E já há muito tempo. De um blog muito interessante, dos ex-combatentes na Guiné, que os mais novos deveriam consultar para aprenderem, aqui, tirei a seguinte transcrição:
Não trouxeram o corpo do Viegas para Mansoa, meteram-no na urna e seguiu de barco para Bissau. Tenho sido eu a tratar das coisas dele, fui-lhe mexer na mala e fazer o espólio de todos os seus pertences para enviar à família. Possuía tão pouco, algumas quinquilharias e uma roupita tão pobre! O povo português vai morrendo, o nosso David foi apenas mais um.
Os ex-combatentes não foram bem ouvidos pelo país. E o país está hoje a pagar por isso. Claro que os políticos, jovens e ambiciosos, sem escrúpulos e sem convicções, não gostam dos ex-combatentes nem do que eles dizem. Nem querem saber do que eles sentem. Não percebem que os ex-combatentes sentem Portugal. Os soldados sempre lutaram para dar tempo e espaço à política, a fim de resolver os problemas. Infelizmente os políticos, ou por incompetência ou por má-fé, ou ainda por estupidez, não resolvem. Sobretudo sempre tem faltado aos políticos, em Portugal e não só, a visão estratégica e geoestratégica para as boas decisões pacíficas e de desenvolvimento. Que tem de ser global. Até lá, até se atingir esse patamar, continuará a haver guerras, má distribuição da riqueza e muito sofrimento para muitas populações. Melhores políticos necessitam-se para este planeta. E novos modelos. Este modelo de democracia que se quer impor e dinamizar por todo o lado já provou que, facilmente, fica nas mãos de corruptos e vigaristas. Que depois manipulam as regras da democracia a seu belo prazer e impunidade. É um bug deste modelo de democracia, que permite a falha da segurança das regras e, como consequência, a minagem a partir do seu âmago.
Do excelente blog dedicado a António Quadros, com link aí ao lado, remato com esta citação, de lá extraída, do post de 26/1/2010 :
Só o futuro tem realidade atêntica (sic), porque lhe fazemos face constantemente.