quinta-feira, 29 de abril de 2010

E OS QUE FIZERAM AS ASNEIRAS QUE LEVARAM O PAÍS A ESTE ESTADO, SAEM IMPUNES?

É o que toda a gente pergunta. O crime compensa? Ou será que os portugueses, todos, são mesmo culpados por suportarem alegremente dirigentes incompetentes?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

EU JÁ VIVI O VOSSO FUTURO

Já têm dois ou três anos estas palavras do escritor russo, e dissidente soviético,Vladimir Bukovsky. Ñunca é demais recordar. E estamos numa boa altura para o recordar.

A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovávamos, sem discussão, as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a um minuto por cada interveniente.
Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados, com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a URSS escarrada?
A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das armas, mas pelo constrangimento e pelo terror económicos.
Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a acontecer o mesmo com a UE. Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende dar-vos uma nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso sentimentos nacionais e, forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu em nenhuma outra parte do mundo.
Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de fagocitar os estados-nação para que deixem de existir.
O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na UE. Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag intelectual, designado por «politicamente correcto». Experimentai dizer o que pensais sobre questões como a raça e a sexualidade. Se as vossas opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis ostracizados. É o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade. Na URSS pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a UE traz consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando ela desabar, porque irá desabar, deixará atrás de si um imenso descalabro e enormes problemas económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era irreformável. Do mesmo modo, a UE também o é. (…)
Eu já vivi o vosso «futuro»…

quarta-feira, 21 de abril de 2010

E a Alemanha veio ao de cima desde a reunificação.

Conectando algumas opiniões dissipa-se o nevoeiro.:

Eu detesto teorias da conspiração, mas esta preocupação, para não dizer perseguição, das agências de rating à economia portuguesa, que representa apenas 1% na economia europeia, faz pensar que o que está verdadeiramente em causa é o euro. Depois da Grécia, segue-se Portugal. A seguir virá provavelmente Espanha, depois a Irlanda, quem sabe a Itália... Como se tem visto, o euro está a acusar esta instabilidade e tem-se vindo a depreciar face ao dólar.
É claro que parte da responsabilidade cabe à própria União Europeia. A resistência da Alemanha, por razões de política interna, em apoiar a Grécia está na base da turbulência. Frases vindas de Berlim como "não vamos deixar a Grécia afogar-se, mas em vez de soltar já a bóia de salvação, vamos primeiro procurar que chegue a terra sozinha" são de uma enorme irresponsabilidade. Depois, a ideia de envolver o FMI no apoio aos gregos transmite uma imagem de impotência e incapacidade da União Europeia para ajudar os membros do euro a resolver os seus problemas, sendo necessário recorrer a ajuda externa. O que daí decorre, obviamente, é que o bloco europeu não é capaz de defender a sua moeda, pelo que o ataque ao euro vai certamente prosseguir, testando os limites da resistência da eurolândia.
NICOLAU SANTOS, no Expresso de 27 de Março

Ou me engano muito ou mandar a Grécia para os braços do FMI é um verdadeiro 'golpe de misericórdia'. Como os gregos não parecem ter o discernimento de concluírem eles próprios que não podem continuar no euro, e os alemães querem evitar o que não deixaria de ser considerada uma falta de cortesia, mandando-os embora, ou me engano muito, ou o FMI acabará por resolver o problema.
DANIEL BESSA Texto publicado na edição do Expresso de 27 de Março de 2010


O ministro das Finanças da Alemanha (e a seguir Angela Merkel) propôs que países da eurozona que não cumprissem as suas obrigações de rigor pudessem ser expulsos dela. A ministra das Finanças de França verberou a política macroeconómica da Alemanha: salários baixos e exportações altas prejudicam a França e os outros parceiros do euro. Porque o eixo franco-alemão não sobreviveria a confrontação constante os desequilíbrios existentes terão de ser corrigidos. Será difícil e a cigarra vai ganhar um pouco mais à formiga. Entretanto, o vice-primeiro-ministro grego, furioso com tiradas moralistas de Berlim, acusou os alemães de nunca terem devolvido o ouro roubado ao Banco da Grécia durante a ocupação nazi. A culpa ainda não está expiada.
José Cutileiro
Texto publicado na edição do Expresso de 20 de Março de 2010

O general inglês lorde Ismay, primeiro secretário-geral da NATO, a quem perguntaram para que servia a organização, respondeu: Para ter os americanos dentro, os russos fora e os alemães em baixo. (…) Os americanos já não estão tão dentro da Europa Ocidental quanto Ismay entendia ser prudente que estivessem. Os russos, por sua vez, já não estão tão fora dela quanto Ismay gostaria de os ver. (…) E a Alemanha veio ao de cima desde a reunificação. (…)… convém lembrar que o projecto europeu começou com a Alemanha de rastos e desenvolveu-se enquanto ela ganbava forças. A questão que se põe é - como vai a construção europeia adaptar-se a uma Alemanha forte? Ou, melhor, como vai uma Alemanha forte adaptar-se à construção europeia? Não sabemos ainda.

José Cutileiro
Texto publicado na edição do Expresso de 27 de Março de 2010




terça-feira, 13 de abril de 2010

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A MAIOR AMEAÇA À AUTONOMIA É A NÃO SUSTENTABILIDADE

O que põe em causa a autonomia regional, aqui ou em qualquer lado, é a falta de sustentabilidade. E entende-se por sustentabilidade a existência de condições, nas áreas económicas, sociais e políticas, que permitam uma não dependência absoluta económica que viabilize a manutenção de uma sociedade e, desse modo, a possibilidade política da decisão. E sempre por esta ordem, que é imutável nos tempos. Os Açores, com uma sociedade fragmentada e dispersa, por multi-insular, têm uma certa dificuldade em suster uma massa crítica, com uma dimensão assaz suficiente, para manter um dinamismo económico. Por isso a atenção melindrosa que deve existir para as vias de desenvolvimento. Que vias e que meios? Estude-se e atente-se, mas sem demagogias, sem populismos e sem incompetências. A economia precisa de pessoas, mas as pessoas para se manterem dentro de uma determinada economia precisam de um certo bem-estar. Caso contrário migram para outros lugares em busca desse bem-estar, que é um anseio natural. E há sempre o impasse de dar-se prioridade a um, o qual depende de dar-se prioridade ao outro. Quando se estaca neste dilema, a sustentabilidade periga. Não se investe porque não há pessoas, e as pessoas não investem porque não há economia válida. Há postos de trabalho a deslocarem-se para o Continente, e no seu rasto há pessoas a deslocarem-se para o Continente, porque as suas vidas não têm viabilidade nos Açores. Esta problemática é muito perceptível com o movimento migratório das ilhas mais pequenas para as maiores e para o Continente, quando não é o ambicionado movimento emigratório. Se o passado é memória, o futuro é esperança. Só que um existe e o outro ainda não.

sábado, 10 de abril de 2010

HÁ ESPERANÇA NA JUVENTUDE SE .......

Começar a aparecer na ribalta jovens como esta canadiana, para ouvir e ver aqui.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

EMOCIONALMENTE INFANTILIZADOS

Recebi por mail. E aqui publico, tal e qual.
PASSEIO SOCRÁTICO
Frei Betto

Ao viajar pelo Oriente, mantive contatos com monges do Tibete, da Mongólia, do Japão e da China. Eram homens serenos, comedidos, recolhidos e em paz nos seus mantos cor de açafrão.
Outro dia, eu observava o movimento do aeroporto de São Paulo: a sala de espera cheia de executivos com telefones celulares, preocupados, ansiosos, geralmente comendo mais do que deviam. Com certeza, já haviam tomado café da manhã em casa, mas como a companhia aérea oferecia um outro café, todos comiam vorazmente. Aquilo me fez refletir: 'Qual dos dois modelos produz felicidade?'
Encontrei Daniela, 10 anos, no elevador, às nove da manhã, e perguntei: 'Não foi à aula?' Ela respondeu: 'Não, tenho aula à tarde'. Comemorei: 'Que bom, então de manhã você pode brincar, dormir até mais tarde'. 'Não', retrucou ela, 'tenho tanta coisa de manhã...' 'Que tanta coisa?', perguntei. 'Aulas de inglês, de balé, de pintura, piscina', e começou a elencar seu programa de garota robotizada. Fiquei pensando: 'Que pena, a Daniela não disse: 'Tenho aula de meditação!'
Estamos construindo super-homens e super-mulheres, totalmente equipados, mas emocionalmente infantilizados.
Uma progressista cidade do interior de São Paulo tinha, em 1960, seis livrarias e uma academia de ginástica; hoje, tem sessenta academias de ginástica e três livrarias! Não tenho nada contra malhar o corpo, mas me preocupo com a desproporção em relação à malhação do espírito. Acho ótimo, vamos todos morrer esbeltos:
'Como estava o defunto?'. 'Olha, uma maravilha, não tinha uma celulite!' Mas como fica a questão da subjetividade? Da espiritualidade? Da ociosidade amorosa?

Hoje, a palavra é virtualidade. Tudo é virtual. Trancado em seu quarto, em Brasília, um homem pode ter uma amiga íntima em Tóquio, sem nenhuma preocupação de conhecer o seu vizi­nho de prédio ou de quadra! Tudo é virtual. Somos místicos virtuais, religiosos virtuais, cidadãos virtuais. E somos também eticamente virtuais...
A palavra hoje é 'entretenimento’; domingo, então, é o dia nacional da imbecilização coletiva. Imbecil o apresentador, imbecil quem vai lá e se apresenta no palco, imbecil quem perde a tarde diante da tela. Como a publicidade não consegue vender felicidade, passa a ilusão de que felicidade é o resultado da soma de prazeres: 'Se tomar este refrigerante, calçar este tênis, ­ usar esta camisa, comprar este carro, você chega lá!' O problema é que, em geral, não se chega! Quem cede desenvolve de tal maneira o desejo, que acaba­ precisando de um analista ou de remédios. Quem resiste, aumenta a neurose.
O grande desafio é começar a ver o quanto é bom ser livre de todo esse condicionamento globalizante, neoliberal, consumista. Assim, pode-se viver melhor. Aliás, para uma boa saúde mental três requisitos são indispensáveis: amizades, auto-estima, ausência de estresse.
Há uma lógica religiosa no consumismo pós-moderno. Na Idade Média, as cidades adquiriam status construindo uma catedral; hoje, no Brasil, constrói-se um shopping center. É curioso: a maioria dos shoppings centers tem linhas arquitetônicas de catedrais estilizadas; neles não se pode ir de qualquer maneira, é preciso vestir roupa de missa de domingo. E ali dentro sente-se uma sensação paradisíaca: não há mendigos, crianças de rua, sujeira pelas calçadas...
Entra-se naqueles claustros ao som do gregoriano pós-moderno, aquela musiquinha de esperar dentista. Observam-se os vários nichos, todas aquelas capelas com os veneráveis objetos de consumo, acolitados por belas sacerdotisas. Quem pode comprar à vista, sente-se no reino dos céus. Se deve passar cheque pré-datado, pagar a crédito, entrar no cheque especial, sente-se no purgatório. Mas se não pode comprar, certamente vai se sentir no inferno... Felizmente, terminam todos na eucaristia pós-moderna, irmanados na mesma mesa, com o mesmo suco e o mesmo hambúrguer do Mc Donald...
Costumo advertir os balconistas que me cercam à porta das lojas: 'Estou apenas fazendo um passeio socrático. ' Diante de seus olhares espantados, explico: 'Sócrates, filósofo grego, também gostava de descansar a cabeça percorrendo o centro comercial de Atenas. Quando vendedores como vocês o assediavam, ele respondia:

"Estou apenas observando quanta coisa existe de que não preciso para ser feliz !"

sábado, 3 de abril de 2010

EM PORTUGAL NENHUM DEPUTADO TEM ESTA CORAGEM

Mas no Brasil, pelo menos uma mulher, e que mulher, que é deputada, tem. Vejam e ouçam aqui.
E depois vejam segunda vez. E façam comparações.