A GENTE PORTUGUESA, AMOROSA, contemplativa sonhadora, com esse inesgotável fundo de quimera que lhe ficou da tradição religiosa,do ensino das visões místicas, do maravilhoso dos milagres e da alucinação do inferno, é notàvelmente própria para produzir de entre si engenhos excêntricos, onde a imaginação sobreleve e se imponha ao simples bom-senso, dando a realidade narrativa ao pesadelo, numa harmónica rrespondência com o feitio da alma popular, que, na sua miragem coiectiva do sebastianismo, procurou nos versejadores anónimos o estilo com que convinha fixar a sua fantasmagoria.
BRUNO SAMPAIO, in "A Geração Nova"
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