quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

INSATISFAÇÃO

(…) A maior parte das pessoas no mundo está aprisionada numa espécie de insatisfação, e está constantemente à procura de satisfação. Isto é, a sua procura de satisfação é uma procura de um oposto. Ora a insatisfação, o descontentamento, surge do sentimento de vazio, do sentimento de solidão, de tédio, e quando têm esta insatisfação procuram preencher o vácuo, o vazio na vossa vida. Quando estão insatisfeitos estão constantemente à procura de algo que substitua isso que lhes causa insatisfação, algo que sirva de substituto, algo que lhes dê satisfação. Voltam-se para uma série de consecuções, uma série de sucessos, para preencher o vazio doloroso na vossa mente e no vosso coração. É isto o que a maior parte de vocês está a tentar fazer. Se houver medo, procuram coragem que esperam que lhes dê contentamento, felicidade.
Nesta procura do oposto, estão a ser destruídos sentimentos profundos. Estão a tornar-se cada vez mais superficiais, cada vez mais vazios, porque todo o vosso conceito de satisfação, de felicidade, é um conceito de substituição. O anseio, o desejo ardente da maior parte das pessoas é pelo oposto. No vosso desejo ardente de consecução perseguem ideais espirituais, ou procuram ter títulos mundanos conferidos, e ambos significam exactamente a mesma coisa. (…)

Jiddu Krishnamurti, A Arte de escutar, palestra a 1 de Janeiro de 1934 em Adyar

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