Em alguns blogs, comenta-se muito sobre o passado português, especialmente sobre o tempo da ditadura salazarista, sem se saber bem o que se passava. Ignorância diletante.
Isto vem a propósito da Legião Portuguesa. Porque se comenta como se todos os legionários fossem bandidos. Esquecem-se ou, simplesmente, ignoram que muitos portugueses pobres aderiam à Legião para beneficiarem de algumas migalhas que lhes podiam mitigar a pobreza. Disse há dias atrás, comentando noutro blog, que a Legião Portuguesa não passava de um agrupamento de maltrapilhos e esfomeados. Uma imagem talvez exagerada. Mas não confundir os quadros da Legião com o resto da tropa fandanga. A grande maioria aderia para ter emprego, é certo, mas também para terem roupa, acesso a médico e a medicamentos, que embora escasso, já era alguma coisa quando nada havia, substituindo assim a Segurança Social, então inexistente. Os “MENINOS” que hoje vivem num estado social com muita segurança garantida, nem imaginam a miséria que eram os anos cinquenta e sessenta, para já não referir os anteriores. E são esses “MENINOS” que hoje produzem opiniões alarves, sem perceberem o que era sobreviver nesses anos. Anos em que ter acesso à saúde era luxo.
Julgar pessoas que sofriam, ao tempo, os rigores da pobreza vigente, e que labutavam pela sobrevivência, não é moralmente aceitável, sobretudo quando os juízos são proferidos por idiotas que sobrevivem a sua mediocridade na militância mafiosa do actual regime.
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