terça-feira, 15 de agosto de 2006

LENDO AQUI E ALI


«Se não se conhecesse nos políticos lusitanos a tendência para o folclore mágico-discursivo, dir-se-ia que estas palavras correspondem à verdade.» Leia-se aqui o excelente artigo de Carlos Pacheco.

«Quero chamar a direita que quer modernizar o país, para pensar, sobretudo numa perspectiva liberal, questões como a economia, a reforma do Estado, o futuro da Segurança Social, o sistema educativo, a organização da Saúde.» Leia-se Pedro Ferraz da Costa no Expresso de 12-08-06.

«Há cerca de sete anos, o Médio Oriente era uma região estrategicamente equilibrada, com o Iraque fazendo frente às ambições de um Irão, onde os movimentos reformistas tinham colocado um seu próximo na Presidência da República. Os países árabes apoiavam os esforços dos EUA, na promoção de negociações que resolvessem o conflito israelo-palestiniano. O preço do petróleo, comparado com os preços actuais, era quase uma ninharia. A esta quase estabilidade presidiam uns Estados Unidos influentes, credíveis, poderosos, considerados por todos os países como a única superpotência que efectivamente contava.Depois de entrar em funções, a Administração Bush e os neoconservadores que nela pontificavam aproveitaram a tragédia do 11 de Setembro de 2001 para pôr em marcha um programa "revolucionário", que democratizaria o Médio Oriente, reduziria o preço do petróleo, acabaria com o terrorismo islamista e colocaria ponto final ao conflito israelo-palestiniano. Tudo, com o emprego da força militar, que faria florescer democracias... Sabemos o que aconteceu. Usando a expressão de Bush e Condoleezza Rice, o Médio Oriente já se transformou num "novo Médio Oriente", cuja principal característica é uma perigosa instabilidade, em vez da relativa estabilidade anterior.» Leia-se aqui Loureiro dos Santos.

«Falhada a gloriosa aventura do comunismo e desfeitos os sonhos da ideologia, resta à esquerda aprender a viver num mundo que a contraria e escolher um inimigo que lhe restitua a identidade perdida. O resultado deste duvidoso exercício é conhecido: um delírio teórico que despreza a realidade e um moralismo sem moral que leva à defesa dos pobres e dos oprimidos e ao elogio de regimes que sobrevivem (e sobreviveram) à custa de uma imensidão... de pobres e de oprimidos.» Leia-se aqui Constança Cunha e Sá

«O que está à vista, porém, tanto ou mais do que a necessidade de prevenir o terrorismo na ordem internacional, é a necessidade de regular na ordem interna de cada país, e do espaço europeu no seu conjunto, a coexistência de pessoas com matrizes culturais diferentes que integram a mesma cidade, gozam das mesmas liberdades e dispõem dos mesmos equipamentos colectivos.É verdade que os acontecimentos da semana passada revelam um enorme avanço na actuação conjugada das polícias. É verdade também que, à histeria dos que gritam que vem lá o fascismo ao mínimo reforço do controlo nos aeroportos, há já muita gente a defender que as liberdades não devem ser usadas de um modo tão irrestrito que sirvam o interesse dos que pretendem acabar com elas. Mas tudo isto será insuficiente, ou até marginal, enquanto se continuar a pensar as nossas sociedades como se elas ainda fossem, como dantes, homogéneas, rodeadas embora por uma periferia de imigrantes, os quais se governam a seu modo, com os seus códigos, os seus líderes e as suas obediências mais ou menos excêntricas em relação ao espaço público.» Leia-se aqui Diogo Pires Aurélio

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