quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

OBAMA NOMEOU UM GENERAL COM CARISMA PARA OS ASSUNTOS DOS VETERANOS. E POR CÁ?

O silêncio sobre os ex-combatentes. O esquecimento, a incúria, até mesmo a ingratidão. A semana passada morreu o Vasco. Mais um entre muitos que foi desprezado pelo país, esquecido pelo Estado, e sobretudo ignorado pelas Forças Armadas, que bem serviu. O stress de guerra e o álcool não são uma boa combinação.
O sr. Miguel Monjardino, que respeito como o faço a qualquer cidadão, escreveu no Expresso de 28.04.2007 "que a sociedade lusa não valoriza o papel dos seus militares". Presumo que o sr. Miguel Monjardino não serviu nas fileiras antes de 1975 e, como tal, nunca foi um ex-combatente. Eu já por aqui tenho escrito que o facto de não se honrar os que lutaram pelo país e as memórias dos que pereceram, como o fazem noutros países, e agora temos o exemplo da preocupação de Obama, tem consequências. E julgo que o sr. Monjardino não percebeu que nessa sociedade lusa estão os ex-combatentes e suas famílias e amigos, os esquecidos. O sr. Monjardino fala dos militares actuais, os que nunca passaram por nada parecido com que os outros passaram, e só com pré, nada de vencimentos luxuosos da actualidade. E a frase com que encerra o seu artigo tem muita acuidade: "Mais tarde ou mais cedo, o preço a pagar pelo nosso desinteresse e esquecimento será muito elevado". Mas a questão é que isto é aplicado sempre. Não pode ser só aplicado aos que serviram a partir de 1990, e os outros, os esquecidos, que se lixem. Pois é esta postura que tem um preço. Se até já nem o Lar de Veteranos Militares é para os veteranos militares, mas sim só para o QP. Os esquecidos ainda não estão todos mortos e vão lembrando, sempre, o desprezo a que foram votados. E essa lembrança tem custos. Que o sr. Monjardino não teve em conta, porque também olvidou os ex-combatentes.

Sem comentários: