É o título de um livro de MARIA DO CARMO VIEIRA. Deu uma entrevista ao JL, nº 1035 de 2 de Junho de 2010. Dessa entrevista destaco, sem mais comentários, duas respostas a duas questões:
-JL : Que radiografia traça do estado do ensino do Português?
Maria do Carmo Vieira: Tanto no ensino do Português, como no ensino em geral, não se convidam os alunos a pensar ou a sentir. O pensamento associa-se à sensibilidade e a aspectos emotivos, aqueles que nos levam a um determinado tipo de reacções. A leitura e a análise de um texto literário provoca uma reacção, que nos obriga a pensar, sobretudo sobre nós próprios e os outros. No caso do Português e da Literatura há um grande desamor sobretudo pelos autores clássicos. Na dicotomia velho/novo, neste momento, privilegia-se quase sempre o novo. Sinto que o ensino está feito de modo a não levar as pessoas a pensar e, pelo contrário, o êxito parece ser oferecido. Consome-se muita mediocridade. Infelizmente, essa é a imagem que tenho.
- Quais os pontos-chave de O Ensino do Português?
O livro está dividido por ciclos.
Analiso o que se passa no primeiro, segundo e terceiro ciclos do Ensino Básico e também no Secundário. Abordo a TLEBS (Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário), porque acredito que a gramática está a ser esquecida em proveito de uma terminologia profundamente estéril. E não estou sozinha, pois linguistas de renome, mencionados na obra, concordam comigo. Refiro-me também ao programa Novas Oportunidades, algo profundamente fraudulento. Revela um enorme desrespeito por quem se inscreve pensando que vai voltar a estudar. Não vai. Há ainda uma crítica em relação aos novos programas do Ensino Básico, coor-denados pelo prof. Carlos Reis.
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