domingo, 27 de agosto de 2006

E OS EX-COMBATENTES?


Anteontem ouvi, numa rádio, o General Loureiro dos Santos a referir-se à questão do envio de tropas para o Líbano. Na teoria e em abstracto até estou mais ou menos de acordo com o que o general exprimiu. Na prática, e no caso português, discordo.
Porque este empenho para Portugal participar em missões internacionais só serve a intenção de exibir alguma utilidade para as forças armadas. E o país não tem capacidade financeira para o fazer sem exigir ainda mais sacrifícios a uma população que já tem o pior nível de vida na União Europeia. E que para fazer qualquer coisa tem de se humilhar a pedir viaturas emprestadas, como foi o caso do Iraque. As forças armadas buscam desesperadamente acções que justifiquem as suas mordomias.
E não se vê empenho em exigir as devidas compensações aos ex-combatentes. Não se faz justiça aos ex-combatentes. Ao contrário de outros países as forças armadas portuguesas ignoram os ex-combatentes, pois só estão preocupadas é com as suas mordomias. Ignoram o país. Como tal não há razão para o país se sacrificar para manter umas forças armadas que, na minha opinião, já nada significam para o país, pois divorciaram-se do país. E o nosso vizinho é a Espanha. Se se fizer a comparação nem dá para pensar mais nas nossas forças armadas. Poupava-se logo mais do que suficiente para se pagar uma pensão muitíssimo justa aos ex-combatentes, para se poderem reformar em tempo útil, embora não tão útil como as saborosas passagens à reserva. E acabava-se com situações de injustiça face aos trabalhadores, que são, afinal, os sacrificados para se manter o país à tona, os únicos produtivos.

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