quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

CHAGAS DA MEDIOCRIDADE.


Perguntou-me um amigo porque não falo sobre o momento político actual. Disse-lhe que por desencanto. Este país resvalou para a mediocridade. Passou-se a dar mérito aos medíocres e eu não me revejo nisso. Em todo o lado são os medíocres que dominam, são promovidos e exaltados como exemplos a seguir. E eu não aplaudo isso. Não se cultiva o mérito, a excelência e a nobreza. Antes pelo contrário. Assim temos o incremento da preguiça, da irresponsabilidade e da desonestidade. E eu não bajulo isso.
Já por aqui tenho batido este tema muita vez. E é muito visível na educação. Veja-se um exemplo. Indivíduo sem o 12º ano faz uma equivalência ao mesmo por validação de competências, por análise curricular e por um trabalho de 10 páginas, que encomendou a outrem. E entretanto acede a uma universidade por entrevista, sem provas prestadas. Ingressa e já tem uma equivalência a sete disciplinas por análise curricular, sem ter ainda prestado prova nenhuma. Agora digam-me como é que se vai explicar a um filho que deve estudar no duro e fazer todas as provas e completar um curso normalmente? Por que não fazê-lo pela via fácil das equivalências? E o que dizer da injustiça que é esta política das equivalências para os que fizeram tudo prestando provas com aproveitamento? O que pensará um aluno que prestou provas, fez exames para aceder à universidade e ao seu lado tem outro que só precisou de utilizar esquemas? A injustiça é outra chaga neste país. Não se faz justiça. Nem no ensino nem nos tribunais. Estes, os tribunais, nem se sabe bem, hoje, para que servem. Sendo certo que não é para aplicar justiça. Qualquer sentença proferida passados mais de dois anos sobre os factos, mesmo que correcta na forma e no conteúdo, é injustiça. E isso mina a credibilidade dos tribunais e a confiança dos cidadãos no Estado. Já por aqui tenho dito que se mede a saúde de um país pela avaliação do ensino e da justiça. Se um deles está mau, o país não está bem, mas se se dá a conjunção dos dois estarem mal, então esse país está num descalabro.
Não sei se respondi exaustivamente ao meu amigo. Mas eu não aprecio mediocridades. Nem estupidez, que já alguém disse ser o maior flagelo da humanidade.

2 comentários:

Anónimo disse...

Subescrevo inteiramente. E,mais uma vez,pergunta-se:até quando?

andorinha disse...

Também subscrevo integralmente.
Não sei quão mais baixo podemos ainda descer...

Um beijo, amigo.