"Não sou profeta, mas Portugal acabará por integrar-se na Espanha"
Como resultado da degradação do ensino, do poder de compra, da qualidade da gestão da coisa pública e da competência dos actores políticos, esta frase de José Saramago, proferida em entrevista ao DN de Domingo passado, não causa nenhuma estranheza. Nem o resultado de um inquérito simples em que se apurou que cerca de um terço dos portugueses aceitariam essa integração.
A desilusão com a condução política do país, o terem eleito Salazar como o grande português, o empobrecimento crescente dos portugueses, a infantilização do ensino do português, o insucesso da matemática, a destruição da exigência e o demérito à excelência, o nivelamento por baixo do saber e do fazer, bem como a auto desilusão pelo comportamento, e insucesso, do regime pós 25 de Abril, levam a que estas frases de anuência à integração em Espanha, que já há muito são proferidas, comecem a ganhar consistência. O artigo de Pacheco Pereira sobre as sete maravilhas em Portugal também não contraria esta tendência. Seria bom que em Portugal, algumas pessoas se interrogassem porque é que na Europa, onde a tendência das nações é ascenderem à independência, os portugueses tendem, por cansaço e desilusão, a declinarem a sua.
Continuarei depois com Pessoa. Na linha do que venho fazendo.
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