sábado, 13 de maio de 2006

AOS UTENTES DAS MATERNIDADES QUE VÃO FECHAR DEVE SER APLICADO O PRINCÍPIO DE IGUALDADE: COMO À DE ELVAS, DEVEM IR PODER NASCER EM ESPANHA.

Este título pode parecer que estou a brincar. Mas não estou. Como já venho dizendo esta questão é de estratégia nacional, ou melhor, de falta de estratégia.
Devo dizer que as maternidades que não têm condições devem ser encerradas, o que é óbvio. O problema das maternidades tem a ver com as políticas de falta de desenvolvimento para o interior do país que existiram após a 2ª Guerra Mundial. E consequente despovoamento. Devo relembrar, mais uma vez, que os Reis da 1ª Dinastia tiveram sempre o povoamento como uma das questões cruciais da estrutura da independência do país. Nos séculos XX e XXI os políticos portugueses não se aperceberam desse problema (julgo que por ignorância). A emigração é uma constante da vida nacional e não vai parar. Porque não há desenvolvimento. E já estamos a crescer bastante menos que a média europeia. Estamos a atrasar-nos. Vamos despovoar mais, ainda mais, o interior. O único progresso que houve foi uma melhoria de estradas, com consequente abundância de rotundas, que quando terminadas já não serviam para lá ir, mas sim para sair de lá. Eu já por aqui referi que em Portugal não se produz, só se merca. Quem produz são os estrangeiros, a Auto Europa, a Siemmens, a Opel, a Ford, A banca espanhola, etc. Agora vêm para aí empresas australianas e canadianas para a mineração. Isto significa que os estrangeiros têm capacidade empreendedora que podem aplicar no nosso país, porque nós não a temos. Nunca a tivemos. Nem em Portugal Continental e nem nas antigas colónias. As grandes empresas eram estrangeiras, quer na mineração quer na agricultura. Alguns saudosistas ainda dizem que tivemos isto e aquilo. Pura ilusão, pois os estrangeiros é que tinham. Os portugueses eram e são, como vão continuar a ser, assalariados.
Em Portugal não se valoriza a invenção nem a inovação. É um horror haver alguém a pensar e a raciocinar para desenvolver algo. Ninguém investe nesse dispêndio de tempo valiosíssimo para o futuro. Por isso não temos um produto, uma marca de consagração. Temos o futebol, para mal dos nossos pecados. Nem produtos agrícolas. Dizemos que não rende. Vêm os espanhóis e passa logo tudo a rentável. Por isso é que eles têm o seu interior não descurado. Vejam que na fronteira têm grandes cidades, longe do centro do país, como, Vigo, Salamanca, Cáceres, Badajoz, Barcelona e Bilbao, só para dar alguns exemplos. As nossas cidades do interior e fronteiriças são hoje lugarejos com perspectivas de virem a “encolher” ainda mais. Assim, nascer em Espanha, será, talvez, o melhor para aquelas populações. Quem sabe se não se adiantam ao futuro.

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