A revolução industrial, que se desenvolveu na Europa a partir dos fins do século XVIII, deu azo a que a, actualmente designada, civilização ocidental imperasse em todo o planeta, desde o século XIX até à queda do Muro de Berlim. Grandes avanços no saber científico, e em consequência na tecnologia, determinaram que a Europa e a América do Norte impusessem os seus modelos económicos e políticos. Assim, eram os interesses dos países da civilização ocidental que se impunham sem nenhuma atenção para os interesses e anseios dos outros povos. Que se viram dominados na exploração dos seus recursos, ao mesmo tempo que eram excluídos da mesa farta do mundo ocidental. Mas, como é regra nos manuais, os impérios não são derrubados, implodem a partir do seu âmago. Os habitantes da civilização ocidental ficaram ricos, anafados, descuidados, imorais, egoístas e, acima de tudo, deixaram-se imbecilizar. Renunciaram a valores, desistiram de empreender, descuidaram a educação e, no afã de gozarem a vida só pelo prazer, fútil e hedonista, desprezaram a fraternidade, abdicaram da liberdade, sobretudo da liberdade de pensamento, e fizeram da igualdade um exercício de puro egoísmo. Esqueceram-se que uma casa construída precisa sempre de manutenção. Esqueceram-se do trabalho humilde, que encomendavam a outros que o fizessem por eles, duramente e mal pagos, para que tivessem tempo e disponibilidade económica para desfrutarem os prazeres. Sem valores, sem objectivos e sem denodo por construir algo útil para a sociedade em geral. Como todos os filhos de ricos que não trabalham, e se limitam a viver de rendimentos sem cuidar da fonte desses mesmos rendimentos, tornaram-se decadentes.
Hoje, os outrora excluídos da mesa farta, que cuidaram da educação com disciplina e cuidaram da manutenção de valores, estão a sentar-se a essa mesa farta. Os habitantes da civilização ocidental, que se demitiram de quase tudo, por ociosidade da gordura, e que até se demitiram da sua própria defesa, vão ter de abandonar essa mesa. Porque não estudaram, com disciplina e eficácia, vão ser subordinados dos outrora excluídos, que estudaram e vão dominar o saber. Vão empobrecer, e como tal vão deixar de gozar os prazeres, que ultimamente cultivavam. E, porque pobres, vão ter de labutar e perder as regalias. A soberba, entretanto, já a perderam. Já só são decadentes.
E como irão reagir os outrora excluídos? Com complacência? Sem vinganças? Pois, isso é futuro, e a resposta está mais além.
P.S. Aconselho a leitura da entrevista do economista Jeff Rubin, aqui.
Também aconselho que vejam dois filmes canadianos:
A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO AMERICANO
AS INVASÕES BÁRBARAS
Mas vejam-nos nesta ordem que indico, pois um dá sequência ao outro que é passado vinte anos depois com as mesmas personagens e os mesmos actores. O entendimento do mundo vinte anos depois.
Hoje, os outrora excluídos da mesa farta, que cuidaram da educação com disciplina e cuidaram da manutenção de valores, estão a sentar-se a essa mesa farta. Os habitantes da civilização ocidental, que se demitiram de quase tudo, por ociosidade da gordura, e que até se demitiram da sua própria defesa, vão ter de abandonar essa mesa. Porque não estudaram, com disciplina e eficácia, vão ser subordinados dos outrora excluídos, que estudaram e vão dominar o saber. Vão empobrecer, e como tal vão deixar de gozar os prazeres, que ultimamente cultivavam. E, porque pobres, vão ter de labutar e perder as regalias. A soberba, entretanto, já a perderam. Já só são decadentes.
E como irão reagir os outrora excluídos? Com complacência? Sem vinganças? Pois, isso é futuro, e a resposta está mais além.
P.S. Aconselho a leitura da entrevista do economista Jeff Rubin, aqui.
Também aconselho que vejam dois filmes canadianos:
A DECADÊNCIA DO IMPÉRIO AMERICANO
AS INVASÕES BÁRBARAS
Mas vejam-nos nesta ordem que indico, pois um dá sequência ao outro que é passado vinte anos depois com as mesmas personagens e os mesmos actores. O entendimento do mundo vinte anos depois.
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