«A questão da fidelidade dos povos em relação ao Príncipe, é mais discutida em função da manutenção do poder do que da legitimidade da obtençãodo mesmo. E a regra é que o amor depende dos súbditos, mas impôr o receio depende do Príncipe.»
Adriano Moreira, NICOLAS MACHIAVEL: A CIÊNCIA POLÍTICA, in "10 Livros que Mudaram o Mundo".
Se as pessoas percebessem que as democracias têm principesinhos ..... !
sexta-feira, 31 de março de 2006
quinta-feira, 30 de março de 2006
Alcance
«Mais do que de um comportamento a contra-corrente, eu diria que a inovação requer a capacidade de ver para além daquilo que os outros estão a fazer.»
Assim disse Eric Bonabeau in "50 Gurus da Gestão para o séc. XXI".
Assim disse Eric Bonabeau in "50 Gurus da Gestão para o séc. XXI".
Lemos isto e vem-nos logo algo à mente. É inevitável. Para o mês que vem estratégia nacional. Aqui.
Sobre ciência
«Duas atitudes em face da Ciência
A Ciência pode ser encarada sob dois aspectos diferentes. Ou se olha para ela tal como vem exposta nos livros de ensino, como coisa criada, e o aspecto é o de um todo harmonioso, onde os capítulos se encadeiam em ordem, sem contradições. Ou se procura acompanhá-la no seu desenvolvimento progressivo, assistir à maneira como foi sendo elaborada, e o aspecto é totalmente diferente – descobrem-se hesitações, dúvidas, contradições, que só um longo trabalho de reflexão e apuramento consegue eliminar, para que logo surjam outras hesitações, outras dúvidas, outras contradições.
Descobre-se ainda qualquer coisa mais importante e mais interessante: – no primeiro aspecto, a Ciência parece bastar-se a si própria, a formação dos conceitos e das teorias parece obedecer só a necessidades interiores; no segundo, pelo contrário, vê-se toda a influência que o ambiente da vida social exerce sobre a criação da Ciência.
A Ciência, encarada assim, aparece-nos como um organismo vivo, impregnado de condição humana, com as suas forças e as suas fraquezas e subordinado às grandes necessidades do homem na sua luta pelo entendimento e pela libertação; aparece-nos, enfim, como um grande capítulo da vida humana social.»
Prefácio do Autor à 1ª edição.
Bento de Jesus Caraça, "Conceitos Fundamentais da Matemática"
A Ciência pode ser encarada sob dois aspectos diferentes. Ou se olha para ela tal como vem exposta nos livros de ensino, como coisa criada, e o aspecto é o de um todo harmonioso, onde os capítulos se encadeiam em ordem, sem contradições. Ou se procura acompanhá-la no seu desenvolvimento progressivo, assistir à maneira como foi sendo elaborada, e o aspecto é totalmente diferente – descobrem-se hesitações, dúvidas, contradições, que só um longo trabalho de reflexão e apuramento consegue eliminar, para que logo surjam outras hesitações, outras dúvidas, outras contradições.
Descobre-se ainda qualquer coisa mais importante e mais interessante: – no primeiro aspecto, a Ciência parece bastar-se a si própria, a formação dos conceitos e das teorias parece obedecer só a necessidades interiores; no segundo, pelo contrário, vê-se toda a influência que o ambiente da vida social exerce sobre a criação da Ciência.
A Ciência, encarada assim, aparece-nos como um organismo vivo, impregnado de condição humana, com as suas forças e as suas fraquezas e subordinado às grandes necessidades do homem na sua luta pelo entendimento e pela libertação; aparece-nos, enfim, como um grande capítulo da vida humana social.»
Prefácio do Autor à 1ª edição.
Bento de Jesus Caraça, "Conceitos Fundamentais da Matemática"
quarta-feira, 29 de março de 2006
Entendimento
«Os pequenos povos, que não são ricos, sabem mais geografia e sentem melhor o universo do que os grandes; mas, em geral, grandeza é, para eles, apenas uma sensação. Sonham muito alto, mas só sabem realizar mediocremente. Às vezes dá-se, porém como que uma explosão de todas as ansiedades recalcadas e, então, eles superam, em isolados feitos, não só o próprio meio físico em que vivem, mas, até, os actos dos grandes povos.»
Ferreira de Castro, A Volta ao Mundo, I Volume.
Ferreira de Castro, A Volta ao Mundo, I Volume.
Distinção
«O património cultural distingue-se por especificar numa determinada cultura alguns elementos, alguns objectivos e algumas formas consideradas particularmente significativas, recebendo por isso uma consideração especial.»
Assim escreveu Henrique Videira no nº 7 de IBN MARUAN, Revista Cultural do Concelho de Marvão.
Assim escreveu Henrique Videira no nº 7 de IBN MARUAN, Revista Cultural do Concelho de Marvão.
terça-feira, 28 de março de 2006
Saudade
“Para que seja metodologicamente útil, é necessário defini-la {a saudade} enquanto modo de ver (dirigido a pessoas, a lugares ou à própria história), caracterizada por determinada maneira de sentir que atribui uma escala de valores de acordo com uma concepção descontínua do tempo. O que se valoriza então é o passado à custa do presente e, de certo modo perverso, mas coerente, o presente à custa do futuro."
Miguel Esteves Cardoso, Misticismo e Ideologia no Contexto Cultural Português: a Saudade, o Sebastianismo e o Integralismo Lusitano; in Análise Social nº72-73-74, 1982.
Miguel Esteves Cardoso, Misticismo e Ideologia no Contexto Cultural Português: a Saudade, o Sebastianismo e o Integralismo Lusitano; in Análise Social nº72-73-74, 1982.
Contrastes
Querem dinamizar a cultura pelo interior. Mas se se fecha as maternidades e as escolas, as poucas pessoas que por lá estão também não vão ficar. Então vão dinamizar o quê? Com que cultura? E ainda para alguém?
O mês de Abril vai ser, aqui, dedicado à estratégia nacional. E de caminho presta-se homenagem a um rei, que ficou conhecido como o Povoador. Como os dirigentes de tudo já não sabem nada de História, não compreendem porque ficou assim conhecido.
O mês de Abril vai ser, aqui, dedicado à estratégia nacional. E de caminho presta-se homenagem a um rei, que ficou conhecido como o Povoador. Como os dirigentes de tudo já não sabem nada de História, não compreendem porque ficou assim conhecido.
segunda-feira, 27 de março de 2006
Séneca
Ainda no calendário referido no post anterior, no mês de Agosto de 2005, deparei com Séneca numa bonita pintura, "Barcos à Vela", pintado com o pé por Maria de Lurdes, e lembrei-me logo dos governos em Portugal.
«Quando um Homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe é favorável.»
«Quando um Homem não sabe a que porto se dirige, nenhum vento lhe é favorável.»
Maldade
«O mundo não está ameaçado pelas pessoas más, e sim por aquelas que permitem a maldade»
Einstein.
Aqueles calendários com pinturas, belíssimas, de artistas deficientes, fascinam-nos com, para além das referidas pinturas, pensamentos que nos emocionam.
Einstein.
Aqueles calendários com pinturas, belíssimas, de artistas deficientes, fascinam-nos com, para além das referidas pinturas, pensamentos que nos emocionam.
domingo, 26 de março de 2006
Os Mitos Portugueses
António José Saraiva publicou um artigo, com este titulo, no Jornal das Letras em 17.03.1981.
«Duas ideias - o mito da Cruzada e o contramito da "Decadência" presidem ao percurso da história cultural Portuguesa.
A Primeira durou das origens a meados do séc. XVIII, a Segunda veio até aos dias de hoje.»
Recomendo a leitura de todo o artigo. Está tudo em Crónicas de António José Saraiva, editado pela QUIDNOVI, num trabalho de pesquisa da irmã, Maria José Saraiva.
«Duas ideias - o mito da Cruzada e o contramito da "Decadência" presidem ao percurso da história cultural Portuguesa.
A Primeira durou das origens a meados do séc. XVIII, a Segunda veio até aos dias de hoje.»
Recomendo a leitura de todo o artigo. Está tudo em Crónicas de António José Saraiva, editado pela QUIDNOVI, num trabalho de pesquisa da irmã, Maria José Saraiva.
sábado, 25 de março de 2006
O PORQUÊ DO NICK
Perguntaram-me porquê Aquiles. Porque semideus. Para nos fazer lembrar que por muito que opinemos com a segurança das convicções, nunca somos senhores da verdade absoluta. Para nos fazer lembrar que quando damos sentenças nos julgamentos que fazemos das pessoas e das situações, não dominamos todos os factos nem todos os ângulos dos factos para ajuizarmos com isenta objectividade. Para nos fazer lembrar que por muita convicção que tenhamos de que trilhamos o caminho correcto da nossa vivência, todos os trilhos têm escolhos onde tropeçamos e curvas onde nos despistamos. Essencialmente porque todos temos um Calcanhar de Aquiles que nos derruba por isto ou por aquilo. O bom senso e a humildade qb são bons suportes para nos reerguermos após cada derrube.
Editorial
Comecei hoje este blog, ou melhor, já ontem, porque já passou a meia noite. Não sei se vou dar continuidade às divagações. Mas este blog vai sustentar-se de leituras que eu faço, ou fiz, para que eu e mais alguém possamos ir reflectindo. Comecei já com um extracto de Carl Sagan porque «mais cedo ou mais tarde, esta mistura explosiva de ignorância e de poder vai rebentar-nos na cara.»
Entretando mudo agora o nome do blog para DIVAGANDO. E é de vez. Como tudo tem um fim, este durará até lá, aonde aguentar a minha persistência. J.A.G.G.
Entretando mudo agora o nome do blog para DIVAGANDO. E é de vez. Como tudo tem um fim, este durará até lá, aonde aguentar a minha persistência. J.A.G.G.
sexta-feira, 24 de março de 2006
Reflexão
«Mas há outra razão: a ciência é mais do que um corpo de conhecimento; é uma maneira de pensar. Prevejo o que será a América no tempo dos meus filhos ou dos meus netos – quando os Estados Unidos forem uma economia de serviços e de informação; quando praticamente todas as grandes indústrias se tiverem deslocado para outros países; quando tremendas forças tecnológicas estiverem nas mãos de uns quantos e ninguém que represente o interesse público as conseguir sequer entender; quando as pessoas tiverem perdido a capacidade de planificar o que lhes diz respeito ou de interrogar quem detiver o poder; quando, com os nossos cristais fechados na mão e consultando nervosamente os nossos horóscopos, com as nossas faculdades criticas reduzidas, incapazes de distinguir entre o que nos agrada e o que é verdadeiro, regressarmos, quase sem dar por isso, à superstição e à ignorância.
A estupidificação da América manifesta-se no lento declínio do conteúdo dos meios de comunicação, extraordinariamente influentes, nos excertos de material gravado de 30 segundos (agora reduzidos a 10 segundos ou menos), inseridos nas peças noticiosas da rádio e da televisão, na programação que se rege pelo menor denominador comum, nas apresentações crédulas sobre pseudociência e superstição, mas sobretudo numa espécie de celebração da ignorância. No momento em que estou a escrever, a videocassete mais alugada na América é Dois Malucos à Solta. Beavis and Butthead continua a ser popular (e influente) entre os telespectadores jovens. A lição que se pode tirar daqui é que o estudo e a aprendizagem – não só da ciência, mas de tudo – são de evitar e até indesejáveis.
Criámos uma civilização global na qual os elementos fundamentais – os transportes, as comunicações e todas as outras indústrias, a agricultura, a medicina, a educação, as diversões, a protecção do meio ambiente e até a instituição democrática fundamental das eleições – dependem profundamente da ciência e da tecnologia. Também dispusemos as coisas de tal modo que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. Isto é uma receita para a catástrofe. Podemos continuar durante algum tempo, mas, mais cedo ou mais tarde, esta mistura explosiva de ignorância e de poder vai rebentar-nos na cara.»
In “Um Mundo Infestado de Demónios” de Carl Sagan.
A estupidificação da América manifesta-se no lento declínio do conteúdo dos meios de comunicação, extraordinariamente influentes, nos excertos de material gravado de 30 segundos (agora reduzidos a 10 segundos ou menos), inseridos nas peças noticiosas da rádio e da televisão, na programação que se rege pelo menor denominador comum, nas apresentações crédulas sobre pseudociência e superstição, mas sobretudo numa espécie de celebração da ignorância. No momento em que estou a escrever, a videocassete mais alugada na América é Dois Malucos à Solta. Beavis and Butthead continua a ser popular (e influente) entre os telespectadores jovens. A lição que se pode tirar daqui é que o estudo e a aprendizagem – não só da ciência, mas de tudo – são de evitar e até indesejáveis.
Criámos uma civilização global na qual os elementos fundamentais – os transportes, as comunicações e todas as outras indústrias, a agricultura, a medicina, a educação, as diversões, a protecção do meio ambiente e até a instituição democrática fundamental das eleições – dependem profundamente da ciência e da tecnologia. Também dispusemos as coisas de tal modo que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. Isto é uma receita para a catástrofe. Podemos continuar durante algum tempo, mas, mais cedo ou mais tarde, esta mistura explosiva de ignorância e de poder vai rebentar-nos na cara.»
In “Um Mundo Infestado de Demónios” de Carl Sagan.
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