Recomendo, e muito, a leituta do artigo "Leituras Equívocas" de Adriano Moreira, publicado no DN de 29-01-2008. Aqui fica um trecho:
As leituras respectivas da conjuntura parecem estar a revelar-se equívocas: equívocas quanto à sustentabilidade do unilateralismo assumido pela antiga liderança americana, que dá sinais de uma relação fragilizada entre as capacidades humanas e financeiras disponíveis para apoiar a dimensão dos objectivos assumidos; equívocas quanto à sustentabilidade de que o reassumido nacionalismo do Kremlin necessita para concretizar o conceito estratégico que mais vai revelando pelas acções do que por uma clara enunciação.O resultado inquietante é que as intervenções desenvolvidas por cada uma dessas potências, que foram responsáveis pelo equilíbrio da guerra fria, não podem isolar-se do globalismo estrutural. Ambas terão de reconhecer que as suas decisões soberanas não evitam que esse globalismo, para o qual contribuíram decisivamente, se tenha convertido num condicionamento severo da sua circunstância. Pelo que de novo se cruzam e embaraçam os trajectos que assumiram, pelo que toca ao perigo para a paz geral que nasce das leituras equívocas a servirem de promessa às políticas nacionalistas.
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