O mal tem sempre adeptos que o
apoiam e sustentam. Em qualquer das facetas em que se apresente. É visível a
crispação em que o mundo vive. Há sempre gente a apoiar uns contra outros, e vice-versa.
Há um certo maniqueísmo na sociedade, onde os cidadãos têm uma tendência para
se sentirem certos, e correctos, no que amam e no que decidem, consequentemente
no que apoiam, julgando todos os que têm outro entendimento como absolutamente
errados, sendo assim opositores, quiçá inimigos. O futebol é sempre um bom
exemplo, embora sempre grotesco. A política entendida pelos cidadãos, e não
pelos que exercem na política a sua actividade, também é um bom exemplo do
maniqueísmo. Agora os cidadãos nas suas escolhas, quando votam, seja para
clubes de futebol ou de campismo, como também em votações para eleger pessoas
para governarem os países, tanto podem escolher o bem como o mal. Eu gostaria
de relembrar que nos últimos 150 anos, as escolhas livres e democráticas de
cidadãos nem sempre tiveram bons resultados. Lembro Hitler, Mussolini e outros
que chegaram ao exercício do poder democraticamente através de eleições livres.
Eu diria que todo o bandido tem os seus adoradores e os seus detractores. Às
vezes até temos exemplos de facínoras, presos perpetuamente, que têm
seguidores, ou fãs. Alguns até têm quem, já depois de sentenciados, sem nunca
os terem conhecido, se apaixonem por eles, e com eles se casem. Há para tudo na
prateleira.
Assim,
ditadores podem sempre surgir através do voto. E vão surgir. Aqui e ali, sem
demorar muito. Vão ter os seus seguidores e adeptos fervorosos. Normalmente têm
algo em comum, seja em que continente estiverem. São sempre cleptocratas. E, de
entre as suas vítimas, haverá sempre cinquenta por cento que os apoiarão
indefectivelmente, quarenta por cento que acobardados se calarão, e dez por
cento que se oporão. E o planeta gira, o universo move-se, mas o mal
persistirá, sempre e sempre devidamente apoiado pelas suas vítimas, que são os
maiores fornecedores de capacidade para o mal.
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