«Na Europa, vive-se um paradoxo notável. Por um lado, existe um relativismo moral e civilizacional atroz O multiculturalismo reina. Há vergonha em assumir e defender valores clássicos do Ocidente. Mas, por outro lado, continua a existir um eurocentrismo ridículo em termos estratégicos.
A Europa de hoje é relativista onde não deveria ser (nos valores civilizacionais) e eurocêntrica onde é ridículo sê-lo (na estratégia; ainda se julga o centro do mundo). Se soubermos resolver este paradoxo, talvez o nosso declínio inevitável (poder) não seja acompanhado pela nossa decadência (valores). Se os europeus abrirem os olhos, talvez consigam perceber que o) mundo é pós-europeu, em termos de poder, mas não é pós-ocidental em termos de identidade (legitimidade). Seremos capazes de curar a conjuntivite mitológica e ver a realidade com olhos de ver? »
A Europa de hoje é relativista onde não deveria ser (nos valores civilizacionais) e eurocêntrica onde é ridículo sê-lo (na estratégia; ainda se julga o centro do mundo). Se soubermos resolver este paradoxo, talvez o nosso declínio inevitável (poder) não seja acompanhado pela nossa decadência (valores). Se os europeus abrirem os olhos, talvez consigam perceber que o) mundo é pós-europeu, em termos de poder, mas não é pós-ocidental em termos de identidade (legitimidade). Seremos capazes de curar a conjuntivite mitológica e ver a realidade com olhos de ver? »
Henrique Raposo, in "Atlântico", Janeiro de 2007
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