domingo, 3 de setembro de 2006

RAPINAR


A maternidade de Mirandela vai fechar. Fica naquela área só a de Bragança. Já vi que para algumas zonas daquela área Espanha é uma solução mais prática. Estes encerramentos, como já disse, são uma consequência da inexistência, ao longo de décadas, de politicas de desenvolvimento sustentado para o interior. A desertificação demográfica foi o resultado. Agora há que entender, também, que sem condições que permitam às pessoas ficarem não há forma de se fixar populações nem incentivar o desenvolvimento. As autarquias irão torrar dinheiro a fazer rotundas por onde não passarão mais de 20 carros por dia. Este é o cenário que as actuais politicas perspectivam para os próximos anos.
Mas não se iludam. Não é só o interior. Ontem soube-se de uma criança, vitima de queimaduras graves, que teria de ser transferida do Porto para um hospital da Galiza. Nem o Porto, nem Coimbra e nem Lisboa tinham capacidade de resposta. Mas em qualquer região de Espanha há resposta. Há que entender que em Espanha, qualquer que seja o partido no poder, sempre se trabalha para o bem comum e para o desenvolvimento do país. Em Portugal nunca o fazem e os aparelhos partidários, que se mascaram de Estado, só têm como objectivo rapinar o mais que podem.
Depois até achei piada quando altos responsáveis se coçaram todos quando confrontados que os 140 soldadinhos portugueses para o Líbano irão ficar sob comando directo espanhol. Não têm problema. O problema existe é no cotejo que se faz com Espanha, o que dá complexos de inferioridade no lado de cá. E o sistema venal português sabe-o muito bem e tenta evitar a todo o custo que a população interiorize essa diferença. Daí o controle que a informação, sempre disposta a agradar ao poder e aos senhores que mandam no poder, a quem está sujeita, executa sobre as noticias dos vizinhos.
Mas é para lá que nos socorremos para partos, para os queimados, para os estudantes universitários, etc., etc., etc.. O espanhóis até são muitos bonzinhos para nós. Nunca mais nos invadirão. Nós tratamos de nos submetermos por carências várias, e porque nunca fomos capazes de nos governarmos como deve ser. É uma fatalidade, ou melhor, uma burrice deste povo. Cuja vocação é sujeitar-se a ser governado por idiotas.

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