quinta-feira, 31 de agosto de 2006

COMEÇO A IRRITAR-ME, COMIGO.

A desilusão é tão grande com o percurso deste país depois de 1974, que já começo a ver com outros olhos o "antigamente". Irrita-me começar a apreciar os valores que se cultivavam antigamente. Agora não há valores. Já se começa a ouvir com muita insistência que no tempo do Salazar não havia esta pouca vergonha. E não havia. Isto agora está entregue a uma cáfila. Lembrem-se que o Salazar morreu pobre. O Marcello Caetano também. Hoje não se vê a malta dos aparelhos partidários morrerem pobres. Pobre país.
E a população não se revolta. O que não me admira, porque não há memória de alguma vez se ter revoltado. Pontualmente aqui e ali um esboço de revolta, mas sem grandes consequências. É um povo amorfo. Será, como é hábito, espoliado e maltratado. Já nem se indigna. É um povo que nem merece a independência que tem.

quarta-feira, 30 de agosto de 2006

A DEMOCRACIA SUJEITA ÀS MÁFIAS DOS APARELHOS PARTIDÁRIOS


Quando os estados se deixam dominar pelos aparelhos partidários, mais não fazem do que incrementarem as actividades mafiosas. Se bem repararam, com a queda do Muro de Berlim, ficou bem visível que por aqueles países mais não se fez do que criar uma rede de máfias com mafiosos bem treinados, que agora se entretêm a incrementar o crime organizado não só nos seus países, como também nos “maus países capitalistas imperialistas”. Claro que é só para castigar esses países imperialistas, conforme sempre lhes foi explicado. E os aparelhos partidários dos países capitalistas aderiram porque acharam o exemplo muito bom, como acham sempre bons os exemplos de como roubar os contribuintes, e viver à custa desses mesmos pategos contribuintes.
A democracia criou os seus próprios monstros. E sofrerá com eles se não os eliminar com as mesmas armas deles.

terça-feira, 29 de agosto de 2006

OS COMANDOS NATIVOS DA GUINÉ

Está a dar na RTP2 um documentário sobre o tema. Aquela malta que muito fala sobre o papel das forças armadas devia ver o programa e explicar porque nunca falaram sobre o assunto. Ainda querem que os sustentemos. Extingam as forças armadas antes que eles sorvam mais dinheiro aos trabalhadores portugueses. Calaram-se durante anos. O que lhes interessa é as mordomias e reformas chorudas. Mas calaram-se. E fizeram do pior que existe entre militares. Que é abandonar os seus homens à sua triste sina. Que moral têm para exigir agora meios para estas forças armadas que não têm utilidade. Calaram-se.
Como se calam para as questões dos ex-combatentes. Calam-se. Só falam para exigir mais dinheiro para os ordenados, para os seus subsistemas de saúde, etc. Só existem para o seu umbigo.

ONDE FALHA O PODER, GENERALIZA-SE O PODER.

Na integra, aqui.

UMA BOA DEFINIÇÃO DO PORTUGAL HODIERNO.

Esta, aqui no blog The Braganzzzza Mothers, é uma síntese muito bem feita da caracterização do Portugal actual. Transcrevo uma parte, sem os nomes lá citados.

« Os dez anos que se seguiram ficaram, para sempre, na História Nefasta de Portugal: pressupunha, o espírito dos próprios Fundos Estruturais, que a sua entrega fosse feita a estados membros com culturas civilizacionais ligeiramente superiores à atmosfera da Chicago dos Anos 20. Enganaram-se, os pares europeus: a tradição chupista portuguesa, que durante séculos conseguiu ter nas mãos os melhores recursos do Mundo, e nunca ter saído da cepa torta, a não ser no ridículo das anedotas espalhadas pelos povos vizinhos, ia, mais uma vez ensaiar a receita.
Entrámos para a C.E.E. como país da Cauda da Europa, e de lá saímos, 10 anos depois, exactamente na mesmíssima posição. Vinte anos depois, ainda estamos pior: somos a Cauda, não de 12, mas de 25. Pelo meio, fizemos desaparecer biliões; destruímos, com o betão e ódio típico pelo vegetal, todo o equilíbrio paisagístico; fizemos estradas assassinas, com revestimento a durar meia dúzia de meses; enterrámos a frota de pesca; transformámos a Agricultura numa paródia de importações de frutas e legumes verdes... dos outros, e mais caros; escaqueirámos as indústrias tradicionais; regredimos a níveis culturais típicos do primeiro Salazarismo, mas todos muito cheios de diplomas; multiplicámos universidades privadas, para dar guarida aos maus e menos maus que faziam sombra aos péssimos já instalados; assistimos ao emergir de piolhos políticos, …………………………………………………………………………….., entre outros; perdemos a humildade e ganhámos a ganância dos novos-ricos; não produzimos um único grande escritor, um grande músico, um grande pintor, um grande cineasta que fosse: em contrapartida, arranjámos um Clube da Mediania, que, desde então, fez fretes ao Sistema, para fingir que estávamos iguais a... "lá fora".
Subvertemos o tecido social de alto a baixo, convertendo, sem transição, rurais em drogados suburbanos do litoral; inventámos Bancos para lavar capitais; deixámos crescer monstros que impediam qualquer nível de liberdade do cidadão; multiplicámos cartéis, monopólios, oligopólios e outras formas de chulice, e chamámos-lhes, pomposamente "Livre Mercado"; ensinámos a medir o vizinho do lado pelo pouco que tinha a mais, ou a menos, do que nós; cultivámos o desprezo, a impiedade e a arrogância; bloqueámos o acesso à Realidade, através de "lobbies" de comunicação, que, diariamente, asseguram aquela ficção que, por sua vez, garante a manutenção do xadrez do "Sistema" e das suas reles peças; transformámos a "velha cunha", artesanal, na "nova cunha", industrial e impiedosa; adubámos os rostos da nossa miséria mental, Fátima, Futebol e o Fado, a níveis a que nem Salazar se atreveria; habituámo-nos a circular em carros, de luxo, em lamentáveis estradas de... lixo; tornámos o metro quadrado habitacional num dos mais caros da Europa, para podermos lavar, num só acto de compra de barraca, o máximo de capital; transformámo-nos num dos países do tráfico sujo de armas; somos a auto-estrada da Droga; desfizemos o Primado da Independência dos Poderes, que vinha da Revolução Francesa, indexando os tribunais às ordenanças dos políticos, e os políticos aos poderes dos capitais e das confrarias; preferimos ser governados por Sociedades Secretas; transformámos as estruturas do Estado em gigantescas metástases da Maçonaria, da Opus Dei, do "Lobby Gay", dos Construtores Civis, dos Traficantes de Drogas e de Armas; descobrimos que tínhamos políticos tão porcos e cobardes que faziam passar a sua sexualidade pelo abuso de crianças, e logo varremos o assunto todo para debaixo do tapete, como se nunca tivesse acontecido; punimos as vítimas e promovemos os culpados; desenvolvemos polícias e tribunais especializados em encobrir o Crime; criámos uma Máquina Informativa eficaz, que transforma todo o anterior num país de sorrisos; tornámos ministros, e primeiros-ministros, criaturas de perfil mais do que duvidoso, e que, num sistema correcto, teriam cadastro, e não currículo; elegemos, com maiorias absolutas, para autarquias, indivíduos que puramente deviam estar sentados na barra do tribunal; tornámos o Estado num cancro; bajulámos os lucros ilícitos de instituições mafiosas, cujos crescimentos roçam os 30%, à custa do permanente Branqueamento e da escravização financeira do pacato cidadão comum; vivemos numa permanente mentira; passámos do elevado diálogo cultural, entre civilizações, para um estado de guerra permanente, entre tarados fundamentalistas; integrámos o Racismo como uma necessidade quotidiana; transformámos a nossa liberdade individual num pântano de anátemas e de promiscuidades religiosas e morais, destinada a impedir a felicidade de cada um; baixámos o nosso nível, e a consciência de civismo, a um ponto tal que já não percebemos que nos assistia o simples direito de processar o Estado, à saída semanal de cada Conselho de Ministros, por permanente violação dos nossos direitos de cidadania; transformámos cada cidadão no espião do seu vizinho; reduzimos o nosso nível de leitura aos padrões medievais; castrámos a Juventude, através das cenouras dos bens supérfluos, e da criação de uma estrutura de comparações, onde quem não tem é, pura e simplesmente, liquidado; afundámos o sangue jovem nos desastres de mota, nos "racings", nas drogas, no álcool, nos químicos, na "Night" e na Sida.
(…)
Algures, numa obra que não posso precisar, Vergílio Ferreira afirma que, se enfiássemos uns óculos cor-de-rosa, em pouco tempo o cor-de-rosa desapareceria, como cor, por tudo ser visto através da cor de rosa deles. Do mesmo modo, para quem tenha nascido e sido criado neste estado de coisas, ele não é um aberrante estado de coisas, mas um mero, e simples, estado... natural. Bastava ter nascido 10 minutos, ou dez segundos, antes, para perceber que isto não era a Realidade, mas uns terríveis óculos cor-de-rosa postos à frente dessa mesma Realidade
. »

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

O QUE É, HOJE, UM DEPUTADO?

E faço a pergunta porque me lembrei do Dr. Jorge Gamboa, que foi um ilustre médico aqui na ilha e também deputado à, então, Assembleia Nacional. Aqui há uns anos atrás, num programa da RTP Açores, foi o Dr. Jorge Gamboa o entrevistado. E nesse programa relatou algo sobre a sua experiência de deputado. Recordo muito bem ele ter dito o quanto auferia nessa função de serviço à res publica, acrescentando que, naquele tempo das viagens demoradas de barco dos Açores para Lisboa, tinha de passar longas temporadas no Continente. Mas realçou que o que auferia não chegava para cobrir as despesas da estadia, pelo que tinha de pôr do seu bolso, ou seja, do rendimento que lhe advinha do exercício da profissão, então interrompida, ou de outros rendimentos próprios de família.

Deixo então a resposta à pergunta que faço no título do post aos leitores. Fazei vós mesmos o cotejo entre o antes e o actual dos deputados. Tirai vós mesmos a ilação.

domingo, 27 de agosto de 2006

E OS EX-COMBATENTES?


Anteontem ouvi, numa rádio, o General Loureiro dos Santos a referir-se à questão do envio de tropas para o Líbano. Na teoria e em abstracto até estou mais ou menos de acordo com o que o general exprimiu. Na prática, e no caso português, discordo.
Porque este empenho para Portugal participar em missões internacionais só serve a intenção de exibir alguma utilidade para as forças armadas. E o país não tem capacidade financeira para o fazer sem exigir ainda mais sacrifícios a uma população que já tem o pior nível de vida na União Europeia. E que para fazer qualquer coisa tem de se humilhar a pedir viaturas emprestadas, como foi o caso do Iraque. As forças armadas buscam desesperadamente acções que justifiquem as suas mordomias.
E não se vê empenho em exigir as devidas compensações aos ex-combatentes. Não se faz justiça aos ex-combatentes. Ao contrário de outros países as forças armadas portuguesas ignoram os ex-combatentes, pois só estão preocupadas é com as suas mordomias. Ignoram o país. Como tal não há razão para o país se sacrificar para manter umas forças armadas que, na minha opinião, já nada significam para o país, pois divorciaram-se do país. E o nosso vizinho é a Espanha. Se se fizer a comparação nem dá para pensar mais nas nossas forças armadas. Poupava-se logo mais do que suficiente para se pagar uma pensão muitíssimo justa aos ex-combatentes, para se poderem reformar em tempo útil, embora não tão útil como as saborosas passagens à reserva. E acabava-se com situações de injustiça face aos trabalhadores, que são, afinal, os sacrificados para se manter o país à tona, os únicos produtivos.

sábado, 26 de agosto de 2006

A FALÁCIA DO RELACIONAMENTO INTERNACIONAL

A vaga de emigração que avassala a Europa anda a despertar a atenção dos habitantes do velho continente. Que é um problema que só pode ser resolvido a montante e nunca a jusante. De repente reparo que as pessoas não têm noção do maquinismo do circuito de distribuição do dinheiro de solidariedade dos países ricos para os mais pobres. E é um esquema muito simples. Na Europa dão dinheiro, dos contribuintes, aos países pobres de África, por exemplo, para gerar desenvolvimento e, consequentemente, fuga da pobreza. Só que nesses países domina uma classe cleptómana, altamente corrupta, que se orienta desse dinheiro e dos recursos próprios do país. Com a conivência dos países dadores. Conivência e empenho. Porque só dão àqueles que aceitam negócios das empresas dos países dadores, que assim fazem grandes negócios e obtêm lucros fabulosos. Assim pode-se concluir que os contribuintes dos países dadores são os que sustentam com os seus impostos os enormes lucros das empresas dos seus próprios países. Porque escolheram os governantes adequados. Como eu já disse aqui, é fascinante.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

A ORDEM ACTUAL NÃO É CONFIÁVEL

O Professor Adriano Moreira é incontornável quando fala de questões de geostratégia, de que é um mestre internacional. De um artigo, do DN, destaco:
«É evidente que a origem das iniciativas inquieta os críticos sobre a valoração da novidade, ao mesmo tempo que a crescente presença e importância das áreas culturais que chegaram recentemente ao diálogo internacional alarga as críticas às circunstâncias da origem ocidental das iniciativas e dos textos, dando realce à questão do saber se essa emergência de vozes será impeditiva de manter um direito internacional que radica nas decisões que foram tomadas depois da Guerra dos Trinta Anos, com os Tratados de Westefália de 1648.
(...)
Ao mesmo tempo que poderes assimétricos desafiam os antigos poderosos Estados, e tais Estados se organizam informalmente à margem das instituições consagradas pelo direito internacional, é o fortalecimento das jurisdições internacionais que apoia a decisão e urgência de conseguir reformular uma ordem internacional confiável.»

OS DOMÍNIOS PLANETÁRIOS

Uma outra opinião sobre um tema que por aqui venho aflorando, Ocidente versus Oriente. Mais um contributo para a reflexão. Na integra aqui:
«A segunda dimensão da situação actual nasce do confronto do Ocidente com a globalização. Cavalgando a onda do progresso, a civilização europeia convenceu-se do seu domínio planetário. O sucesso foi evidente, mas a hegemonia trouxe-lhe alguns dos traços decadentes dos antigos romanos. A complacência, arrogância e tibieza são crescentemente evidentes na sua atitude diplomática. Pretenso arauto mundial da paz e democracia, tem repetidamene violado esses valores e é cada vez mais considerado como opressivo ou ignorante. Por outro lado, a sua degradação de costumes, que considera desinibida e libertária, é desprezada pelas outras culturas como vil e debochada

terça-feira, 22 de agosto de 2006

DELEGAR O PODER É HOJE UM PROBLEMA DEMOCRÁTICO

Sou fã da sensatez e da erudição dos posts do Jorge Gajardo Rojas. E às vezes não resisto a citá-lo. O seu bom senso a isso obriga.
«El problema de tener el poder es olvidarse que en una democracia los electos sobre todo al Congreso son mandatados o sea como no todos podemos ir a legislar le damos un poder.Retrucan pero Usted me lo confirmó es cierto,pero otra cosa es lo legal y otro la reciprocidad y los compromisos morales.Estamos inundados de falsos paradigmas como si fueran los reales problemas de Chile la:La delincuencia,los temporales,cada accidente del transito o lo que pasa en el deporte o la faradula.No es cierto los reales son otros ,son la falta de desarrollo,la inequidad economica,la inequidad en la educacion,la falta de participacion politica,los poderes desmesurados de algunos grupos en relacion a los medios y el nivel de sociedad que es Chile.Cada vez mas la politica denuncia o pomposa va de capa caida,las encuestas lo demuestran.Es necesario delegar en las personas parte del poder en el cuerpo social.ya nadie cree en las politicas en blanco o negro o en una
vision policial de sociedad entre los buenos y los malos.»

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

IGNORÂNCIA DILETANTE


Em alguns blogs, comenta-se muito sobre o passado português, especialmente sobre o tempo da ditadura salazarista, sem se saber bem o que se passava. Ignorância diletante.
Isto vem a propósito da Legião Portuguesa. Porque se comenta como se todos os legionários fossem bandidos. Esquecem-se ou, simplesmente, ignoram que muitos portugueses pobres aderiam à Legião para beneficiarem de algumas migalhas que lhes podiam mitigar a pobreza. Disse há dias atrás, comentando noutro blog, que a Legião Portuguesa não passava de um agrupamento de maltrapilhos e esfomeados. Uma imagem talvez exagerada. Mas não confundir os quadros da Legião com o resto da tropa fandanga. A grande maioria aderia para ter emprego, é certo, mas também para terem roupa, acesso a médico e a medicamentos, que embora escasso, já era alguma coisa quando nada havia, substituindo assim a Segurança Social, então inexistente. Os “MENINOS” que hoje vivem num estado social com muita segurança garantida, nem imaginam a miséria que eram os anos cinquenta e sessenta, para já não referir os anteriores. E são esses “MENINOS” que hoje produzem opiniões alarves, sem perceberem o que era sobreviver nesses anos. Anos em que ter acesso à saúde era luxo.
Julgar pessoas que sofriam, ao tempo, os rigores da pobreza vigente, e que labutavam pela sobrevivência, não é moralmente aceitável, sobretudo quando os juízos são proferidos por idiotas que sobrevivem a sua mediocridade na militância mafiosa do actual regime.

domingo, 20 de agosto de 2006

HOJE OS BURROS ZURRARAM

Hoje houve as festas dos partidos políticos que eles, de forma exageradamente estúpida, classificam de reentrada política. Tretas. A única utilidade é a oportunidade que os burros têm de zurrar para a televisão.

sábado, 19 de agosto de 2006

A DERRADEIRA DEFINIÇÃO DO PCP

«E o PC, que está em risco de se transformar no sindicato do funcionalismo, anda como de costume perdido no mundo
Deu-a o VPV, aqui, hoje.

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

O DESASTRE PREVISÍVEL

Eu, neste blog, venho-o dizendo nestes últimos dias. Hoje o VPV di-lo aqui. E destaco:
«Bush e Blair, sem apoio doméstico e em plena derrota no Afeganistão e no Iraque, recuaram; e da sombra saiu o sinistro Chirac. A Europa e a América decidiram de repente que a pequena querela entre Israel e o Hezbollah (um assunto local) não interessava particularmente ao futuro do mundo. Apesar do 11 de Setembro e de tudo o que a seguir aconteceu, o Ocidente não consegue levar a sério a ameaça do islamismo, como levou a sério a do comunismo. No fundo, o homem comum não acredita que uma civilização fracassada, miserável e medieval possa prevalecer contra a majestade da Europa e da América. Talvez sim. Mas pode, entretanto, empurrar a Europa e a América para um desastre difícil de imaginar e de reparar.»

O PDEC

Do que se trata é do processo de despolitização em curso (o PDEC, daqui para a frente) que existe em Portugal e um pouco por todo o lado no mundo ocidental. Aparentemente, os cidadãos estão totalmente desinteressados da política partidária.
Assim José Miguel Júdice explicou o conceito da sigla.
Mas a tese é interessante:
(...)
Para muitos dos que sobre este tema têm escrito, este desinteresse é um bom sinal.
(...)
Esta tese tem tanto de autodesculpabilizadora como de absurda. Se a democracia é o governo do povo pelo povo e para o povo, o aumento da abstenção só pode significar diminuição da consistência e da legitimação do regime democrático. Se assim não fosse, então o máximo de democracia seria a situação em que nem se marcassem eleições, pois ninguém se apresentaria para votar por estarem todos oficialmente muito contentinhos com as suas instituições. E a insensatez da tese é ainda maior se nos lembrarmos de que a forte abstenção tem como resultado o aumento do poder das minorias que se interessam pela política e que em regra são mais radicais e menos ponderadas do que a maioria dos cidadãos. A situação dos EUA é a este propósito exemplar, com os dois grandes partidos cada vez mais reféns de grupos organizados e radicais que condicionam e determinam a agenda política de um modo em que se não revê o cidadão normal.Em Portugal algo de semelhante se passa, com a "pequena" diferença de que entre nós a mobilização partidária tem sobretudo a ver com "tachos" e não com "valores".

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

TER RAZÃO PARA ALÉM ...

Do artigo de hoje, no Público, do Vasco Pulido Valente, destaco o seguinte:
«Em Portugal nada podia correr bem, porque, se corresse, ficava em causa a presuntiva excelência da ditadura. Na véspera da primeira eleição para a Assembleia da República, Marcelo escrevia: "Pela via aritmética, clamando que são eleitos pelo voto popular, vemos alçados ao poder analfabetos, traidores e desonestos que conhecemos de longa data. Alguns nem serviam para criados de quarto e chegam a presidentes da câmara, a deputados, a governadores civis e mesmo, quando não querem, a ministros." A democracia portuguesa era necessariamente uma farsa
O que é irritante é ter de dar-lhe razão, passados 30 anos, nesta parte da apreciação da nossa actual fauna política.

MARCELLO CAETANO

Não dá para, simplesmente, citar. Transcrevo na íntegra o post aqui colocado pelo advogado José António Barreiros, para não truncar o fio do pensamento dele:
«Nas suas lições de Direito Penal o Professor Marcelo Caetano lamentava-se de não as ter podido escrever melhor, mas, vencendo como professor o ordenado equivalente a um primeiro oficial, tinha, para fazer face às despesas de sua família, de se dispersar em outras actividades. Houve uma vez em que, tendo saído do Governo se viu na necessidade de advogar e conseguiu um lugar de consultor jurídico da Companhia de Seguros Mundial. Por gentileza da administração podia usar a sala de reuniões do Conselho de Administração para receber um ou outro cliente privado, pois não tinha dinheiro para suportar as despesas de um escritório. Ao ver, como vemos todos, aqueles que hoje se enchem à conta do Estado, os que entram para a política pobres e saem de lá anafados e bem instalados, tudo isto, que é uma memória dos tempos da ditadura, tem um sabor amargo. Digo-o, sabendo que isto é politicamente incorrecto. Quero lá saber! Cheguei àquela idade em que só uma coisa me incomoda: a mentira dos políticos e a ingenuidade dos que neles acreditam

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

FANTOCHADA

Depois de muito constatar, muito constatar, só posso concluir que as forças das seguranças, militares ou militarizadas, ou algures por aí, só existem quando uma câmara de televisão está presente. Até me diverti com aqueles “heróis” que foram ajudar nos incêndios na Galiza. Missão principal era falar para as televisões. Só não me divirto é com o tratamento que dão aos ex-combatentes. Mas eles não sabem o que é isso. Têm todos pose de Rambo, mas só mesmo pose. E para a televisão. É só fantochada.

terça-feira, 15 de agosto de 2006

LENDO AQUI E ALI


«Se não se conhecesse nos políticos lusitanos a tendência para o folclore mágico-discursivo, dir-se-ia que estas palavras correspondem à verdade.» Leia-se aqui o excelente artigo de Carlos Pacheco.

«Quero chamar a direita que quer modernizar o país, para pensar, sobretudo numa perspectiva liberal, questões como a economia, a reforma do Estado, o futuro da Segurança Social, o sistema educativo, a organização da Saúde.» Leia-se Pedro Ferraz da Costa no Expresso de 12-08-06.

«Há cerca de sete anos, o Médio Oriente era uma região estrategicamente equilibrada, com o Iraque fazendo frente às ambições de um Irão, onde os movimentos reformistas tinham colocado um seu próximo na Presidência da República. Os países árabes apoiavam os esforços dos EUA, na promoção de negociações que resolvessem o conflito israelo-palestiniano. O preço do petróleo, comparado com os preços actuais, era quase uma ninharia. A esta quase estabilidade presidiam uns Estados Unidos influentes, credíveis, poderosos, considerados por todos os países como a única superpotência que efectivamente contava.Depois de entrar em funções, a Administração Bush e os neoconservadores que nela pontificavam aproveitaram a tragédia do 11 de Setembro de 2001 para pôr em marcha um programa "revolucionário", que democratizaria o Médio Oriente, reduziria o preço do petróleo, acabaria com o terrorismo islamista e colocaria ponto final ao conflito israelo-palestiniano. Tudo, com o emprego da força militar, que faria florescer democracias... Sabemos o que aconteceu. Usando a expressão de Bush e Condoleezza Rice, o Médio Oriente já se transformou num "novo Médio Oriente", cuja principal característica é uma perigosa instabilidade, em vez da relativa estabilidade anterior.» Leia-se aqui Loureiro dos Santos.

«Falhada a gloriosa aventura do comunismo e desfeitos os sonhos da ideologia, resta à esquerda aprender a viver num mundo que a contraria e escolher um inimigo que lhe restitua a identidade perdida. O resultado deste duvidoso exercício é conhecido: um delírio teórico que despreza a realidade e um moralismo sem moral que leva à defesa dos pobres e dos oprimidos e ao elogio de regimes que sobrevivem (e sobreviveram) à custa de uma imensidão... de pobres e de oprimidos.» Leia-se aqui Constança Cunha e Sá

«O que está à vista, porém, tanto ou mais do que a necessidade de prevenir o terrorismo na ordem internacional, é a necessidade de regular na ordem interna de cada país, e do espaço europeu no seu conjunto, a coexistência de pessoas com matrizes culturais diferentes que integram a mesma cidade, gozam das mesmas liberdades e dispõem dos mesmos equipamentos colectivos.É verdade que os acontecimentos da semana passada revelam um enorme avanço na actuação conjugada das polícias. É verdade também que, à histeria dos que gritam que vem lá o fascismo ao mínimo reforço do controlo nos aeroportos, há já muita gente a defender que as liberdades não devem ser usadas de um modo tão irrestrito que sirvam o interesse dos que pretendem acabar com elas. Mas tudo isto será insuficiente, ou até marginal, enquanto se continuar a pensar as nossas sociedades como se elas ainda fossem, como dantes, homogéneas, rodeadas embora por uma periferia de imigrantes, os quais se governam a seu modo, com os seus códigos, os seus líderes e as suas obediências mais ou menos excêntricas em relação ao espaço público.» Leia-se aqui Diogo Pires Aurélio

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

É FASCINANTE

É fascinante como é que os cidadãos da Europa ainda não conseguiram constatar que esta democracia pós 1945 permitiu que as diversas máfias instalassem no poder os seus assalariados. Continuam a viver uma ilusão de uma democracia utópica. O acordar da ilusão, como é costume de tempos a tempos, vai ser doloroso. Não aprendem as lições da história e permitem que a ignorância vingue. Depois a tal mistura de ignorância e poder explode. É tudo tão previsível que irrita.

domingo, 13 de agosto de 2006

AS GUERRAS ONDE HÃO-DE METER OS EUROPEUS

Começam a aparecer muitas opiniões preocupadas com a desmotivação dos europeus para a auto defesa. José Cutilieiro, ontem no Expresso, expôs o seu ponto de vista sobre o tema de que destaco o seguinte trecho:
«Embora a prática seja incoerente e tortuosa – em 1999, os 11 membros da União Europeia que eram também aliados na NATO fizeram guerra à Sérvia sem aval do Conselho de Segurança da ONU – ­o princípio é esse e hoje muitos cidadãos europeus consideram a guerra um anacronismo obsceno.
Progresso moral? Talvez, mas não é o que julga o resto do mundo e convém prestar atenção porque poderá haver adversários suficientemente teimosos para não se deixarem convencer a bem e suficientemente hostis para, por sua vez, nos quererem convencer a mal.Por outras palavras: devem-se em princípio evitar guerras mas poderá ser impossível evitá-las. Ou porque, atacado, um país queira defender-se ou por se saber que não travar cedo o passo a um agressor é criar calamidades futuras maiores (Hitler e Munique). Infelizmente, discursos de políticos e orçamentos de defesa mostram que, com raras excepções, opiniões e governos europeus preferem ignorar estas evidências. Por julgarem que ninguém os atacará? Por continuarem a contar com os americanos? Não sei. O que sei é que tal atitude não prepara os europeus para um mundo sem guerra, prepara-os para perderem as guerras em que o mundo um dia os meter.»

sábado, 12 de agosto de 2006

QUEM OS SEUS INIMIGOS POUPA, ÀS SUAS MÃOS MORRE.

Esta é uma máxima velhissima e muito testada. A Europa vai morrer às mãos do inimigo que não quer combater. Os europeus, balofos, burgueses, cobardes, acomodados, instalados, subsidiados, imbecilizados por discursos serôdios de ideologias absurdas, anestesiados por meios de midia escabrosos que só visam lucros, dormentes e incultos por preguiça e ociosidade patrocinada, irão ser vitimas da sua própria inércia.

TERRORISMO - A SAGA

E continuando a falar das questões do terrorismo islãmico e da debilidade ocidental, ontem o Vasco Pulido Valente escreveu um artigo, de que destaco:
«Para começar, é bom perceber que uma operação desta envergadura não se improvisa. Exige um conhecimento técnico avançado, liberdade de movimentos, muito dinheiro e uma extensa rede de cumplicidades. Mais do que isso, precisa para se desenvolver de uma atmosfera favorável. O Ocidente, no caso a Inglaterra, oferece tudo isto aos terroristas. Respeita o seu direito à cidadania, protege a propagação de uma doutrina de intolerância e ódio e não pune, como devia, o incitamento à violência. Não estamos perante vítimas sem defesa de uma "globalização" cruel. Estamos perante gente sofisticada, que o Ocidente educou e deixou crescer.
(...)
Infelizmente, o homem médio da Europa e mesmo da América não acredita na realidade de um islão agressivo. A tese oficial da "minoria extremista", que a grande e virtuosa maioria muçulmana condena, encoraja a complacência e o desinteresse. Tirando o preço da gasolina, quem se importa com as querelas do Médio Oriente e do Afeganistão ou com o que dizem e não dizem em Hamburgo ou em Londres clérigos furibundos, de turbante e barba? Mas, desta vez, não basta não ver e não ouvir. O Ocidente perdeu a iniciativa e os foguetões do Hezbollah, que chegam a Haifa, também chegam a Inglaterra em forma de bomba. Não há maneira de ficar de fora. »

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

O TERRORISMO AÉREO

O terrorismo em aviões não é o problema maior. Mas mostra bem que o conhecimento da sua potencialidade põe a sociedade ocidental em desconforto. Os impérios não caem por acções externas. Caem minados no seu interior. E todo o mundo sabe disso. E estão conscientes disso. Os bárbaros só entraram depois do Império Romano estar já em debilidade. Actualmente os bárbaros estão entrando porque os impérios auto-debilitaram-se. E vão incentivando a minagem interior. Também a executam. Vão diversificando. O seu objectivo é acantonar os cidadãos do mundo ocidental dentro das baias dos seus medos. E está a resultar com bastante sucesso, pois a cobardia de cidadãos de vida burguesa acomodada está a vir ao de cima. E eles sabem-no. É tudo uma questão de tempo. Para os bárbaros da actualidade de conseguirem minar o suficiente e bastante. Para os outros o tempo de reacção para o estertor, que pelas tecnologias actuais pode ser demasiado violento e radical. A ver vamos. Só o tempo cura, embora não saiba qual a posologia a ser usada.

CABO DE TRABALHOS


Conforme venho dizendo, a Europa está baralhada. Não se encontra nem se alinha com o seu rumo. O que mais me preocupa é a questão da demografia. Os europeus vão soçobrar sob a explosão demográfica que os muçulmanos na Europa vão impor. E depois irão impor muito mais coisas. Dirão que este meu discurso não é muito politicamente correcto. De facto não é. Mas as evidências vão demonstrar que, se não se arrepiar caminho, o que acho hoje difícil, estarei certo no futuro. Ou então virá aí uma guerrinha daquelas correctoras de desvios de rumo. E aí todos sofrerão. Vai ser um cabo de trabalhos.

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

POLVO

Sempre com a devida vénia, do Jorge Gajardo Rojas transcrevo:
«Todo lo que sea sangre es noticia.La reina de las noticias es la guerra en el medio oriente.La guerra se ha trasladado a las pantallas de television.Veinticuatro horas en la noticia dice la propaganda.Se ve Beirut a las 5 de la mañana ,el sol recien asoma y las bombas ya han llegado.En Haifa es la hora del atardecer y los cohetes tambien llegan.Parece una pelicula mal hilvanada,el polvo y el sudor de los que están en las calles y los lujosos salones donde se discute el cese del fuego.Sobre todo si los que asisten son poderosos.Hay abundante bandejas con frutas y agua mineral en las mesas,afuera falta todo,lo unico que sobran son heridos y lo que más falta es sangre que remplace la perdida.Vender la guerra es imagenes es tambien parte del negocio.Luego pasado el tiempo se podran hacer hasta peliculas.No es ciertoque hay muertes que sirvan para algo,alguien dijo cuando alguien muere una parte de nosotros tambien lo hace.Utopia o locura? declarar que estan proscritas las guerras,sino que sentido tiene hablar de que el ser humano ha llegado a la cuspide del Homo sapiens.»

terça-feira, 8 de agosto de 2006

GUARDAS DE UMA MEMÓRIA

E na sequência do que disse no post anterior aqui fica um trecho de um excelente artigo de Adriano Moreira no DN:
«Nesta entrada do milénio, em que as capacidades descoordenadas dos ocidentais são desafiadas em primeiro lugar pelo perigo agudo que ajudaram a instalar no Médio Oriente, e que cresce apoiado num comércio de armas que nenhum acordo conseguiu disciplinar, a China assume e proclama abertamente o seu interesse pela África, proclamação que os defensores de um espaço estratégico euro-africano, ainda que sejam hoje mais guardas de uma memória que entardeceu do que líderes de opinião, não podem deixar de avaliar

POIS, A REPUGNÂNCIA


Na sequência do que aqui, neste blog, foi posto sobre geoestratégia, não posso deixar de referir de uma frase dum artigo do Público de hoje: A repugnância europeia pelo uso da força, a convicção de que ela deve ser regulada e de que os que a usam em desrespeito dos valores e direitos fundamentais devem ser condenados tem de ser a característica fundamental da política externa da União. Isto classifico eu de lirismo. O conjunto dos valores e dos direitos fundamentais é um conceito só compreendido pela Europa e na Europa. A perigosa mistura de ingenuidade e de ignorância é que pode julgar que tal conceito é exportável. Não é. E não o entender é que tem levado a Europa para uma situação de falência a várias perspectivas, sobretudo da credibilidade e da convicção.
O espaço não europeu não joga, nem o quer fazer, com as regras europeias. A Europa, por razões que são demasiado extensas para expô-las aqui, teima em não querer perceber que já não é protagonista, mas sim vítima. E se não toma cuidado com a demografia e com a emigração, vai soçobrar. Porque os emigrantes não se querem transformar em europeus, e exigem, explorando as falhas e as ternuras europeias, que a Europa se transforme à sua medida. Os líricos não o querem entender. O tempo se encarregará de lhes demonstrar a realidade. Então já irreversível.

PODER

Poder é a capacidade que uma parte tem de impor a sua vontade a outra parte.
Quando não há essa capacidade há demagogia, conversa da treta, embuste, servidão de interesses obscuros e exógenos.
Manda quem pode, obedece quem deve. No limbo flutua a canalha cobarde.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

SERENO




Foi assim que vi o mundo, hoje.

domingo, 6 de agosto de 2006

INCÊNDIOS


Até à década de 60 havia uma economia rural que se sustentava muito da limpeza das matas e florestas. Roçava-se o mato para as camas dos gados nos estábulos. E também se roçava o mato para combustível doméstico, juntamente com todas as aparas e desperdícios das matas e florestas. As aldeias ficaram desertas, o interior ficou diminuído, e essa actividade da economia rural deixou de se executar, logo a limpeza das matas e florestas deixou de ser feita. É esse o preço que se paga por não se ter acautelada uma estratégia sustentada de povoamento. O encerramento das maternidades e escolas é, simplesmente, o corolário de não se ter cautelas.

sábado, 5 de agosto de 2006

ET VOILÁ

Estratégia e geoestratégia é isto que Constança Cunha e Sá escreveu ontem, aqui, no Público. É simples e claro. Para quem precisa de começar a aprender, pode começar por este artigo, não esquecendo um post daqui, BALANÇO, uma frase do Kissinger, há dias atrás.
«Entretanto, o equilíbrio da guerra fria, que os americanos se encarregaram de travar perante a indiferença de uma Europa entretida com o seu próprio bem-estar, foi substituído pela fúria dos fundamentalismos e pela internacionalização do terrorismo, revelando as fragilidades defensivas de qualquer democracia.
(...)
Independentemente dos sarilhos em que se meteu o sr. Blair, da notória debilidade do Governo do sr. Prodi ou da indigesta grandiloquência do sr. Chirac, a Europa dificilmente poderá ter um papel fundamental no Médio Oriente (ou em qualquer outra região do mundo), se não estiver disposta a garantir a sua defesa e a reconhecer que a guerra não é um encargo dos outros. Não há diplomacia, por mais bem-intencionada que pareça, que sobreviva à falta do poder de coerção que decorre da inexistência de uma política de defesa, capaz de assegurar os "grandes princípios humanitários" em que até aqui os europeus se têm refugiado. »

ENSINAR MAL CUSTA TANTO COMO ENSINAR BEM, SÓ QUE SAI MAIS CARO

Esta frase tem a chave do problema do sistema de ensino em Portugal. Vamos pagar, a prazo, um preço muito elevado por se andar a ensinar muito mal.

CENTRAR NA EDUCAÇÃO

Sempre com a devida vénia, transcrevo de Jorge Rojas:
«... El ex Ministro de Hacienda Eizaguirre planteó entre otras la idea de la necesidad de un Contrato Social entre los actores de la sociedad chilena para crecer màs rapido,el tema se centró en un area la educación.
(...)
Pero creo hay un ingrediente escondido,falta una filosofia para un sistema nacional de educación.Profesores bien pagados en cualquier sector pueden enseñar muy poco.Creo que un problema de la educacion chilena es la lejania con la realidad y su excesiva ideologizacion.Ejemplo,historia de Chile,no se puede enseñar una vision eterea de como se ha formado Chile que en el fondo es la historia de como los actores sociales historicos no han logrado el desarrollo de su pais.Otra area es la de los valores,la competitividad en si no es mala fomentarla pero el incentivo economico futuro no asegura que sea su unico motor.Lo decia el nuevo rector de la U. de Chile las distintas motivaciones de su Universidad para aportar al desarrollo,fortalecer la institucionalidad publica chilena,otras fortalecen la institucionalidad del campo privado.Convertir las escuelas de Pedagogia en Facultades de excelencia con estimulos y altos requisitos para el ingreso,un buen profesor para Chile es tan basico como tener mas ingenieros o más médicos. ... »

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

A GUERRA

A GUERRA

A guerra que aflige com os seus esquadrões o Mundo,
É o tipo perfeito do erro da filosofia.

A guerra, como todo humano, quer alterar.
Mas a guerra, mais do que tudo, quer alterar muito
E alterar depressa.

Mas a guerra inflige a morte.
E a morte é o desprezo do Universo por nós.
Tendo por consequência a morte, a guerra prova que é falsa.
Sendo falsa, prova que é falso todo o querer alterar.

Deixemos o universo exterior e os outros homens onde a Natureza
Os pôs.

Tudo é orgulho e inconsciência.
Tudo é querer mexer-se, fazer cousas, deixar rasto.
Para o coração e o comandante dos esquadrões
Regressa aos bocados o universo exterior.

A química directa da natureza
Não deixa lugar vago para o pensamento.

A humanidade é uma revolta de escravos.
A humanidade é um governo usurpado pelo povo.
Existe porque usurpou, mas erra porque usurpar é não ter direito.

Deixai existir o mundo exterior e a humanidade natural!
Paz a todas as cousas pré-humanas, mesmo no homem!
Paz à essência inteiramente exterior do Universo!



Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)

terça-feira, 1 de agosto de 2006

BALANÇO

A diplomacia "persuade não pela eloquência dos que a praticam, mas quando consegue alcançar o balanço correcto de incentivos e riscos." Henry Kissinger.