Ordem.
Cerimónia única, de grande dignidade, evocativa de valores históricos e dos feitos dos nossos maiores.
Os órgãos de comunicação social (CS) trabalharam e tudo registaram. Qual foi o destino do produto final desses trabalhadores? Devem sentir-se frustrados! Nada verteu para o papel, o ouvido ou o olhar do cidadão!
Como compreender os critérios de uma CS que omite noticias (imprensa e rádio) ou fá-lo de maneira ofensiva da instituição que a recebe em sua casa (ver noticiários televisivos do dia!), referentes a uma cerimónia de comemoração dos 200 anos da Ordem da Torre e Espada, a que preside Sua Excelência o Presidente da República e onde estiveram presentes três dos quatro Presidentes da República pós 25 de Abril e a esposa do quarto, Jaime Neves, Marcelino da Mata, Lousada e tantos outros. Cerimónia rara onde se reuniu o conjunto de cidadãos que, ostentando a Ordem da Torre e Espada, a condecoração mais prestigiada do país, se perfilam entre os que mais influenciaram a História de Portugal nos últimos 50 anos e alguns deles influenciaram mesmo a História da Humanidade.
Quais os objectivos de certa CS que insiste em trazer aos portugueses os valores do medíocre e do acabrunhante e omite os feitos dos que da lei da morte se libertaram?
Como diz José António Saraiva, no Sol de 17/5/08, acerca da CS "um tema destes 'não' fazer manchete na imprensa dita 'séria' cobre-nos de ridículo e ilustra bem o estado do país".
Se o país vai mal como a dita CS revela sistematicamente aos portugueses, deve-se certamente a muitos de nós, mas em muito maior percentagem a uns do que a outros.
E aos critérios censuráveis ou à censura criticável de alguma CS, começa a dever-se bastante quanto ao actual estado anímico dos portugueses Honra ao Prof. Doutor João Carlos Espada que, na sua crónica do Expresso de 17/5/08, escolheu o tema para testemunhar a importância da Ordem e a dignidade e significado da cerimónia.
Honra à generalidade da imprensa regional do Portugal Profundo.
Estranho nos pareceu o silêncio ensurdecedor que caiu sobre a visita de Sua Excelência o Presidente da República à Liga dos Combatentes com a finalidade referida, sabido que, como diz o editorial do DN de 20 de Maio de 2008 "Cavaco decidiu mostrar o país que faz bem. Pôr os holofotes que ele sabe que o seguem, no que Portugal tem de melhor. Uma bela ideia."
Caros Combatentes e Membros da Liga dos Combatentes:

Só o fogo ardente
Abate o corpo
Que não a alma
Do Combatente!...

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

AUTONOMIA CRÍTICA

O mundo está a transformar-se, e para pior. E esse pior já é bem conhecido. Os filmes vão-se reexibir.
Prepara-se a negação do próprio conceito de fenómeno cultu­ral. Os seus constituintes: conceitos como autonomia, espontanei­dade, critica, sofrem cassação. Autonomia: porque o sujeito, em vez de tomar decisões conscientes, integra-se, por obrigação e gosto, no preexistente; porque o espírito, que segundo a ideia tradicional de cultura deve criar a sua própria lei, experimenta a todo o instante a sua impotência perante as exigências avassaladoras do mero Ser. A espontaneidade retrai-se: porque o planeamento da totalidade subordina a emoção individual, pré-determina-a, rebaixa-a ao esta­tuto de aparência e deixa de tolerar aquele jogo de forças do qual se espera uma nova e livre totalidade. A crítica acaba por extinguir-se, uma vez que no decurso dessa actuação, modelo crescentemente inspirador da esfera cultural, o espírito crítico causa entraves como areia na engrenagem. Ele sugere qualquer coisa de antiquado, arm­chair thinking, irresponsável e sem préstimo. A relação intergeracio­nal inverte-se de forma bizarra: a juventude apela ao princípio da realidade e os mais velhos afundam-se nas delícias dos mundos inte­ligíveis.
Theodor W. Adorno, in " Sobre a Indústria da Cultura"

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

FUNDAMENTALISMOS NÃO RELIGIOSOS, EMBALAGENS DE REFRIGERANTES E COISAS AFINS.

Confesso que os fundamentalismos que varrem este mundo me irritam, e solenemente. Comecemos pela ASAE e similares na Europa, e não só. Tão comichosas que são com a higiene de embalagens e formatações das mesmas, como é que permitem aquelas embalagens de refrigerantes que têm uma forma de abrir que a tampa de abertura é impulsionada para dentro da embalagem ficando em contacto com o líquido? Tampa essa que está em contacto com o exterior e que pode estar contaminada com milhentas hipóteses de contaminação. Sendo a leptospirose a mais comum das perigosas contaminações possíveis. Essas ASAE tão lestas a fechar qualquer estabelecimento por isto e por aquilo, rendem-se ao poder de grandes multinacionais e fecham os olhos? E os organismos de defesa do consumidor? Que silêncio.
E depois as embalagens obrigatórias, sem a consequente implementação de selecção de resíduos. Outro fundamentalismo. De uma maneira geral quase tudo é aproveitável, reciclável. E se se agisse em conformidade diminuiria muito o esforço sobre a extracção de matérias primas. Para onde caminhamos? Que mundo estamos a tentar construir? Ou a destruir. Que Cisne Negro desviará a rota? E quando? E se em vez de um for um bando deles?