«O sofrimento do homem índio, ao assistir à morte do seu modo de vida, nunca foi inteiramente compreendido pelo homem branco, e talvez nunca o venha a ser. Quando Black Elk, um profeta dos Sioux Oglala, fala da «beleza e singularidade da terra», refere-se à veneração do meio ambiente quotidiano, um meio ambiente que se encontrava numa integral interdependência com a vida do Índio. A destruição dos rebanhos selvagens e a invasão das terras ancestrais conduziram à degenerescência e à morte duma certa forma de vontade e dum certo estado de espírito dos povos índios. O que os Índios eram não poderia, sem um empobrecimento espiritual grave, ser separado do seu habitat e do modo como nele viviam.
Os Índios, neste livro, falam por si mesmos da qualidade de vida que era a sua. As passagens apresentadas provêm de discursos e, mais recentemente, de artigos de índios que vivem em todas as regiões do continente norte-americano, entre os séculos XVI e XX. Referem-se sempre com uma atenção respeitosa à terra, aos animais, aos objectos que constituíam o território onde viviam; não viram mérito nenhum no facto de imporem a sua própria vontade àquilo que os rodeava; a quase totalidade dentre eles considerava a propriedade privada como o caminho conducente à pobreza, e não à riqueza. A sua razão de viver identificava-se com as suas relações recíprocas, e as suas relações com a terra natal; a memória dava profundidade e ressonância a este conjunto.»
Os Índios, neste livro, falam por si mesmos da qualidade de vida que era a sua. As passagens apresentadas provêm de discursos e, mais recentemente, de artigos de índios que vivem em todas as regiões do continente norte-americano, entre os séculos XVI e XX. Referem-se sempre com uma atenção respeitosa à terra, aos animais, aos objectos que constituíam o território onde viviam; não viram mérito nenhum no facto de imporem a sua própria vontade àquilo que os rodeava; a quase totalidade dentre eles considerava a propriedade privada como o caminho conducente à pobreza, e não à riqueza. A sua razão de viver identificava-se com as suas relações recíprocas, e as suas relações com a terra natal; a memória dava profundidade e ressonância a este conjunto.»
Teri C. McLuhan, in " A Fala do Índio".
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