É uma simples constatação. Com a implantação da República em 1910 só houve uma ligeira alteração. Sim, uma. Deixou de haver, no mais alto cargo do país, um rei, de nomeação automática, para passar a haver um presidente da república eleito, primeiro por um colégio eleitoral e depois por eleição directa dos cidadãos. Mas só isso. De resto, a monarquia manteve-se. Mais com os defeitos da monarquia do que com as virtudes. E o pior defeito da monarquia portuguesa era a qualidade da nobreza, clientela dos corredores dos paços. O rei distribuía favores, sinecuras, títulos, bens terrenos, glórias virtuais de contos de fadas, e mais que não havia, mantendo assim uma clientela ociosa, pindérica e incompetente. A república continuou a distribuir favores, sinecuras, títulos, bens terrenos, glórias virtuais de contos de fadas, e mais que não havia, e nem há, mantendo assim uma clientela ociosa, pindérica e incompetente. A nobreza de hoje são os militantes dos partidos, clientela voraz, que tudo abocanha e delapida, na ânsia de encher o bandulho. Ah! A nobreza antiga anda por aí servindo-se desta nova nobreza. Têm vantagem, pois têm outra escola. E os novos no poder, gostam de bajular esses antigos. Julgam que o contacto os faz brilhar. Lembram-se do Soares? Lembram-se da lista do protocolo de estado? E nunca repararam nas exibições das esposas desses monárquicos por essas autarquias e capitais, e por demais empresas públicas? Esta república é monárquica. Pindérica, mas monárquica.
quinta-feira, 20 de maio de 2010
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