Retomo hoje a escrita neste blog, passados 3 meses. Com este comentáro que fiz num outro blog
A história do nosso país, desde 1850 (+/-) versa em continuo sobre maus políticos, desastrosos gestores da res (coisa) pública. Também de um povo incapaz de fazer as melhores opções, quase sempre pela ignorância. Este é o povo de que todos falamos como se não fizéssemos parte dele, e que criticamos as opções eleitorais deles, como se não fossemos também culpados pelas nossas opções ou pelas nossas demissões. Somos todos bons treinadores de bancada incapazes de fazer uma boa jogada no campo, ou mesmo de perceber as regras na sua plenitude. Sempre fomos nos acomodando, ninguém se quer aborrecer, sempre criticamos no café ou na paragem do autocarro, mas nunca intervimos civicamente nem solidariamente. Somos todos, MAS TODOS, uns acachapados. Tentamos sempre viver sem esforço cívico, esperando que a coisa corra bem. Nunca corre. Analisem a história, desde 1850. Vivemos sempre com a corda na garganta e nunca fazemos nada para mudar a estrutura do país e sairmos desse ciclo vicioso. Só houve um período mais longo sem o espectro da bancarrota, que infelizmente foi um período ditatorial, que sem ser dos piores do século XX, não deixou de ter custos tremendos. A pergunta que se põe sempre é se aprendemos alguma coisa com a história. Pois não aprendemos. Se sairmos desta crise é uma questão de tempo para voltarmos às mesmas asneiras. Não temos emenda. Nós todos. Não é só criticar e ficar de fora. Estamos todos dentro. Quando eu critico os portugueses, incluo-me. Nós não nos esforçámos para fazer o país melhor. Nós todos deixámos que alguns dirigissem o barco sem estarem habilitados para o fazerem. Nós todos aceitámos passivamente que a corrupção grassasse. Nós todos ficámos no aconchego de um doce embalo a ver tudo a ruir ao longo de anos na educação, na justiça, etc., e nada fizemos para travar a queda. Os avisos foram sendo feitos e ninguém quis ouvir. Agora todos vamos pagar a factura das nossas negligências cívicas. Mas está tudo na história.