quarta-feira, 8 de outubro de 2008

INSULARIDADE (II)

Ontem foi tema interessante dos noticiários a questão do hóquei juvenil e da discriminação a que os Açores foram sujeitos pela Federação. É certo que movida por motivos financeiros. Mas é a insularidade. Quem defende os interesses dos Açores? Dos que vivem nos Açores? Outra questão nunca defendida é a discriminação salarial e de categoria profissional que as empresas nacionais fazem aos trabalhadores seus, mas que laboram nos Açores. Ninguém os defende, ninguém zela pelos seus interesses. É pura discriminação, que fere preceitos constitucionais. Mas decorre da insularidade.
Mas depois há o seu contrário. O Campeonato Regional de Ralis tinha, atribuído pelo Governo Regional, um prémio para o vencedor anual do campeonato. Mas só se fosse nascido nos Açores. Julgo que isso já foi corrigido. E houve um ano que, julgo eu, não foi entregue. Discriminação inversa. Mas muito aplaudida por alguns círculos locais. (Este ano o Campeonato foi ganho pelo Ricardo Moura, que felicito, e a quem desejo que voe mais alto, noutros campeonatos, para não ficar confinado a esta insularidade desportiva). Só que esta insularidade, o auto isolamento, tem custos. A realidade do ensino dos cidadãos surdos, que eu conheço bem, é vitima de uma autonomia, que os segregando dos modelos evoluídos aplicados no Continente e na Madeira, lhes provoca insucesso. É fruto da insularidade. E também de uma mediocridade. E como referi no INSULARIDADE (I) o auto isolamento não conduz a nada de bom para quem vive nos Açores.

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