sábado, 25 de outubro de 2008
A FALTA DE AGILIDADE MENTAL É PROPORCIONAL AOS LUGARES DE ESMOLA POLÍTICA
É a esmola aos pobres de espírito.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
DE QUE PRECISAM OS PARTIDOS
"Um partido não precisa de indivíduos com personalidade, criatividade, imaginação, dignidade: precisa de burocratas, funcionários, servos, (...) yes men, homens que não são homens, robôs que estão sempre de acordo com as ordens que recebem."As palavras são da jornalista italiana Oriana Fallaci, desaparecida há dois anos, vítima de cancro, e que, durante a sua vida profissional, entrevistou os poderosos do mundo e escreveu reportagens onde o seu espírito indomável e o seu apego à liberdade espreitavam por baixo de cada linha.
Do artigo de José Vítor Malheiros, hoje, no Público.
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
GERAÇÃO ESPONTÂNEA
Também se dizia no velho Império Romano que, quando uma guerra é ganha, todos nela participaram, mas quando uma guerra é perdida, só há um culpado", lamenta.
A Xabanu Farah Diba, no Público de ontem.
Mas isto é tão português. Ainda ontem houve eleições aqui, nos Açores. E o que se dizia no velho império aqui se aplica. Como em qualquer eleição, em Portugal, desde o 25 de Abril. Os da Pide devem até ter ficado estupefactos com tantos opositores de gema, que eles ignoravam no dia anterior. Foram geração espontânea. E se formos falar dos estudantes universitários que perveteram os valores porque, então, lutavam, muito havia para escrever.
domingo, 19 de outubro de 2008
A IDEIA DE INFERNO
A minha ideia de inferno é a de um mundo onde a razão é impotente. Creio que foi Kant quem primeiro o disse.
Nuno Crato, em "Os meus medos" na Revista Sábado.
Nuno Crato, em "Os meus medos" na Revista Sábado.
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
A FALTA DE AGILIDADE MENTAL POVOA MILHARES DE POSTOS DE TRABALHO OCUPADOS POR ESMOLA POLÍTICA.
A carência de agilidade mental é desastre quando existente a partir de níveis mínimos decisórios. No fundo é o lema deste blog, que está escrito debaixo do título: mais cedo ou mais tarde, esta mistura explosiva de ignorância e de poder vai rebentar-nos na cara. E parece que está a rebentar por todo o lado. Aqui, ali e no mundo. Só que nós conhecemos esses carentes aqui e ali, embora não conheçamos os de todo o mundo. Mas os daqui conhecemos muito bem.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
PORQUE NÃO SE OUVEM AS VOZES ATINADAS, E ATEMPADAMENTE?
Antes das crises estoirarem há sempre vozes de pessoas mais avisadas, que, por aqui e por ali, vão alertando para as tempestades que se podem aproximar. Mas ninguém os ouve, não lhes dão atenção. E as tempestades acontecem. Ontem o Dr. Medina Carreira, mais uma vez, disse, publicamente, o que pensava do estado do país. Foi na SIC Notícias, no Jornal das 21(O video dessa entrevista esta na SIC online). Há anos que ele, entre outros, chama a atenção para os erros do país. Eu tenho-o citado. Hoje só peço que no Google pesquisem Medina Carreira. Há muito material. Ouçam e leiam. Por favor, façam isso. Informem-se, actualizem-se.
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
A TAL DE GANÂNCIA
Excelente reflexão de Rui Tavares, hoje, no Público. Destaco:
Não tenho qualquer razão para defender os executivos, mas não - a culpa da crise não está na "ganância dos executivos". Os executivos não são mais gananciosos do que qualquer outra pessoa em circunstâncias semelhantes. As suas empresas agem no interior de um sistema legal. Quem fez as leis ou - mais exactamente - quem revogou as leis que nos protegiam? Políticos. Quem elegeu os políticos? Nós. Quem convenceu a maioria dos eleitores de que regular o mercado era indesejável? Os mesmos que agora querem pôr as culpas na "ganância dos executivos". Por sinal, os mesmos que durante anos proclamaram (por outras palavras) que a "ganância dos executivos" iria resultar na prosperidade de todos.Já ouviram algum deles dizer: "Andei nos últimos anos a defender ideias que agora se revelaram desastrosas"? Bem me parecia. Falar da "ganância" é fácil e inconsequente, porque jamais se poderá abolir a ganância. Podemos no máximo taxá-la com um imposto fortemente progressivo. Isso é que era falar.
JUMENTO
É um excelente blog sobre o nosso país, e não só. Encontra-o aqui.
Dois destaques:
(de 6.10.2008) - Daquilo que conheço na Administração Pública nunca a teia corrupta esteve tão consolidada, nunca deteve tantos lugares de chefia, nunca teve tanto poder, ao ponto de serem os honestos a recear o poder do corruptos.
Dois destaques:
(de 6.10.2008) - Daquilo que conheço na Administração Pública nunca a teia corrupta esteve tão consolidada, nunca deteve tantos lugares de chefia, nunca teve tanto poder, ao ponto de serem os honestos a recear o poder do corruptos.
(de 19.09.2008) - A educação católica que terminou no crisma ter-me-ia levado ao PCP que é a organização política que mais se assemelha à Igreja Católica Apostólica Romana, os dogmas têm a mesma importância, a infalibilidade do Papa é quase tão grande como a do Jerónimo de Sousa, a comissão de quadros foi decalcada da Congregação para a Doutrina da Fé, a Igreja muda os padres das paróquias com os mesmos critérios com que o PCP mandou o presidente da CM de volta para a sacristia, o PCP tem tantos textos sagrados como a Igreja tem evangelhos, o líder do PCP é escolhido em segredo pela mesma maioria com que Bento XVI contou graças aos cardeais que nomeou para o conclave que o elegeu, por fim, quer o Papa quer Jerónimo de Sousa prometem-nos o Céu, a única diferença está no timming, o Jerónimo promete-o para antes da morte, enquanto Bento XVI assegura-nos uma eternidade de prazer casto no post mortem.
domingo, 12 de outubro de 2008
PORQUE SERÁ QUE AINDA NÃO OUVI RUÍDO NA BANCA OFFSHORE?
E as grandes fortunas que se estão consolidando neste momento, comprando na bolsa em baixa? E onde estava o dinheiro que falta na liquidez bancária, e que aparece, confortável, para estas compras gigantescas aproveitando as baixas cotações?
E as megas fusões que estão a surgir? E os monopólios mundiais estão a fortalecer-se. Sim, porque o dinheiro não se escoou por um bueiro ignaro. Ele anda por aí, sempre pronto a reproduzir-se à custa do sacrifício de milhões de pessoas.
E as megas fusões que estão a surgir? E os monopólios mundiais estão a fortalecer-se. Sim, porque o dinheiro não se escoou por um bueiro ignaro. Ele anda por aí, sempre pronto a reproduzir-se à custa do sacrifício de milhões de pessoas.
E a propósito cito Frei Bento Domingues, do Público de hoje:
Agora, fala-se, debate-se e escreve-se abundantemente sobre a crise, assegurando uns que o pior já passou e outros que o pior está para vir. Continuam, no entanto, por explicar, de forma adequada, as causas reais que cegaram tantos economistas, gestores, conselheiros e reguladores - muito bem pagos e premiados, servidos pela melhor tecnologia - a ponto de não conseguirem ver o desastre que estavam a provocar.Repetiu-se, até à saciedade, que era preciso menos Estado e mais iniciativa privada, pois ele só servia para complicar e empatar. Seja como for, o Estado acaba de receber a maior consagração que se poderia imaginar e a economia de mercado, na sua expressão neoliberal, perdeu a aura fictícia da sua auto-regulação.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
INSULARIDADE (III)
A humidade é terrível. Tem-se ouvido cada coisa por cá, que só a humidade justifica. Que os estudantes universitários, mas da Universidade de cá, claro, que fossem assíduos e bem comportados não deviam ser penalizados pela escala de 0 a 20: deveriam passar, automaticamente, só por irem lá pastar na universidade. Isto é muita insularidade adensada. Para já não falar das selecções de futebol. E não é ficção, tudo isto é Real.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
A ABREVIAÇÃO
Ora, a única razão que pode «incitar» quem ainda dispõe de algum trabalho a proporcioná-lo é conseguir pagá-lo a preço miserável, e fazê-lo aceitar por infelizes vitimados pela «insegurança». Criar emprego talvez, mas primeiro criar essa insegurança! Ou, melhor ainda, ir procurá-Ia onde ela existe, em determinados continentes.
Evidentemente, entre as massas cuja insegurança foi planeada a sangue frio, só uma pequena percentagem de indivíduos beneficiará desses empregos em saldo que não os farão sair da miséria. Para os outros só resta a insegurança. E o seu cortejo de humilhações, de privações, de perigos. A abreviação de umas tantas vidas.
O lucro, claro, lucrará.
Evidentemente, entre as massas cuja insegurança foi planeada a sangue frio, só uma pequena percentagem de indivíduos beneficiará desses empregos em saldo que não os farão sair da miséria. Para os outros só resta a insegurança. E o seu cortejo de humilhações, de privações, de perigos. A abreviação de umas tantas vidas.
O lucro, claro, lucrará.
Viviane Forrester, in "O HORROR ECONÓMICO". Chamo a atenção que este livro é de 1996. Escrito 14 anos antes desta crise. Do agudo da crise, porque ela já, então, pulsava.
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Michele Sindona foi o homem escolhido por Paulo VI para consultor financeiro do Vaticano; o homem escolhido, após uma longa amizade com o papa, para aliviar a Igreja da sua alta posição no mundo dos negócios em Itália. O plano era vender a Sindona alguns dos principais valores adquiridos por Nogara. A Vaticano SARL a distanciar-se do lado inaceitável do capitalismo. Teoricamente ia abraçar a filosofia contida na mensagem que Paulo VI dera ao mundo em 1967 na Encíclica Populorum Progressio:
«Deus destinou a terra e tudo o que ela contém para o uso de todos os homens e de todos os povos, de forma a que os bens da criação corram em justa proporção para as mãos de toda a gente, segundo as regras da justiça que é inseparável da caridade. Todos os outros direitos, sejam eles quais forem, incluindo os da propriedade privada e do comércio livre lhe devem ser subordinados: não devem pôr obstáculos à sua realização, mas devem pelo contrário incentivá-la e é um dever social urgente e grave restabelecê-los nos seus objectivos originais.»
«Deus destinou a terra e tudo o que ela contém para o uso de todos os homens e de todos os povos, de forma a que os bens da criação corram em justa proporção para as mãos de toda a gente, segundo as regras da justiça que é inseparável da caridade. Todos os outros direitos, sejam eles quais forem, incluindo os da propriedade privada e do comércio livre lhe devem ser subordinados: não devem pôr obstáculos à sua realização, mas devem pelo contrário incentivá-la e é um dever social urgente e grave restabelecê-los nos seus objectivos originais.»
David Tayllop, in "EM NOME DE DEUS". De 2006.
INSULARIDADE (II)
Ontem foi tema interessante dos noticiários a questão do hóquei juvenil e da discriminação a que os Açores foram sujeitos pela Federação. É certo que movida por motivos financeiros. Mas é a insularidade. Quem defende os interesses dos Açores? Dos que vivem nos Açores? Outra questão nunca defendida é a discriminação salarial e de categoria profissional que as empresas nacionais fazem aos trabalhadores seus, mas que laboram nos Açores. Ninguém os defende, ninguém zela pelos seus interesses. É pura discriminação, que fere preceitos constitucionais. Mas decorre da insularidade.
Mas depois há o seu contrário. O Campeonato Regional de Ralis tinha, atribuído pelo Governo Regional, um prémio para o vencedor anual do campeonato. Mas só se fosse nascido nos Açores. Julgo que isso já foi corrigido. E houve um ano que, julgo eu, não foi entregue. Discriminação inversa. Mas muito aplaudida por alguns círculos locais. (Este ano o Campeonato foi ganho pelo Ricardo Moura, que felicito, e a quem desejo que voe mais alto, noutros campeonatos, para não ficar confinado a esta insularidade desportiva). Só que esta insularidade, o auto isolamento, tem custos. A realidade do ensino dos cidadãos surdos, que eu conheço bem, é vitima de uma autonomia, que os segregando dos modelos evoluídos aplicados no Continente e na Madeira, lhes provoca insucesso. É fruto da insularidade. E também de uma mediocridade. E como referi no INSULARIDADE (I) o auto isolamento não conduz a nada de bom para quem vive nos Açores.
Mas depois há o seu contrário. O Campeonato Regional de Ralis tinha, atribuído pelo Governo Regional, um prémio para o vencedor anual do campeonato. Mas só se fosse nascido nos Açores. Julgo que isso já foi corrigido. E houve um ano que, julgo eu, não foi entregue. Discriminação inversa. Mas muito aplaudida por alguns círculos locais. (Este ano o Campeonato foi ganho pelo Ricardo Moura, que felicito, e a quem desejo que voe mais alto, noutros campeonatos, para não ficar confinado a esta insularidade desportiva). Só que esta insularidade, o auto isolamento, tem custos. A realidade do ensino dos cidadãos surdos, que eu conheço bem, é vitima de uma autonomia, que os segregando dos modelos evoluídos aplicados no Continente e na Madeira, lhes provoca insucesso. É fruto da insularidade. E também de uma mediocridade. E como referi no INSULARIDADE (I) o auto isolamento não conduz a nada de bom para quem vive nos Açores.
terça-feira, 7 de outubro de 2008
INSULARIDADE (I)
A insularidade, em si, não é um mal. O isolamento que pode incrementar já é, então, mau. Mas o pior é o isolamento imposto a partir do interior da insula. Esse é que é fatal. Quando é o próprio núcleo insular que não quer comunicar, que impede o desenvolvimento, a formação, o embeber as novidades que estão para lá da insula, isso é fatal. O empobrecimento do espírito por vontade própria é castrador para o desenvolvimento.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
O MEDO SEGURO
Encontramo-nos, actualmente, numa situação paradoxal: vivemos numa das sociedades mais seguras e prometedoras da História e mais obcecada com a segurança. Parece que quanto mais seguros estamos, objectivamente, mais inseguros nos encontramos e mais protecção exigimos. Vivemos um tempo de incertezas que nos tornam vulneráveis sob o ponto de vista social, económico e afectivo.
(...)
Enquanto houver guetos de pobres e condomínios fechados de ricos, é de ter medo. Para evitar o medo omnipresente, é preciso reorganizar o espaço urbano, público, onde todos se possam encontrar e enriquecer a diversidade cultural. Juntos, não teremos medo.
Frei Bento Domingues, no seu artigo "Sociedades do Medo", ontem, no Público.
SOBREESTENDIDO
A América pensa (e continua a agir) como uma "hiperpotência". É uma ilusão. A tecnologia militar não chega. Sem peso político, sem uma clara hegemonia económica e sem um exército praticamente inesgotável (e dinheiro para o pagar) existem limites que é mortal passar. E a América "sobreestendida" e dependente de 2008 passa, dia a dia, esses limites.
VPV, no Público de 03.10.2008.
3 LIÇÕES DA, E PARA, A CRISE
O Prof Luís Campos e Cunha explica com clareza a crise financeira actual. No seu artigo «O MEDO» publicado no Público de 3 de Setembro de 2008.
sábado, 4 de outubro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
UNA NUEVA ARQUITECTURA DE SEGURIDAD EUROPEA
Gorbachov deu uma entrevista ao diário espanhol «EL PAÍS», no dia 9 de Setembro corrente. Uma pequena amostra.
R. Ahora, Rusia actuará con responsabilidad, pero no aceptará que sus intereses nacionales sean ignorados. Europa tiene que revisar su posición. Las administraciones de Clinton y de Bush empezaron unos juegos geopolíticos que han abierto nuevas líneas de división en el continente. Siento que EE UU no haya sido un buen consejero de Europa en estos años. Los europeos deberíamos decir a.los amigos estadounidenses que reconocemos sus logros y su poder, pero que no aceptamos su liderazgo. No aceptaremos instrucciones de política internacional o económica. Las directríces que dio el FMI a Rúsia a principio de los noventa fueron un desastre.
P. ?Hacia dónde habría que ir entonces?
R. Europa debería impulsar una nueva arquitectura de seguridad europea con la constitución de un Consejo de Seguridad continental. Un directorio en.el que estén representadas tódas las naciones europeas y, por ejemplo, con poderes para acciones de mantenimiento de la paz. Asi saldríamos de una situación en la que EE UU domina la agenda. Algo asi estaba sobre la mesa en 1990, pero Occidente creyó que había ganado y decidió no cumplir sus promesas. No sólo EE UU. Es la primera vez que lo digo, pero Alemania también tiene que asumir sus responsabilidades. Cumplíó los tratados bilaterales con la !JRSS, pero en el foro de la OTAN apoyó la expansión.
P. ?Hacia dónde habría que ir entonces?
R. Europa debería impulsar una nueva arquitectura de seguridad europea con la constitución de un Consejo de Seguridad continental. Un directorio en.el que estén representadas tódas las naciones europeas y, por ejemplo, con poderes para acciones de mantenimiento de la paz. Asi saldríamos de una situación en la que EE UU domina la agenda. Algo asi estaba sobre la mesa en 1990, pero Occidente creyó que había ganado y decidió no cumplir sus promesas. No sólo EE UU. Es la primera vez que lo digo, pero Alemania también tiene que asumir sus responsabilidades. Cumplíó los tratados bilaterales con la !JRSS, pero en el foro de la OTAN apoyó la expansión.
(...)
Se puede confiar en una Rusia responsable si se la trata como un socio a la par. Tenemos experiencia, historia, potencial para competir en el mundo. No bailaremos al ritmo de la música de otros. Da igual que sea jazz u otra. Rusia tiene su propria música.
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
AGNÓSTICOS DA TEOLOGIA DE MERCADO
Ontem, aqui, no DN, o prof. Adriano Moreira publicou um excelente artigo, como sempre, para ler na integra.
Dele aqui um trecho:
É digno de registo que os anúncios e as análises narrativas da economia real, das suas insuficiências, dos alarmes, e das consequências negativas, de regra são benevolentes ou simplesmente nunca incluem a responsabilidade dos programadores, das tecnocracias supranacionais, da suficiência técnica e científica das instâncias de apoio à governação, dos reguladores dispensados de assumir erros de intervenção em benefício da contribuição para a análise fria dos desastres. A mão invisível é a mais notada dinamizadora da narrativa global, e a conjuntura, de preferência externa, assume a sua parte no que toca aos inconvenientes domésticos. As intervenções da ONU parecem cada vez mais heréticas em relação à teologia de mercado, quando, em nome das "numerosas pessoas" carentes, exigem política, coordenação de políticas, responsabilidades políticas assumidas, mais atenção às realidades do que às teorias de apoio.
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
VISÕES
Num artigo também publicado no Journal of Public Economics, deparei com uma visão bastante mais crua sobre o assunto. Francesco Casellia e Massimo Morelli, professores em Harvard e em Ohio, consideram duas dimensões na qualidade de um político: honestidade e competência. Como os cidadãos competentes têm maiores probabilidades de sucesso numa carreira privada do que os incompetentes, é de esperar que os mais inaptos se sintam mais atraídos por uma carreira política. Ou seja, os profissionais capazes têm mais a perder ao abandonar o sector privado. Considerando a outra dimensão, a da honestidade, mais motivos existem para preocupações. Sendo incontestável que ninguém enriquece, honestamente, com a política, também não deixa de ser verdade que é possível auferir grandes dividendos se os cargos forem exercidos desonestamente. Isto significa que, em termos comparativos, os corruptos têm mais a ganhar com uma carreira política.
De Luís Aguiar-Conraria, no blog «A destreza das dúvidas». A ler tudo aqui .
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