segunda-feira, 29 de setembro de 2008

UNA NUEVA ARQUITECTURA DE SEGURIDAD EUROPEA

Gorbachov deu uma entrevista ao diário espanhol «EL PAÍS», no dia 9 de Setembro corrente. Uma pequena amostra.
R. Ahora, Rusia actuará con responsabilidad, pero no acepta­rá que sus intereses nacionales sean ignorados. Europa tiene que revisar su posición. Las adminis­traciones de Clinton y de Bush empezaron unos juegos geopolíti­cos que han abierto nuevas lí­neas de división en el continente. Siento que EE UU no haya sido un buen consejero de Europa en estos años. Los europeos debería­mos decir a.los amigos estadouni­denses que reconocemos sus lo­gros y su poder, pero que no acep­tamos su liderazgo. No aceptare­mos instrucciones de política in­ternacional o económica. Las directríces que dio el FMI a Rúsia a principio de los noventa fueron un desastre.
P. ?Hacia dónde habría que ir entonces?
R. Europa debería impulsar una nueva arquitectura de seguri­dad europea con la constitución de un Consejo de Seguridad conti­nental. Un directorio en.el que estén representadas tódas las na­ciones europeas y, por ejemplo, con poderes para acciones de mantenimiento de la paz. Asi sal­dríamos de una situación en la que EE UU domina la agenda. Algo asi estaba sobre la mesa en 1990, pero Occidente creyó que había ganado y decidió no cumplir sus promesas. No sólo EE UU. Es la primera vez que lo digo, pero Alemania también tie­ne que asumir sus responsabilida­des. Cumplíó los tratados bilate­rales con la !JRSS, pero en el foro de la OTAN apoyó la expansión.

(...)

Se puede confiar en una Rusia responsable si se la trata como un socio a la par. Tenemos experiencia, historia, potencial para competir en el mundo. No bailaremos al ritmo de la música de otros. Da igual que sea jazz u otra. Rusia tiene su propria música.


quarta-feira, 24 de setembro de 2008

AGNÓSTICOS DA TEOLOGIA DE MERCADO

Ontem, aqui, no DN, o prof. Adriano Moreira publicou um excelente artigo, como sempre, para ler na integra.
Dele aqui um trecho:
É digno de registo que os anúncios e as análises narrativas da economia real, das suas insuficiências, dos alarmes, e das consequências negativas, de regra são benevolentes ou simplesmente nunca incluem a responsabilidade dos programadores, das tecnocracias supranacionais, da suficiência técnica e científica das instâncias de apoio à governação, dos reguladores dispensados de assumir erros de intervenção em benefício da contribuição para a análise fria dos desastres. A mão invisível é a mais notada dinamizadora da narrativa global, e a conjuntura, de preferência externa, assume a sua parte no que toca aos inconvenientes domésticos. As intervenções da ONU parecem cada vez mais heréticas em relação à teologia de mercado, quando, em nome das "numerosas pessoas" carentes, exigem política, coordenação de políticas, responsabilidades políticas assumidas, mais atenção às realidades do que às teorias de apoio.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

VISÕES

Num artigo também publicado no Journal of Public Economics, deparei com uma visão bastante mais crua sobre o assunto. Francesco Casellia e Massimo Morelli, professores em Harvard e em Ohio, consideram duas dimensões na qualidade de um político: honestidade e competência. Como os cidadãos competentes têm maiores probabilidades de sucesso numa carreira privada do que os incompetentes, é de esperar que os mais inaptos se sintam mais atraídos por uma carreira política. Ou seja, os profissionais capazes têm mais a perder ao abandonar o sector privado. Considerando a outra dimensão, a da honestidade, mais motivos existem para preocupações. Sendo incontestável que ninguém enriquece, honestamente, com a política, também não deixa de ser verdade que é possível auferir grandes dividendos se os cargos forem exercidos desonestamente. Isto significa que, em termos comparativos, os corruptos têm mais a ganhar com uma carreira política.
De Luís Aguiar-Conraria, no blog «A destreza das dúvidas». A ler tudo aqui .

domingo, 21 de setembro de 2008

PRAGA. COME-SE BEM NO PASSEPARTOUT

Praga é sempre uma cidade a visitar. Mas para alternar com a comida checa, que é boa, embora não faça o nosso estilo, há que escolher um restaurante que nos agrade ao apetite e seja acolhedor. Recomendo o Passepartout. Aqui têm o site: http://www.passepartout.cz/ . Especialmente recomendo o “soufflé à la pistache” para sobremesa. Divinal.
O NOSTRESS também é um restaurante recomendável.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

DEMOCRACIAS NÃO CONVENCIDAS

Um dos problemas de implantação de um sistema democrático em qualquer país é que este tem de ser consequência de um desejo sincero do seu povo. Por isso, democracia no Iraque, ou em muitos países africanos, deixa sempre a sensação de um arremedo e de uma farsa. Quando a democracia é imposta por forças ou coacção externas nada parece. Nem será o mesmo.
Por outras palavras, o acto democrático de eleger um governo tem de partir de uma população cujo único compromisso seja para com a política. Se o compromisso é, antes de tudo, com o grupo étnico a que pertence, ou com o deus da religião que professa, então não pode haver votação politicamente válida nem governo verdadeiramente democrático.
Luís Campos e Cunha, hoje no Público, no interessante artigo "Democracia e Deus".

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A AMBICIONADA DEMOCRACIA DIRECTA. MAS IMPROVÁVEL PELO ANDAR DA CARRUAGEM

A ideia de que a democracia directa é inviável e que os cidadãos devem delegar nos representantes a defesa dos seus interesses é desmentida pela corrupção da função dos representantes: de representantes passam a soberanos, alheios aos interesses e vontade de quem os elegeu. A corrupção funcional destruíu a virtude formal da democracia representativa e tornou-a obsoleta. Por isso, agora queremos escolher os candidatos e não apenas os representantes da ementa partidária escolhidos exclusivamente pelos caciques locais, regionais, nacionais. Mas essa é apenas uma medida do novo sistema político que desejamos reforme a democracia. Não é a democracia o problema, mas a forma obsoleta que nos governa.
Outra das medidas da democracia directa é o escrutínio dos representantes pelos eleitores. Além das poucas oportunidades formais que a democracia representativa consente, existe a cidadania activa. Isto é, o cidadão intervém para além do domingo quadrianual que lhe é formalmente autorizado
Daqui retirado do blog «PORTUGAL PROFUNDO». Com a devida vénia.
E não deixem de ler no mesmo blog, aqui, o inevitável. "A economia compensa o desvario político, aproveitando o excesso de oferta de trabalho com salários mais curtos."

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

LEMBRANDO O FIM DA 1ª GUERRA

Para a Rússia, o pior não foi o colapso da URSS, a derrota do comunismo (em que muito pouca gente acreditava), o caos da economia ou mesmo a pilhagem do Estado por umas centenas de cleptocratas, que hoje se passeiam a salvo por aí. O pior foi a humilhação nacional, a arrogância com que o Ocidente tratou o império e se ingeriu durante anos na sua política interna. Putin acabou com isso e o seu sucesso vem, no essencial, da força e da dignidade que ele conseguiu devolver à Rússia. O que significa que nunca permitirá que a NATO estabeleça um "cordão sanitário" do Báltico ao mar Negro, ao longo das fronteiras da Rússia. Para Putin e Medvedev, as loucas viagens da sra. Rice e do sr. Cheney são puras provocações. É preciso que a América compreenda rapidamente esta verdade básica.
VPV, no Público de 13 de Setembro de 2008.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

terça-feira, 9 de setembro de 2008

PENSAR GEOESTRATÉGIA

É o que está claro no artigo de Costa Martins «Guerra surda EUA-UE: um legado envenenado», publicado no Público de 4 de Setembro passado. Eis um trecho.
(...)os EUA definiram como estratégia o controlo das grandes plataformas petrolíferas internacionais para, através do preço do petróleo, condicionarem a competitividade dos produtos da UE (considerada como o seu principal adversário no âmbito económico--financeiro) e travarem o desenvolvimento da China e da Índia, que começava a despertar com visibilidade.Depois do fracasso da invasão do Iraque, foi, recentemente e de forma concertada, anunciado um pretenso ataque ao Irão e, nos bastidores, foi, com o apoio dos EUA segundo tudo indica, decidida uma acção militar da Geórgia, na Ossétia do Sul, e elaborado um acordo entre os EUA e a Polónia, para a instalação de mísseis neste país.
Entretanto, Bush declarou pretender lançar mão da exploração do petróleo nacional para satisfação das necessidades energéticas dos EUA, que, dessa forma, eliminariam a sua dependência relativamente ao petróleo externo, criando, assim, condições para que a economia norte-americana não fosse afectada negativamente pela desestabilização das zonas petrolíferas externas, enquanto outras economias seriam profundamente prejudicadas - particularmente a da UE, por ser bastante dependente do petróleo e gás da região caucasiana e do Médio Oriente.
Uma acção militar da Geórgia na Ossétia do Sul, envolvendo a morte de um número palpável de cidadãos russos, para mais sendo alguns deles militares, levaria, obviamente, a uma intervenção militar da Rússia.
A Administração Bush pensou que uma vigorosa acção diplomática dos EUA, apoiados na NATO, e uma eventual movimentação de forças navais da NATO nas águas territoriais da Geórgia levariam a que a Rússia circunscrevesse a sua intervenção à região da Ossétia do Sul e que uma tal situação permitiria que a Geórgia - entretanto fortemente armada pelos EUA - respondesse militarmente aos russos, originando uma profunda e duradoura desestabilização da zona, por onde passam importantes oleodutos e gasodutos que transportam petróleo e gás caucasiano que abastecem uma boa parte da energia de que a UE necessita.
Se a UE acompanhasse a posição dura pretendida pelos EUA (via NATO), agravada pelo acordo já previamente preparado pelos EUA e pela Polónia para a instalação de mísseis neste país, acintosamente assinado durante o desencadear da crise criada com a acção militar da Geórgia na Ossétia do Sul, provocaria um endurecimento da reacção da Rússia, que, provavelmente, incluiria o corte do fornecimento de gás russo à Europa.
A determinação na acção diplomática e a rapidez na actuação de Sarkozy, em representação da UE, foi determinante para evitar uma maior deterioração nas relações da UE e da própria NATO com a Rússia.Mas o acordo assinado pelos EUA e pela Polónia para a instalação de mísseis neste país constitui um legado envenenado da Administração Bush à próxima Administração americana e à UE (via NATO), perturbador da segurança e cooperação na Europa e da própria coesão e unidade da UE.
Qualquer tentativa de implementação do acordo constituirá um sério factor de perturbação no relacionamento da Rússia com os EUA, com a NATO e com a UE, e do próprio entendimento entre os seus membros, originando conflitos internos que terão tendência a agravar-se e a dificultar seriamente a concretização dos objectivos do Tratado de Lisboa, parecendo lógico interrogarmo-nos se não haverá ligação entre o acordo agora assinado e a inesperada atitude assumida pela Polónia aquando da assinatura do Tratado de Lisboa!
E num agravamento das relações da UE com a Rússia estará sempre presente um eventual corte do fornecimento de energia russa (particularmente gás) à Europa.(...)

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

SINTO-ME ASSIM




Enleado para os céus.


sexta-feira, 5 de setembro de 2008

CLARISSIMO

A economia portuguesa não é dinâmica nem inclusiva. Não é inclusiva, porque deixa muita gente de fora dos benefícios do crescimento, nem é dinâmica, como sabemos. Os grandes grupos económicos não são hoje muito diferentes de há 20 ou 50 anos.
(...)
Argumenta Phelps que uma sociedade justa exige uma economia que funcione bem e esta requer que seja dinâmica e amplamente inclusiva. Mais ainda, como veremos, o dinamismo de uma sociedade não conflitua com a capacidade de inclusão das pessoas, mas, pelo contrário, é complementar. Por último, a exigência moral de uma economia dinâmica e a exigência de uma economia inclusiva decorrem dos mesmos princípios morais de justiça.

Luís Campos e Cunha no seu artigo «Economias dinâmicas e inclusivas», hoje no Público.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

SINTO-ME ASSIM


NUVENS

Que os pássaros da preocupação voem sobre a tua cabeça, isso não consegues mudar.
Mas que eles construam ninhos no teu cabelo, isto podes prevenir.


PROVÉRBIO CHINÊS