Já me tenho por aqui repetido sobre a injustiça que é o tratamento e a consideração votada aos ex-combatentes. Ou seja, consideração nenhuma e tratamento insultuoso, porque me lembro sempre daquela importância ofensiva que é um tal de subsídio aos que estiveram no ultramar, como complemento às suas reformas. Degradante. Sobretudo se comparado com as reformas chorudas de politicas incompetentes e que nunca fizeram nada pela pátria.
Houve uma cerimónia, na Liga dos Antigos Combatentes, com os condecorados com A Torre e Espada, a propósito dos 200 anos desta condecoração. Sobre ela “passo a palavra” ao general Chitas Rodrigues. E o destaque azulado é da minha responsabilidade.
Este é o editorial de “O COMBATENTE” nº344, assinado pelo Tenente General Chitas Rodrigues
CRITÉRIOS CENSURÁVEIS OU CENSURA CRITICÁVEL?
Um batalhão de fotógrafos, imprensa e televisão compareceu na sede da Liga dos Combatentes no dia 13 de Maio. Visitava a Liga dos Combatentes, por ocasião do Bicentenário da Ordem da Torre e Espada Valor Lealdade e Mérito, Sua Excelência o Presidente da República.
A Liga iria homenagear os cidadãos portugueses condecorados com a Ordem da Torre e Espada e entregar-lhes o Diploma de Membros Honorários. Presentes, para além de alguns convidados, 15 portugueses, a quase totalidade dos cidadãos vivos agraciados e quinze instituições em cujo estandarte reluz a Ordem da Torre e Espada.
Entre os presentes, o General Ramalho Eanes e o Dr. Jorge Sampaio, Grandes Colares da Ordem.
Cerimónia única, de grande dignidade, evocativa de valores históricos e dos feitos dos nossos maiores.
Os órgãos de comunicação social (CS) trabalharam e tudo registaram. Qual foi o destino do produto final desses trabalhadores? Devem sentir-se frustrados! Nada verteu para o papel, o ouvido ou o olhar do cidadão!
Como compreender os critérios de uma CS que omite noticias (imprensa e rádio) ou fá-lo de maneira ofensiva da instituição que a recebe em sua casa (ver noticiários televisivos do dia!), referentes a uma cerimónia de comemoração dos 200 anos da Ordem da Torre e Espada, a que preside Sua Excelência o Presidente da República e onde estiveram presentes três dos quatro Presidentes da República pós 25 de Abril e a esposa do quarto, Jaime Neves, Marcelino da Mata, Lousada e tantos outros. Cerimónia rara onde se reuniu o conjunto de cidadãos que, ostentando a Ordem da Torre e Espada, a condecoração mais prestigiada do país, se perfilam entre os que mais influenciaram a História de Portugal nos últimos 50 anos e alguns deles influenciaram mesmo a História da Humanidade.
Quais os objectivos de certa CS que insiste em trazer aos portugueses os valores do medíocre e do acabrunhante e omite os feitos dos que da lei da morte se libertaram?
Como diz José António Saraiva, no Sol de 17/5/08, acerca da CS "um tema destes 'não' fazer manchete na imprensa dita 'séria' cobre-nos de ridículo e ilustra bem o estado do país".
Se o país vai mal como a dita CS revela sistematicamente aos portugueses, deve-se certamente a muitos de nós, mas em muito maior percentagem a uns do que a outros.
E aos critérios censuráveis ou à censura criticável de alguma CS, começa a dever-se bastante quanto ao actual estado anímico dos portugueses Honra ao Prof. Doutor João Carlos Espada que, na sua crónica do Expresso de 17/5/08, escolheu o tema para testemunhar a importância da Ordem e a dignidade e significado da cerimónia.
Honra à generalidade da imprensa regional do Portugal Profundo.
Estranho nos pareceu o silêncio ensurdecedor que caiu sobre a visita de Sua Excelência o Presidente da República à Liga dos Combatentes com a finalidade referida, sabido que, como diz o editorial do DN de 20 de Maio de 2008 "Cavaco decidiu mostrar o país que faz bem. Pôr os holofotes que ele sabe que o seguem, no que Portugal tem de melhor. Uma bela ideia."
Caros Combatentes e Membros da Liga dos Combatentes:
Só o fogo ardente
Abate o corpo
Que não a alma
Do Combatente!...