No desaparecimento do cidadão António Feio, que não conheci, fica o seu legado como actor, e muito mais no teatro, que eu conheci. Do cidadão que falem os amigos. Do actor posso falar, pois era um excelente actor, e sobretudo um brilhante cómico. Fico-lhe devedor de alguns momentos que apreciei, bastante, na minha vida.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
quarta-feira, 28 de julho de 2010
OS ALERTAS, POR VEZES, ACELERAM.
Ontem, Adriano Moreira, sempre brilhante no raciocínio, disse isto no Especial Informação do TVI24. Os alertas estão sinalizando. Os acontecimentos podem precipitar-se.
terça-feira, 27 de julho de 2010
3200 ESCOLAS DO 1.º CICLO FECHADAS NOS ÚLTIMOS 5 ANOS
Este é o título da notícia do DN de 24.07.10, aqui. Há dias perguntaram-me se eu ainda falo neste blog sobre geoestratégia. Quase que não falo de outra coisa. E o encerramento de escolas, nesta dimensão, é geoestratégico. Quem não percebe isso, como é o caso dos políticos que por aí pululam, não percebe disto nem de relações internacionais. Os nossos primeiros reis preocupavam-se com o povoamento. Um até mereceu o cognome de “Povoador”. Eles sabiam e tinham grandes preocupações de geoestratégia. Entre escolas, maternidades, hospitais e demais infra-estruturas se aquilata a qualidade da resistência do povoamento. Para os pitchenos que julgam que andam a aprender relações internacionais direi que é uma espécie de teste de stress bancário, como os que foram feitos agora. E então quais são as cidades importantes na faixa de 50 kms da raia? E a mesma pergunta para Espanha. E comparem. E reflictam. Depois vejam lá se conseguem perceber. Ah! Em Espanha o 1º ministro afirmou que se for necessário avançará com mais medidas impopulares. Por cá também não e o endividamento ainda piorou x% em relação ao ano passado. E a comissão permanente da Assembleia da República vai reunir de emergência, mais a conferência de líderes das bancadas parlamentares. E porque será esta diferença entre Portugal e Espanha? Será que os pitchenos conseguem entender?
sexta-feira, 23 de julho de 2010
CONTEMPORÂNEO
Le contemporain est celui qui fixe le regard sur son temps pour en percevoir non les lumiéres, mais l’obscurité.Tous les temps sont obscurs pour ceux qui en éprouvent la contemporanéité.
Giorgio Agamben, «Qu’ est-ce le contemporain?», Rivages poche/Petite Bibliothèque, 2008.
Giorgio Agamben, «Qu’ est-ce le contemporain?», Rivages poche/Petite Bibliothèque, 2008.
quinta-feira, 22 de julho de 2010
E NÃO DIZEMOS NADA
Talvez já não possamos dizer nada. Em 2007, neste post, citei Maiakovski, Brecht, Niemöller e Cláudio Humberto. Julgo que está na altura de o reler.
terça-feira, 20 de julho de 2010
JÁ ESTOU CANSADO DO PAÍS
Não vou escrever mais sobre a política do país. Poderei falar, aqui ou ali, de situações no país, mas de política não. Os meus compatriotas, que votam sistematicamente na desgraça, se encarregarão de votar em novas desgraças. Já me é indiferente. O país pode-se fundir, repartir, ou lá o que quiserem. Estoirem-se à vontade. Já me cansei de medíocres e mediocridades. E não perscruto nenhuma solução à vista. RIP.
sexta-feira, 16 de julho de 2010
AS CRIANÇAS DAS GRANDES METRÓPOLES URBANAS.
Tenho constatado, nos últimos anos, que as crianças das grandes urbes, que vivem fechadas em apartamentos, estão alheadas da realidade. Têm um percurso estranho. Vivem entre o apartamento e a creche, e depois a escola, num circuito fechado. Quase blindado. Todo o seu mundo é virtual, entre a televisão e o computador. A sua realidade é plasmada num ecrã. Depois as suas relações sociais são, basicamente, as do ecrã. A ternura e a violência vêem-lhes através ecrã. A educação dessas crianças é descartada dos pais para a escola, e desta para os pais. A escola não instrui, bem como deseduca, pois só trabalha para estatísticas determinadas pelos respectivos ministérios. A sua realidade periférica do mundo é o hipermercado. O seu mundo, de consumo, está nas prateleiras do hipermercado. Não têm noção da realidade da produção. Não têm contacto com a terra, com os ribeiros, com os animais e os vegetais. Hoje já há quintas didácticas para que possam fazer visitas de estudo para verem uma vaca, uma ovelha, uma galinha, uma couve, etc., sem que sejam plastificadas numa embalagem do hipermercado. E os programas de tv para crianças? São feitos por adultos, já fruto desta realidade, para esta realidade de crianças. Quando fazem aquelas perguntas de se já viram uma vaca, é porque eles acham isso extraordinário, porque eles mesmo nunca viram a não ser no ecrã. E não faz sentido fazer esses programas com essas perguntas para as crianças de fora das metrópoles urbanas, porque essas conhecem a realidade para além da urbe.
E os pais dessas crianças. Cansados delas? Cansados da vida que têm? Sempre na busca, com afã, do inatingível? Conversam com os filhos e têm tempos lúdicos com eles? Ou compram-lhes coisas para os manterem calados e dão-lhes a comer plasticfood para os manterem sossegados e inertes. Assumem-se como pais virtuais e dão conselhos e exemplos virtuais para explicarem a vida. Está tudo no Google. Quando não podem resolver a vida como aparece no ecrã é que começa o desatino. A vida, no dia a dia do cidadão comum, nunca é virtual.
Um bom exemplo são os que são contra o serviço militar e se declaram pacifistas. E depois jogam no PC coisas violentíssimas com batalhas tremendas, matando que se fartam. Guerreiros indomáveis no ecrã, temeratos na vida real. Lutam com abnegação no ecrã e temem defender-se na rua. Por isso se fecham, nos apartamentos, com medo da rua, esperando (e rezando) que alguém os defenda do mundo real.
Talvez um dia volte a este tema por causa da demografia, da defesa, da integridade.
E os pais dessas crianças. Cansados delas? Cansados da vida que têm? Sempre na busca, com afã, do inatingível? Conversam com os filhos e têm tempos lúdicos com eles? Ou compram-lhes coisas para os manterem calados e dão-lhes a comer plasticfood para os manterem sossegados e inertes. Assumem-se como pais virtuais e dão conselhos e exemplos virtuais para explicarem a vida. Está tudo no Google. Quando não podem resolver a vida como aparece no ecrã é que começa o desatino. A vida, no dia a dia do cidadão comum, nunca é virtual.
Um bom exemplo são os que são contra o serviço militar e se declaram pacifistas. E depois jogam no PC coisas violentíssimas com batalhas tremendas, matando que se fartam. Guerreiros indomáveis no ecrã, temeratos na vida real. Lutam com abnegação no ecrã e temem defender-se na rua. Por isso se fecham, nos apartamentos, com medo da rua, esperando (e rezando) que alguém os defenda do mundo real.
Talvez um dia volte a este tema por causa da demografia, da defesa, da integridade.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
DESPARTIDARIZAR O ESTADO
Anteontem ouvi António Arnaut, na SIC Notícias, dizer que era urgente despartidarizar o Estado. Concordo. E aplaudo. Só que ele devia-o ter dito antes de começarem a partidarizar o aparelho do Estado. Devia-o ter dito ele e outros.
terça-feira, 13 de julho de 2010
ESTAMOS, DE FACTO, EM CRISE?
Portugal está em crise? Os portugueses estão em crise? Será que o Saramago tinha razão e estamos cansados de existir? Esgotámo-nos? Ou será que, simplesmente, cultivamos a medocridade? Ou só nos sentimos confortáveis quando chefiados, de baixo a cima, por mediocres? Mediocrecracia é o nosso regime constitucional? Que raio de gente restou neste país? Que resposta se espera? Ou em vez de resposta, acção?
segunda-feira, 12 de julho de 2010
A ESPANHA NÃO GANHOU SÓ O MUNDIAL. TAMBÉM GANHOU IMPULSO.
E agora em Portugal vai ganhar a VIVO, ganhar isto e aquilo. Não há que saber. Em Espanha até os dirigentes medíocres são melhores que os nossos. E como em Portugal só se tem apostado em gentinha medíocre e incompetente, não há que esperar grande futuro.
sexta-feira, 9 de julho de 2010
MOVIMENTOS DA SOCIEDADE CIVIL
Seja lá o que isso for. Onde pairam? Manifesto dos 40, mantêm-se? Ou debandaram? Compromisso Portugal? Descomprometeram-se? Um dos grandes dramas deste país é ter memória curta. Estive a reler um artigo interessante de 2006, de Pedro Santos Guerreiro, sobre estas coisas. E este de Cristina Fernandes.Vale a pena revisitar as memórias. E a NET hoje permite que não nos esqueçamos. Os meus leitores têm muito por onde pesquisar nas memórias da NET. É só vasculharem os seus interesses.
quinta-feira, 8 de julho de 2010
SERÁ IRRESPONSABILIDADE?
Escreveu Pedro Santos Guerreiro, Director do Jornal de Negócios, na revista Sábado nº321 o seguinte:
A manchete de segunda-feira do Negócios é de estarrecer: no final de Novembro, uma empresa do sector têxtil recebeu dois milhões de euros de apoios públicos. Duas semanas depois, a empresa parou, entrou em lay off e, meia dúzia de meses depois, a insolvência estava consumada. Chapa ganha, chapa gasta.
O problema é que a chapa era nossa, do Estado, o que nos permite, enquanto "accionistas" involuntários, fazer perguntas. O dinheiro entrou na Facontrofa, dona da rede de 25 lojas Cheyenne, sob a forma de capital. O IAPMEI injectou dois milhões de euros, o que lhe garantiu ser dono de 40% da empresa. Antes não tivesse sido.
Se não é gestão dolosa, é de digestão dolorosa. Quem aprovou aquele "investimento" e sob que justificações? Quem lhe foi pedir explicações por ter sido enganado? Sim, porque não há outra possibilidade para esta rocambolesca história: só pode ter sido por incompetência. A alternativa é muito pior.
A azáfama eleitoralista de 2009 misturada com o pânico ante a crise e o impulso de preservar empregos (o que é diferente de salvar trabalho), centenas de empresas foram acudidas. Numas valeu a pena, noutras não. E noutras ainda, já não valia a pena antes de injectar dinheiro.
Onde estão aqueles dois milhões de euros hoje? E quantos outros milhões com eles desapareceram?
O problema é que a chapa era nossa, do Estado, o que nos permite, enquanto "accionistas" involuntários, fazer perguntas. O dinheiro entrou na Facontrofa, dona da rede de 25 lojas Cheyenne, sob a forma de capital. O IAPMEI injectou dois milhões de euros, o que lhe garantiu ser dono de 40% da empresa. Antes não tivesse sido.
Se não é gestão dolosa, é de digestão dolorosa. Quem aprovou aquele "investimento" e sob que justificações? Quem lhe foi pedir explicações por ter sido enganado? Sim, porque não há outra possibilidade para esta rocambolesca história: só pode ter sido por incompetência. A alternativa é muito pior.
A azáfama eleitoralista de 2009 misturada com o pânico ante a crise e o impulso de preservar empregos (o que é diferente de salvar trabalho), centenas de empresas foram acudidas. Numas valeu a pena, noutras não. E noutras ainda, já não valia a pena antes de injectar dinheiro.
Onde estão aqueles dois milhões de euros hoje? E quantos outros milhões com eles desapareceram?
E por irresponsável nunca será nada punido? E será mesmo irresponsabilidade? Há pessoas que têm dúvidas sobre isto, mas eu não.
domingo, 4 de julho de 2010
E FOI DITO
a) Que cada Ministério se compromete a limitar e a organizar os seus serviços
dentro da verba global que lhes seja atribuída pelo Ministério das Finanças;
b) Que as medidas tomadas pelos vários Ministérios, com repercussão directa nas
receitas ou despesas do Estado, serão previamente discutidas e ajustadas com o Ministério das Finanças;
c) Que o Ministério das Finanças pode opor o seu veto a todos os aumentos de despesa corrente ou ordinária, e às despesas de fomento para que se não realizem as operações de crédito indispensáveis;
d) Que o Ministério das Finanças se compromete a colaborar com os diferentes ministérios nas medidas relativas a reduções de despesas ou arrecadação de receitas, para que se possam organizar, tanto quanto possível, segundo critérios uniformes.
(...)
«Aguardamos apenas a realização de condições convenientes para que o remédio não seja pior de sofrer do que o mal que se destina a curar».
dentro da verba global que lhes seja atribuída pelo Ministério das Finanças;
b) Que as medidas tomadas pelos vários Ministérios, com repercussão directa nas
receitas ou despesas do Estado, serão previamente discutidas e ajustadas com o Ministério das Finanças;
c) Que o Ministério das Finanças pode opor o seu veto a todos os aumentos de despesa corrente ou ordinária, e às despesas de fomento para que se não realizem as operações de crédito indispensáveis;
d) Que o Ministério das Finanças se compromete a colaborar com os diferentes ministérios nas medidas relativas a reduções de despesas ou arrecadação de receitas, para que se possam organizar, tanto quanto possível, segundo critérios uniformes.
(...)
«Aguardamos apenas a realização de condições convenientes para que o remédio não seja pior de sofrer do que o mal que se destina a curar».
E quem o disse?
quinta-feira, 1 de julho de 2010
AFUNILADOS
Estamos afunilados. O nosso corredor para sair da crise está a ficar cada vez mais estreito. Que o país tem de fazer sacrifícios é o tema mais decorrente das grandes e profundas meditações dos opinadores do regime. E dos outros, que também não almejam grandes soluções. Ainda não vi ninguém clamar pela punição dos bandidos sucessivos, que sucessivamente, com as suas medidas desastrosas e loucuras faraónicas, pregaram com o país neste estado de calamidade. Por incompetência e completa ignorância sobre o que fazer. Iam fazendo, determinando, sem se preocuparem com a questão que tudo o que se faz, e determina, tem custos. O país encheu-se de patos bravos, mas sobretudo ignorantes. Que agora reproduzem a sua ignorância. Atingimos o ponto de não retorno. Já não temos competência, e não ignorante, em número suficiente para poder passar testemunho com sucesso. A incompetência, ignorante, tomou de assalto tudo: ministérios, câmaras municipais, universidades, comunicação social e instituições, outrora meritórias. RIP.
Já agora vejam este post aqui.
Etiquetas:
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