terça-feira, 26 de setembro de 2006

LONGE DE LISBOA E PORTO, LONGE DO CORAÇÃO

Numa separata do jornal SOL, de 23.09.2006, deparei com um artigozinho laudatório sobre um hotel em Arouca. Que continha o item “como ir”. E então lá saiu a asneira. Dizia-se que de Lisboa era caminho X e do Porto caminho Y. E de Bragança como é? Vai ao Porto primeiro? E de Castelo Branco? Vai a Lisboa primeiro? Claro que não. Só que quem não mora nas zonas do grande Porto e da grande Lisboa não conta para nada neste país. São as escolas, as maternidades, as fábricas que vão fechando e a desertificação que se vai instalando (até à chegada dos espanhóis que vão reactivar a vida nessas áreas daqui a uns anos, mas largos).
Já há uns seis anos atrás, no portal do Sapo, eu deparei com algo parecido. Falavam de um acontecimento qualquer cultural, de que já não me lembro qual. E diziam mais ou menos isto: « Vá lá, saia de casa este Domingo, pois só fica a duas horas de Lisboa». O acontecimento a duas horas de Lisboa era só, nesse Domingo, para os de Lisboa? O resto dos cidadãos não era merecedor de ver tal actividade, incluindo os do local do acontecimento? Claro que não. Mas é esta a visão centralista de quem está em Lisboa. Eu chamo a atenção que é de quem está lá e não quem é natural de Lisboa. Mandei um mail a protestar. Os asnos nem me responderam. Ou seja, o habitual desprezo por quem não está em Lisboa. No que os políticos protagonizam, pactuam, condescendem, etc., etc..
E tudo isto na embalagem do post de ontem.

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