terça-feira, 20 de janeiro de 2009

E NEM SEQUER TÍNHAMOS REPARADO.

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A crise económica de 2009 vai seguramente traduzir-se numa gravíssima crise alimentar. É absolutamente aberrante o que se está a passar. Temos gente que tem emprego, mas para quem é matematicamente impossível pagar as contas. Temos uma geração inteira, jovem, a ganhar 400 Euros mensais, por mais qualificações e competências que apresente.» O fosso entre ricos e pobres em Portugal é o maior da União Europeia. O rendimento dos dois milhões de portugueses mais ricos é sete vezes maior do que o dos dois milhões mais pobres. Um terço dos jovens entre os 16 e os 34 anos seriam pobres se dependessem apenas dos seus rendimentos. Não são sintomas da crise. São sinais de subdesenvolvimento.
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O tipo com quem jogávamos à bola em miúdos, um colega da escola, um vizinho do lado. Um ser familiar e mudo, que se tornou invisível, que chegou ao fim da linha. E esse é o momento da bofetada. Alguém que conhecemos passa fome. E nem sequer tínhamos reparado.
No DN de Domingo, 18 de Janeiro de 2009, do artigo «Pobres como nós» no Notícias Magazine

2 comentários:

Anónimo disse...

Este assunto,com maior ou menor ênfase,já mereceu comentários muito semelhantes.Que traduzem preocupações sérias...e bem reais!D.Sebastião,nunca mais voltará!Acreditem,porque é bem verdade!Mas a CIDADANIA,que implica responsabilizar os culpados,há-de aparecer!!!E convem que se lembrem de que os ditos culpados...ESTÃO CÁ!!!

Anónimo disse...

É preciso muita fé para ainda se ter esperança de que os maus vão ser castigados.
Só nos filmes é que o bem vence. Em toda a minha vida tenho visto o sucesso dos malandros e vagaristas em Portugal. São os únicos que medram. Como sanguessugas, à custa da miséria para onde empurram os restantes cidadãos