quarta-feira, 14 de outubro de 2009

POLÍTICAS FURTIVAS

Mas a intervenção efectiva no exercício da responsabilidade de governar já exige que a sociedade civil chamada ao exercício tenha existência, para que o alívio de responsabilidades exclusivas dos governantes não se traduza numa versão agravada do abandono delas. Ignorar que uma parcela importante da população europeia não corresponde ao conceito de sociedade civil, mas antes mais corresponde ao conceito de multidão, não é seguramente o melhor dos pontos de partida para organizar uma governança complexa, tão complexa quanto aos problemas assumidos, quanto complexa em relação aos futuros apenas pressentidos.
(...)
Parece mais realista assumir que, nesta entrada do milénio, em catástrofe de governança mundial, a responsabilidade das estruturas políticas europeias, praticantes tradicionais da política furtiva, ainda não se defronta com uma sociedade civil europeia assumida, e que sem o abandono das políticas furtivas essa consciência tardará a ser consolidada.
Prof. Adriano Moreira, no DN de 13.10.2009

COMO EU BEM DIZIA

O que as pessoas querem é emprego na função pública. E as câmaras municipais devem servir para empregar as pessoas. A fazer o quê é que é irrelevante. Oiçam bem aqui, depois dos 15 minutos, o que diz a primeira entrevistada. E cito: “ Estacou. Não houve nada. Não houve empregos novos, não houve gente nova para a Câmara, não houve nada.” As pessoas por cá vêm as câmaras como empregadoras, as grandes empregadoras. Ninguém fala em empresas e em criar riqueza. Quem paga também não interessa. A verdade é que os concelhos definham economicamente. O que em alguns casos coincide com o definhar global da ilha.

sábado, 10 de outubro de 2009

SÓ SE PEDE EMPREGO?

Tenho-me apercebido que os portugueses, quando inquiridos por jornais, rádios ou televisões, a propósito do estado do país e de medidas necessárias para combater o impasse do país, só se referem à necessidade de empregos. Nem uma palavra sobre a necessidade de empresas, de produzir e criar riqueza. Isso passa-lhes completamente ao lado. E não se referem a trabalho. Essa palavra não usam. A questão é mais emprego. Ora isso de emprego é função pública. O que os portugueses querem é estarem empregados na função pública, arrumadinhos e descansadinhos. Como é que isso se paga é, para eles, irrelevante. A preocupação de criar riqueza para redistribuir é irrelevante. Os portugueses julgam que vão viver de maná. Vão ter uma surpresa arrepiante. E ainda vão ser enxotados da União Europeia. Ainda se vai chorar muita lágrima amarga.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

A SOMBRA DO PRAZER

Compreender o prazer não significa negá-lo. Não o estamos condenando ou dizendo que é bom ou mau, mas, se o cultivamos, façamo-lo de olhos abertos, sabendo que a mente que está sempre a buscar o prazer encontrará inevitavelmente a sua sombra - a dor. As duas coisas não podem ser separadas, embora busquemos o prazer e procuremos evitar a dor.
Jiddu Krishnamurti, in "Liberte-se do Passado".

domingo, 4 de outubro de 2009

O RESPEITO PELO OUTRO É A PAZ

Ontem revi o filme «SUA EXCELÊNCIA», do Mário Moreno, vulgo Cantiflas, que passou na RTP Memória. Tinha-o visto com 14 anos. Achei na época que era um bom filme. Continuo a achá-lo um bom filme. Se puderem vejam esse filme. E atentem bem no discurso final na Assembleia feito pelo Cantiflas. Sempre actual até hoje.