domingo, 4 de junho de 2006

OS MONSTROS QUE A DEMOCRACIA INCREMENTA

A democracia é um sistema cheio de vulnerabilidades. Ao querer assegurar todos os direitos e todas as garantias, permitiu que os agentes do mal usassem esses direitos e garantias para prossecução dos seus intentos. A democracia (e refiro-me sempre ao modelo ocidental) permitiu que os lugares de decisão política fossem ocupados por pessoas que não visam o bem-estar da sociedade, pois visam os seus interesses e os das organizações pouco nobres que servem e a que estão sujeitos.
A corrupção é fruto do que acabei de expor.
Mas é a democracia ocidental e as suas sociedades que incrementam o mal. Senão vejamos. O tráfico de mulheres, esse comércio ignóbil, só é possível porque existe um mercado no seio das democracias ocidentais para esse negócio. São as sociedades das democracias ocidentais, mais ricas, que alimentam esse tráfico. A droga é também um negócio canalizado para onde há dinheiro que possa alimentar um tráfego sempre incrementado. A pornografia é outra mercadoria que resulta num negócio altamente rentável. A indústria do entretenimento também explora todas facetas possíveis de renderam dinheiro fácil. E tudo isto com a permissividade das democracias, que por debilidade alimentam todas as formas de rentabilizar os investimentos do dinheiro. A democracia cedeu nos princípios, irá ceder nos objectivos. Vai sucumbir às mãos de quem defendeu. Não quero ser moralista nem catastrófico. Mas lembro-me sempre da decadência do Império Romano e das suas consequências. A regressão na evolução social e do conhecimento que se seguiu à queda do império, teve custos pesados para a Europa. O padrão de desenvolvimento de aquisição de conhecimento, de progresso das artes, de aplicação do direito, enfim, de elevar a dignidade humana levou muitos anos até ser de novo atingido. Os romanos entraram em decadência por excesso de bem-estar. Às sociedades ocidentais parece acontecer o mesmo. Vamos a ver como resulta.
Colombine, pedofilia, esta semana os miúdos que, na Grécia, mataram e queimaram outro, o desemprego, a xenofobia, os radicalismos, mais pedofilia (quase sempre homossexual masculina), redes de prostituição, mais mortes aqui e ali e os benditos dos telejornais a banalizarem tudo isto, servidos ao jantar como sobremesa. Que mundo a democracia ocidental criou ou subverteu. Eu sei que as pessoas se demitiram dos seus deveres de cidadãos e, com isso, permitiram que os agentes do mal se apossassem desses seus deveres. E agora estão os cidadãos presos e acobardados, acantonados nas suas casas, quase sempre com medo da rua, da noite, dos transportes e da própria sombra. Deixaram de ler, de apreciar arte, deixaram de se cultivar. Presos da sua própria inércia. E as consequências estão por aí à espreita da oportunidade de dominarem. Acaba de ser criado, na Holanda, um partido que defende a pedofilia e que pretende legalizar uma série de procedimentos tidos como ilegais e imorais. A seguir outros partidos de outras coisas não menos ortodoxas surgirão. Depois surgirão os radicalismos. E a democracia anda a incrementar todos estes monstros, porque lhes defende, na sua santa ingenuidade de pugnar por princípios, os direitos das suas aberrações. A democracia gerou em si os seus próprios cancros.

1 comentário:

thorazine disse...

Em relação à aberração do partido só posso lamentar, não a sua existência mas sim o seu conteúdo! Defendo bastante a liberdade de expressão. A liberdade de exprimirmos verbalmente tudo o que a nossa sabedoria ou estupidez possa atingir. Por isso, para ser coerente, não posso ser a favor da censura de um partido. A unica censura que aceito será sim ao fascimo por, obviamente, ser antagónico de liberdade. Em relação ao resto, tenho de "tolerar" por mais sem nexo, sem escrupulos que seja o conteúdo das suas ideias.

Acho que são, como diz, uns monstros criados pela democracia. Mas, na minha opinião, são bem melhor controlados pelo povodo que pelos do que pelos tiranos, pelos homens de poder, pela censura.

Sou a favor que se condenem severamente os actos. Sou totalmente contra que se censuram meras ideias.