sexta-feira, 27 de março de 2009

BRILHANTES

Mandaram-me, hoje, por mail, esta frase:

Sendo a velocidade da luz superior à velocidade do som, é perfeitamente normal que algumas pessoas pareçam brilhantes até abrirem a boca...

quarta-feira, 25 de março de 2009

DISTRACÇÕES

Ultimamente tem-se falado muito da fraca, ou fraquissima, qualidade dos governantes, em geral, por esse mundo. Esta crise global não apareceu por obra e graça do Espiríto Santo de um momento para o outro. Foi-se anunciando. E fez testes de exibição para prenunciar a sua chegada. Muita gente por esse mundo, mais esclarecida e competente na matéria, entendeu-a e anunciou-a. Mas todos, absolutamente todos, tentaram ignorar. Enfim, ninguém gosta de chatices. Mas leiam agora este trecho em que se anuncia claramente a crise, com causas, consequências e remédios. É do livro «A ERA DA FALIBILIDADE», de George Soros, e foi escrito em 2006. Se há políticos que não lêem jornais, muito menos leram este livro.

PERSPECTIVAS ECNÓMICAS
Na altura em que escrevo este livro, a economia global encontra-se estável. Existem alguns desequilíbrios, fundamentais, dos quais os mais fulgurantes são o défice comercial dos Estados Unidos e o excedente comercial asiático, mas estes desequilíbrios podem durar por tempo indefinido, porque quem está disposto a pedir emprestado encontra sempre alguém disposto a emprestar. Não há sinais de uma crise financeira e os mercados globais têm sido notavelmente flexíveis para absorverem os choques, como o aumento do preço do petróleo. As autoridades financeiras estão seguras de que, com uma boa supervisão financeira, os mercados podem cuidar de si mesmos. Talvez a única nuvem no horizonte seja o facto de alguns países em desenvolvimento, como a Indonésia, a África do Sul e vários países da América Latina, não se estarem a desenvolver suficientemente depressa para satisfazerem as aspirações do povo; estão assim criadas as condições, para o descontentamento político, mas as autoridades financeiras internacionais não parecem qualificadas para abordar o problema.
Penso que a calma actual não vai durar muito. Como já disse, acredito que a economia global tem sido sustentada por uma explosão imobiliária que adquiriu as características de uma bolha. Em alguns países, sobre tudo no Reino unido e na Austrália, a bolha decresceu, mas daí não resultaram perturbações sérias. O consumo caiu, mas uma diminuição modesta das taxas de juro foi suficiente para estabilizar os preços das casas e o consumo. A isto chama-se uma aterragem suave, que encorajou as autoridades a pensarem que o mesmo acontecerá nos Estados Unidos. Tenho uma opinião diferente. Há razões para acreditar que o abrandamento dos preços das casas nos Estados Unidos terá repercussões mais severas do que nos outros países. Uma das razões é a dimensão absoluta da economia dos Estados Unidos. Um abrandamento nos Estados Unidos terá repercussões na economia global, mas a Austrália e o Reino Unido são demasiado pequenos para que um abrandamento produza grandes efeitos. Outro factor é o facto de, nos Estados Unidos, o aumento dos preços ter sido acompanhado pelo aumento do volume da construção, enquanto que, no Reino Unido, a construção se manteve estável. Isto criou um excesso de oferta nos Estados Unidos, que levará tempo a estabilizar. Por último, nos Estados unidos, as condições de crédito foram mais facilitadas do que em qualquer outro lado e estão agora a ser revistas. Todos estes factores combinados irão assegurar que os preços das casas, quando abrandarem, não voltem a subir muito em breve. Como já referi, prevejo que a aterragem suave inicial se transforme numa aterragem dura quando o abrandamento não parar. Um abrandamento nos Estados Unidos repercutir-se-á no resto do mundo através de um dólar mais fraco. E por isso que prevejo um abrandamento mundial a partir de 2007.
É claro que posso estar enganado. Já me enganei antes. Pode não ser prudente exprimir esta tese, uma vez que, depois de publicada, é difícil não voltar atrás ou modificá-la. Exprimo-a como exemplo do género de perturbação que, mais cedo ou mais tarde, irá ocorrer. O que pretendo dizer é que a economia global está sujeita a perturbações periódicas e que será necessária a cooperação internacional para manter essas perturbações dentro dos limites.
Mesmo na ausência de uma crise, existe algo de perverso na constelação actual. As poupanças do mundo são canalizadas para o centro para financiarem o consumo excessivo do maior e mais rico país, os Estados Unidos. Isto não pode continuar por tempo indefinido e, quando acabar a economia global irá sofrer uma insuficiência de procura. Os países asiáticos que estão a financiar o excessivo consumo americano fariam bem em estimular o consumo doméstico, mas, mesmo que o consigam fazer, poderá haver uma carência temporária. As autoridades financeiras internacionais deviam fazer planos de contingência, mas não vejo sinais disso2a. No passado, propus que o Fundo Monetário Internacional emitisse Direitos Especiais de Saque (DES), em que os países ricos reservam as suas dotações para a ajuda internacional. Há dificuldades técnicas _ os DES exigiriam dotações orçamentais _, mas, se a minha previsão de um abrandamento global em 2007 se realizar, trata-se de um esquema que deve ser agora implementado.

sexta-feira, 20 de março de 2009

MEMÓRIAS


Ando cada vez mais longe da ilusão. Lembro-me melhor, hoje, de muitos jovens, ligeiramente mais velhos do que eu, que nos idos anos de 60 do século passado se assumiam como lutadores de vários ideais. Hoje reconheço-os como agentes políticos, militantes de organizações políticas que se empenham em preencher a governabilidade. Para além da idade, o que difere na actuação de cidadania desses indivíduos desses idos anos até hoje? Tudo. E sobretudo o terem ignorado os ideais. Esquecido as pessoas, e o país, foi a consequência de terem ignorado os ideais. Em que é que se tornaram? À vista desarmada em veneráveis abastados. Parece que era isso que, afinal, ambicionavam. O que, ou quem, sacrificaram? Ou trucidaram? Que cada um visite a sua memória e reconstrua o filme. Estão lá todas as respostas. E revejam aquela excelente série italiana, «O POLVO». Tem tudo a ver.

terça-feira, 17 de março de 2009

RESPEITO

O respeito pelo esforço dos pequenos agricultores, que sobram, das pequenas, médias, e grandes empresas, exige a entrega de uma responsabilidade política confiável a quem mobilize o regresso convicto a essa actividade, e assegure que a frustração não é a recompensa da confiança depositada nas directivas. É um esforço que implica esquecer passadas decepções, e o abandono de terras, lugares, e colheitas, a favor do regresso a solidariedades comunitárias, a um sentido de responsabilidade participado a favor do bem comum. A falta de reserva estratégica alimentar, e as consequências inevitáveis dessa carência, exigem estarem presentes na previsão governativa do presente.
Adriano Moreira, hoje, no DN, no artigo os pobres.
O prof. Adriano Moreira foca uma exigência, a responsabilidade política confiável. Eu tenho dúvidas, e não me refiro só a Portugal, se há política, e respectivos agentes, em que se possa confiar. Sobretudo se há pessoas para se confiar na política. De facto a frustração tem sido a recompensa da confiança. Eu não sei se consigo confiar num politico. Não sei mesmo. Só vejo gentinha mediocre.

sexta-feira, 13 de março de 2009

SABER E FAZER

O Comandante Virgílio Carvalho tinha, segundo interpretação minha, a noção que o país já não tinha estratégia alguma. Pelo menos os governantes não tinham noção nenhuma sobre isso. Então actualmente é um deserto desse entendimento na governança. Tudo o que ultrapasse a obtenção de tachos e aumentos de pecúlios transcende a capacidade de reciocínio desse pessoal. Tem a ver com os cursos universitários de que conseguiram obter diploma e com a esmola politica que é a ocupação de lugares na administração pública.
Aqui deixo um pequeno trecho do Camandante Virgílio Carvalho:

A Tecnologia é hoje um importante elemento de influência, de prestígio e liberdade de acção dos países, mas também pode ser de sujeição, mormente se não for desenvolvida numa perspectiva de reforço do poder nacional. Não chega, pois, o saber pelo saber, nem sequer o saber para fazer. É indispensável que saber e fazer tenham objectivos definidos enquadrados na Grande Estratégia Nacional, principalmente num país como Portugal, cuja importância geoestratégica o torna alvo de cobiças.
in " O MUNDO, A EUROPA E PORTUGAL - II Volume"

quarta-feira, 11 de março de 2009

O NOSSO PROBLEMA

O nosso problema é que tal como no mundo exterior, temos os nossos direitos adquiridos. E desde que exista o elemento de egoísmo, não descobriremos o caminho. Cada um de nós quer que o Mestre desça até si; mas o que não aprendemos foi que, mesmo como imaginamos, se Ele descesse das nuvens, seríamos incapazes de O servir, porque não nos equipámos para Lhe prestar serviço.
Jiddu Krishnamurti, in "Conhece-te a ti mesmo", publicado no «The Herald of Star » em 1925

domingo, 8 de março de 2009

PORTUGAL, PARA ONDE?



Para se entender Portugal é imprescindível ler três autores. O comandante Virgílio de Carvalho com os seus dois volumes de «O Mundo, A Europa E Portugal». O professor Adriano Moreira com toda a sua obra dos últimos 40 anos, incluindo as suas quase memórias. O Dr. Franco Nogueira com a sua obra «Juízo Final». Depois pode-se complementar com artigos de imprensa, dos quais recomendo Vasco Pulido Valente, António Barreto, Luís Campos e Cunha, Mário Crespo, Ricardo Araújo Pereira, nunca esquecendo de ler, ou ouvir, o que Medina Carreira e Silva Lopes expõem.
VPV tem uma frase no seu artigo de 6.03.2008, no Público, que elucida bem que Portugal não evolui. E como tal caminha para um abismo, que pode muito bem exceder o tal conceito de "estado exíguo" a que se refere Adriano Moreira. E a frase é: Mesmo com mais de 30 anos de democracia e 20 de "Europa" a saloiice indígena continua sólida.
Claro que ler, estudar e entender é uma coisa; agir e ser decisivo é outra. E os portugueses de agora sentem o país como parte integrante da sua individualidade?