sábado, 23 de abril de 2011

UMA CRISE ANTECIPADAMENTE ANUNCIADA

Hoje é Sábado de Páscoa. Amanhã dia da ressurreição. Mas para este país não há ressurreição. A crise não vai levar a uma renovação do país. O país está com demasiadas feridas, para além das dívidas que estes governos fizeram. Eu diria que o país está ferido de morte. Criaram-se demasiadas assimetrias. Há muitas diferenças de tratamento para com os cidadãos. Há cidadãos de primeira, de terceira e de quarta. Isto vai fazer com que a aplicação das medidas de austeridade leve a revoltas e a ódios. Há cidadãos que partem já em desvantagem, não têm defesas nenhumas para aguentar a crise. Estes políticos actuais, por quem não se pode ter respeito nem consideração, continuam a candidatar-se para governar o país, com capacidade que demonstraram não ter, e não vão ter. Porque se tivessem não tinham conduzido o país para o buraco. O futuro não é auspicioso. Temo que Portugal acabe por mergulhar numa guerra civil. E tudo será inútil porque esta crise já tinha sido anunciada há vários anos, porque viam que a rota era para o abismo. E viram e denunciaram isso Medina Carreira, Hernâni Lopes, Vitor Bento, Silva Lopes, Braga de Macedo, e muitos mais em jornais, revistas, rádios e televisões. E alguns escreveram livros que estão publicados. Este primeiro-ministro, enquanto conduzia o país para esta situação, chamava-os de catastrofistas e bota abaixistas. Viu-se quem tinha razão. E não vamos ressurgir. Vai-nos faltar muita coisa, sobretudo a juventude que se sente ludibriada e que está a abandonar o país. Vão-nos faltar cérebros muito em breve. Foi um crime o que fizeram a Portugal. E aos portugueses.

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