E para não ser sempre eu, que já sabem o que penso, aqui está outra opinião:
«Para os espanhóis é Marrocos e não Portugal quem ocupa a qualidade de país vizinho. Não se retire destas palavras qualquer crítica ou recriminação. É simplesmente a realidade. E uma boa dose de realidade é o que tem faltado a vários governantes portugueses nos últimos anos quando chega a hora de falar para Espanha ou de Espanha. Desde Santana Lopes, que, em 2004, na XX Cimeira Ibérica, acabou a ser convenientemente colocado pelo primeiro-ministro de Espanha ao nível dos presidentes das comunidades autónomas daquele país, a Jorge Sampaio, que não arranjou melhor local do que Espanha para se pronunciar sobre a falta de liberdade nos media portugueses, ou a José Sócrates, que achou por bem declarar que a sua prioridade era "Espanha, Espanha, Espanha"..., temos andado numa espécie de "cantando e rindo" nesta matéria.É sem dúvida excelente para os dois Estados que os seus governos e povos mantenham boas relações. Mas isso não quer dizer, antes pelo contrário, que estejam de acordo em tudo e muito menos que não exista a consciência de que cada um destes Estados tem interesses específicos e estratégias próprias. E é sobre esta última matéria, as estratégias, que muito há que dizer presentemente sobre a Espanha. E pouco há a dizer de bom. »
Helena Matos, Público de 23.09.2006
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