sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

GLOBAL

«No entanto, a actual era de globalização não é diferente apenas em grau; sob certos aspectos muito importantes, é dife­rente também em género. Como The Economist certa vez obser­vou, a anterior era de globalização foi construí da à volta da baixa do custo dos transportes. Graças à invenção do caminho-de-ferro, do barco a vapor e do automóvel, as pessoas podiam chegar a muitos mais lugares mais depressa e mais barato e podiam comerciar com muitos mais lugares mais depressa e mais barato. A actual era de globalização está a ser construída à volta da baixa do custo das telecomunicações – graças aos microchips, aos satélites, às fibras ópticas e à Internet. Estas novas tecnologias têm a capacidade de tornar o mundo ainda mais apertadamente interligado. Estas novas tecnologias significam que os países em desenvolvimento já não têm de limitar-se a vender as matérias­-primas ao Ocidente e receber em troca produtos acabados; significam que também os países em desenvolvimento podem tornar-se grandes produtores. Estas novas tecnologias permitem igualmente às empresas localizarem diferentes partes da sua pro­dução, pesquisa e marketing em diferentes países, mantendo-as apesar disso em ligação total, através dos computadores e de tele­conferências, como se estivessem num único lugar. Além disso, graças à combinação dos computadores e de telecomunicações baratas, as pessoas podem agora oferecer e comprar de uma forma global serviços – desde conselhos médicos à criação de software e ao processamento de dados – que antes não podiam verdadeiramente ser negociados. E porque não? Segundo The Economist, em 1930 um telefonema de três minutos entre Londres e Nova Iorque custava 300 dólares (em dólares de 1996). Hoje, através da Internet, é praticamente de graça.
O que torna a nossa era de globalização única não é, porém, apenas o facto de estas tecnologias estarem a permitir às tradi­cionais nações-Estados _ às empresas chegar mais longe, mais depressa, com menos custos e mais profundamente em todo o mundo do que em qualquer outra época da História. É o facto de permitirem que simples pessoas, individualmente, o façam também
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Thomas L. Friedman, in " Compreender a Globalização"

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