quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

PARA MEDITAR

Recebi por mail. É algo que merece ser bem lido.
«Entrevista dada ao Jornal O GLOBO por "Marcola", o líder do PCC,
Colunista: Ronaldo Jabor
NOTA: Marcola é o chefe dos "gangs" brasileiros que puseram S. Paulo aferro e fogo.
- "Você é do PCC?"
- Mais que isso, eu sou um sinal de novos tempos. Eu era pobre einvisível... vocêsnunca me olharam durante décadas... E antigamente era moleresolver o problema da miséria... O diagnóstico era óbvio: migração rural, desnível de renda, poucas favelas, ralasperiferias. A solução que nuncavinha... Que fizeram ?Nada. O governo federal alguma vez alocou uma verbapara nós? Nós só aparecíamos nos desabamentos no morro ou nas músicas românticas sobre a "beleza dos morros ao amanhecer", essas coisas... Agora,estamos ricos com a multinacional do pó. E vocês estão morrendo de medo...Nós somos início tardio de vossa consciência social... Viu? Sou culto... Leio Dante na prisão...
- Mas... A solução seria...
- Solução? Não há mais solução, cara... A própria ideia de "solução" já é umerro. Já olhou o tamanho das 560 favelas do Rio? Já andou de helicóptero por cima da periferia de São Paulo? Solução como? Só viria com muitos bilhões dedólares gastos organizadamente, com um governante de alto nível, uma imensavontade política, crescimento económico, revolução na educação, urbanização geral; e tudo teria de ser sob a batuta quase que de uma "tiraniaesclarecida", que pulasse por cima da paralisia burocrática secular, quepassasse por cima do Legislativo cúmplice (Ou você acha que os 287 sanguessugas vão agir? Se bobear, vão roubar até o PCC...) e do Judiciário,que impede punições. Teria de haver uma reforma radical do processo penal dopaís, teria de haver comunicação e inteligência entre polícias municipais, estaduais e federais (nós fazemos até Conference Calls entre presídios...) Etudo isso custaria bilhões de dólares e implicaria numa mudança psicossocialprofunda na estrutura política do país. Ou seja: é impossível. Não há solução.
- Você não têm medo de morrer?
- Você é que têm medo de morrer, eu não. Aliás, aqui na cadeia vocês nãopodem entrar e me matar... Mas eu posso mandar matar vocês lá fora... Nóssomos homens-bomba. Na favela tem cem mil homens-bomba... Estamos no centro do Insolúvel, mesmo... Vocês no bem e eu no mal e, no meio, a fronteira damorte, a única fronteira. Já somos uma outra espécie, já somos outrosbichos, diferentes de vocês. A morte para vocês é um drama cristão numa cama, no ataque do coração... A morte para nós é o presunto diário, desovadonuma vala... Vocês intelectuais não falavam em luta de classes, em "sejamarginal, seja herói"? Pois é: chegamos, somos nós! Ha, ha... Vocês nunca esperavam esses guerreiros do pó, né? Eu sou inteligente. Eu leio, li 3.000livros e leio Dante... Mas meus soldados todos são estranhas anomalias dodesenvolvimento torto desse país. Não há mais proletários, ou infelizes ou explorados. Há uma terceira coisa crescendo aí fora, cultivado na lama, seeducando no absoluto analfabetismo, se diplomando nas cadeias, como ummonstro Alien escondido nas brechas da cidade. Já surgiu uma nova linguagem. Vocês não ouvem as gravações feitas "com autorização da Justiça"? Pois é. Éoutra língua. Estamos diante de uma espécie de pós-miséria. Isso. Após-miséria gera uma nova cultura assassina, ajudada pela tecnologia, satélites, celulares, Internet, armas modernas. É a merda com chips, commegabytes. Meus comandados são uma mutação da espécie social, são fungos deum grande erro sujo.
- O que mudou nas periferias?
- Grana. A gente hoje tem. Você acha que quem tem US$40 milhões como oBeira-Mar não manda? Com 40 milhões a prisão é um hotel, um escritório...Qual a polícia que vai queimar essa mina de ouro, tá ligado? Nós somos uma empresa moderna, rica. Se funcionário vacila, é despedido e jogado no"microondas"... Ha, ha... Vocês são o Estado quebrado, dominado porincompetentes. Nós temos métodos ágeis de gestão. Vocês são lentos e burocráticos. Nós lutamos em terreno próprio. Vocês, em terra estranha. Nósnão tememos a morte. Vocês morrem de medo. Nós somos bem armados. Vocês vãode três-oitão. Nós estamos no ataque. Vocês, na defesa. Vocês têm mania de humanismo. Nós somos cruéis, sem piedade. Vocês nos transformam emsuperstars do crime. Nós fazemos vocês de palhaços. Nós somos ajudados pelapopulação das favelas, por medo ou por amor. Vocês são odiados. Vocês são regionais, provincianos. Nossas armas e produto vêm de fora, somos globais.Nós não esquecemos de vocês, são nossos fregueses. Vocês nos esquecem assimque passa o surto de violência.
- Mas o que devemos fazer?
- Vou dar um toque, mesmo contra mim. Peguem os barões do pó! Tem deputado,senador, tem generais, tem até ex-presidentes do Paraguai nas paradas decocaína e armas. Mas quem vai fazer isso? O Exército? Com que grana? Não tem dinheiro nem para o rancho dos recrutas... O país está quebrado, sustentandoum Estado morto a juros de 20% ao ano, e o Lula ainda aumenta os gastospúblicos, empregando 40 mil picaretas. O Exército vai lutar contra o PCC e o CV? Estou lendo o Klausewitz, "Sobre a guerra". Não há perspectiva deêxito... Nós somos formigas devoradoras, escondidas nas brechas... A gentejá tem até foguete antitanques... Se bobear, vão rolar uns Stingers aí... Pra acabar com a gente, só jogando bomba atómica nas favelas... Aliás, agente acaba arranjando também "umazinha", daquelas bombas sujas mesmo... Jápensou? Ipanema radioativa?
- Mas... não haveria solução?
- Vocês só podem chegar a algum sucesso se desistirem de defender a"normalidade". Não há mais normalidade alguma. Vocês precisam fazer umaautocrítica da própria incompetência. Mas vou ser franco... na boa... na moral... Estamos todos no centro do Insolúvel. Só que nós vivemos dele evocês... não têm saída. Só a merda. E nós já trabalhamos dentro dela. Olhaaqui, mano, não há solução. Sabem por quê? Porque vocês não entendem nem a extensão do problema. Como escreveu o divino Dante: "Lasciate ogni speranzavoi che entrate!" -Percam todas as esperanças. Estamos todos no inferno. " »

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

A QUALIDADE DOS DEPUTADOS

Ainda há pouco ouvi, no fórum da TSF, o filósofo José Gil dizer o seguinte: “A qualidade cultural dos nossos deputados deixa muito a desejar e isso é um assunto sério.”
Dito por ele sempre tem mais impacto do que por mim.

EM DEGRADAÇÃO, ANO APÓS ANO

«Números crus: em 1998, um operador I em Portugal recebia em média 750 a 800 I euros por mês, fazendo um turno de oito horas. Agora só leva para casa 400 euros. Se tiver um prémio de produtividade, po­de ainda chegar aos 500 euros, mas o pre­ço por hora não atinge os três euros ­bem menos do que faz hoje uma mu­lher-a-dias. «10% dos custos de um 'call center' são os recursos humanos e as em­presas tentam cortar aí.» »
Do artigo "A malta dos 'call centers' ", na revista Única do Expresso de 20.01.2007.
Pena que os que estão acomodados na função pública não percebam, ou não queiram constatar, a realidade dos trabalhadores em Portugal. Mas um dia vai-lhes custar caro a indiferença com que encaram o esforço dos trabalhadores para pagarem os impostos que os sustentam.

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

A FRASE DO MÊS

«A nossa classe média é, por natureza e origem, uma classe média do "emprego público"

VPV, no Público de 19.01.2007, aqui.

A FALTA DE MEMÓRIA POTENCIA A ASNEIRA


«Já se sabe que, em Portugal, a memória é um luxo dispensável. Um ano é uma eternidade. E a actualidade vive exclusivamente do momento, da frase do dia, do acontecimento imediato, do último escândalo e da indignação fácil que tudo isto suscita. Nada de essencial sobrevive aos diversos tumultos do dia-a-dia. Uns meses mais tarde, depois de alguns inquéritos inúteis, qualquer destes casos bombásticos está morto e enterrado no sossego dos arquivos. A política, como tudo o resto, não tem passado. Nasce virgem, todos os dias, pronta a estrear um novo caminho, com novos objectivos que exigem novos anúncios e novas e esfusiantes promessas.
Ainda esta semana, a propósito do QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional), apresentado com pompa e circunstância pelo primeiro-ministro, se viu, mais uma vez, como as velhas e estafadas promessas de sempre se transformam, com uma encenação apropriada, em novos e reluzentes anúncios sobre as prioridades do Governo e o futuro radioso da pátria.
(…)
O Governo insiste na racionalização dos recursos e na necessidade de diminuir a despesa pública, mas recusa-se a ver que, sem o acesso à qualidade, nem a quantidade se consegue manter. Ao fim de vinte e tal anos de fundos europeus e de anúncios sucessivamente ultrapassados, dá ideia que voltámos à estaca zero. E que já perdemos esta última oportunidade que agora supostamente se nos apresenta. A Finlândia do eng. Sócrates, como a Irlanda com que sonhou o eng. Guterres, são miragens, cada vez mais distantes. E quanto mais esta distância aumenta, mais a política de betão do prof. Cavaco Silva deixa de fazer qualquer sentido. Pelo caminho, e feitas as contas, temos, pelo menos, vinte e tal anos perdidos
Constança Cunha e Sá, no Público de 19.01.2007, aqui.

segunda-feira, 22 de janeiro de 2007

AINDA CAMINHAMOS PARA A CURVA DE RETORNO DO CAOS

«Como chegámos a estas amnésias, a esta memória lacó­nica, a esse olvido do presente? Que aconteceu para que hoje reine uma tal impotência de uns, um tal domínio de outros, uma tal aquiescência de todos a uma como a outro, um tal hiato? Nenhuma luta, excepto a que reivindica cada vez mais espaço para uma economia de mercado se não triunfante, pelo menos omnipotente e que, é evidente, tem as suas lógicas, mas às quais já não se contrapõe nenhuma outra lógica. Todos parecem participar do mesmo campo, tomar o estado actual das coisas como o estado natural, como o próprio ponto em que a História esperou por nós.
-Não subsiste qualquer apoio aos que não têm nada a per­der. Só o outro discurso se faz ouvir, ensurdecedor. Algo de totalitário paira sobre nós. De terrífico. E como únicos comen­tários os do senhor Homais (1), mais eterno, oficial, solene e plu­ral que nunca. Os seus monólogos. O veneno que guarda.

1. O farmacêutico de Madame Bovary, de Flaubert (N. da T.).

(…)

Para o assalariado, trata-se de estar disponível para todas as viragens e caprichos do destino, neste caso dos patrões. Terá de contar com mudanças constantes de trabalho ( « como quem muda de camisa», diria a ama Beppa). Mas, a troco da certeza de ser atirado «de um emprego para outro», terá uma «garantia razoável» – isto é, nenhuma garantia – «de encontrar um emprego diferente do que perdeu, mas ganhando o mesmo». Tudo isto está carregado de bons sentimentos, mas andar a saltitar de empregos insignificantes para insignificantes empregos não tem nada de novo, e quanto às «garantias razoáveis», desde já se prevê que serão sempre e imediata­mente consideradas «não razoáveis» e inexistentes. No entanto, inventou-se uma bugiaria para distrair as massas. Convém não esquecer: empregabilidade.
O termo fará sucesso. Imagina-se o grau de profissionali­zação desses «empregabilizados», pelo menos o suposto, o grau de interesse que poderão dedicar ao trabalho, o progresso e a experiência que nele adquirirão. A qualidade de peão subs­tituível, de nulidade profissional que lhes será conferi da. E não se trata, de forma alguma, de uma vida de aventura oposta a uma existência de empregado de escritório, mas da acentuação de uma fragilidade que os tomará ainda mais vulneráveis. Com a preocupação sempre renovada da aprendizagem, sem ter grandes hipóteses de vir a ser competentes. Claro, aqui não se põe a questão de uma profissão. Em cada nova tentativa, será preciso actualizar-se, procurar não desagradar a desconhecidos, sem a esperança de fazer amigos ou obter um lugar, uma situa­ção, um estatuto próprio, por mais ínfimos. Muito menos um «local» de trabalho. A existência oscilará sempre entre a obses­são de não perder rapidamente esse posto, mesmo indesejável, indesejado, e a de encontrar outro depois de o perder. Obses­sões tais que, apesar das horas de inactividade, não deixarão espaço para outras ocupações, da mesma forma que esse modo de vida, mesmo temperado por uma «garantia razoável», tam­bém não as proporá nem permitirá.
Pelo menos, podemos alegrar-nos pelo facto de deixar de ser necessária a existência dos sindicatos em semelhantes pai­sagens. As mudanças permanentes, a brevidade das estadias em empresas em cujo funcionamento a pessoa não tem tempo de se integrar, limitando-se a estar de passagem, isolada, torná-los-ão inoperantes
Viviane Forrester, in "O HORROR ECONÓMICO"

domingo, 21 de janeiro de 2007

MANUALE D' AMORE

Em português "Manual de Amor". Eu não costumo aconselhar filmes. Todavia acho que este filme deve ser visto. Façam por não o perder.

PARADOXO FINAL

«Na Europa, vive-se um paradoxo notável. Por um lado, existe um relativis­mo moral e civilizacional atroz O multiculturalismo reina. Há vergonha em assumir e defender valores clássicos do Ocidente. Mas, por outro lado, continua a existir um eurocentrismo ridículo em termos estratégicos.
A Europa de hoje é relativista onde não deveria ser (nos valores civilizacionais) e eurocêntrica onde é ridículo sê-lo (na estratégia; ainda se julga o centro do mundo). Se soubermos resolver este paradoxo, talvez o nosso declínio inevitável (poder) não seja acompanhado pela nossa decadência (valores). Se os europeus abrirem os olhos, talvez consigam perceber que o) mundo é pós-europeu, em termos de poder, mas não é pós-ocidental em termos de identidade (legitimidade). Seremos capazes de curar a conjuntivite mitológica e ver a realidade com olhos de ver?
»
Henrique Raposo, in "Atlântico", Janeiro de 2007

sábado, 20 de janeiro de 2007

OS PORTUGUESES SÃO EGOÍSTAS E NADA SOLIDÁRIOS

Sim. Não é por causa de uma qualquer campanha de solidariedade onde podem participar por SMS ou qualquer outra chamada de valor acrescentado que são solidários. Nem por participarem em qualquer outra campanha de angariação para longínquas paragens, por ser politicamente correcto, que passam a ser solidários. São egoístas. Nunca reparam no vizinho da rua. Nem nas solidões e carências das suas vizinhanças. Nunca socorrem quem precisa ao pé de casa. Fazem mesmo por ignorar para que não sejam incomodados.
E sobretudo veja-se o descaramento, dos bens instalados e muito bem pagos com horários mínimos, que exigem e lutam por aumentos e regalias sem repararem, nem lutarem, por aqueles que pouco ou nada têm, contribuindo com isso para que a situação dos mais desgraçados ainda piore mais. Em 30 anos nunca vi ninguém neste país fazer uma greve lutando não para si, mas para que os ordenados baixos se fossem elevando. Vi sempre lutas invocando que os ordenados baixos se estavam a aproximar perigosamente dos seus pelo que deveriam ter muito mais.
Para perceberem como chegámos até aqui.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

TRISTE É TER SIDO UMA SUCESSÃO DE ERROS POLÍTICOS QUE LEVARAM O PAÍS A ESTE BECO

Má gestão política, erros políticos, políticos incompetentes conduziram o país a este beco quase sem saída. E ninguém é responsabilizado. Claro que os portugueses também não ajudam. Tornaram-se viciosos, de géneros vários de vicio. Não querem puxar a carroça, pois preferem que alguém os leve às cavalitas. Alinham com oportunismos e fomentam práticas estéreis para que vão vivendo de facilidades. Os custos hão-de chegar. Para todos. Claro que alguns já se acautelaram pondo dinheiro no estrangeiro. Como sempre é prática corrente. Mas nunca ninguém assume responsabilidades, nem nunca ninguém é responsabilizado. País inerte.

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

AFECÇÕES

«Reconhecer as limitações das ciências sociais não significa desistir da busca da verdade quando exploramos fenómenos sociais. Significa apenas que a busca da verdade nos exige que reconheçamos, que certos aspectos do comportamento humano não se regem por leis válidas por tempo indeterminado. Isto devia incitar-nos a explorar outras vias de compreensão. Buscar a verdade obriga-nos também a reconhecer que os fenómenos sociais podem ser influenciados pelas teorias avançadas para os explicar. Em consequência, o estudo dos fenómenos sociais pode ser motivado por outros objectivos que não sejam a busca da verdade. A melhor forma de se salvaguardar o método científico da utilização abusiva é reconhecer que as teorias sociais podem afectar o assunto a que se referem
George Soros, in "A Crise do Capitalismo Global"

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

QUEM TIVER MENOS DE 30 ANOS QUE FUJA DE PORTUGAL

Insisto, mais uma vez, neste tema. Será a única forma de poderem alcançar uma existência digna.


«Las razones que explican la observación empírica de que existe un sesgo deficitario aluden al horizonte cortoplacista de los gobiernos, que lleva a políticas dinámicamente inconsistentes. Esta explicación está basada en la contribución de 1977 de Kydland y Prescott, a la que siguió la de Barro y Gordon en 1983 para explicar el sesgo inflacionista de la política monetaria, la misma idea que Alesina y Tabellini (1990) han desarrollado para la política fiscal. Se supone que existe cierta ilusión fiscal (los contribuyentes no son conscientes de que un déficit actual implica mayores impuestos en el futuro) así como egoísmo intergeneracional (serán las generaciones futuras y no la actual quienes carguen con el aumento de los impuestos futuro requerido para pagar la deuda pública). Ambas condiciones explican por qué los votantes no castigan a los gobiernos que ponen en práctica políticas insostenibles (Wyplosz, 2005; Comisión Europea, 2006c). Además, los grupos de interés estarán al tanto de la aparición de ahorro fiscal para reclamar un aumento del gasto en su área. Como los contribuyentes saben que el gobierno es débil ante estos grupos y que tiene un sesgo deficitario, el anuncio de una estrategia de contracción fiscal no es creíble; se recibe simplemente como una pérdida de poder de alguno de los grupos y, por tanto, es políticamente costoso
IN
La reforma del Pacto de Estabilidad: el trade-off entre visibilidad y buen diseño en la regla fiscal europea (DT)

Clara Crespo
DT Nº 1/2007 - 11.01.2007

A FOME VAI VOLTAR

A flexigurança já é presidencial. Este conceito oriundo da Dinamarca, resultou lá, na Dinamarca, muito bem. Mas de certeza que nunca será bem aplicado em Portugal. Aliás, em Portugal nunca nada é bem aplicado. A segurança que há na Dinamarca nunca haverá em Portugal. Já hoje o Estado é incapaz de apoiar os desempregados, depois quando houver mais, a miséria e a fome crescerão exponencialmente. O desemprego é que será muito mais aplicado do que na Dinamarca. Os nossos burocratas são incompetentes, geralmente, para resolver qualquer coisa. E de certeza que o país passará para a miséria. Estes despedimentos irão atingir as pessoas com mais de 45 anos, seguramente os com mais de 50 anos. Serão desempregados que nunca encontrarão emprego, pois foram despedidos exactamente pela idade. E NUNCA vão ter segurança. Uns 15 meses no fundo de desemprego e esmola pelas ruas até atingirem a idade da reforma, cujo cálculo entretanto já foi tão degradado, que não irão ter uma vida, na reforma, digna. Provavelmente até irão morrer antes, porque as condições de vida para que vão ser empurrados contribuirá para isso, quando não se sentirem obrigados ao suicídio por verem como se degradou a vida deles por culpa de governantes inábeis e corruptos. Os funcionários públicos estão abrigados deste problema porque nunca constam da taxa de desemprego, e terão o ordenadinho sempre, porque o governo cobrará sempre os impostos, mesmo aos que andam a passar fome. Eu lembro-me de um país que passava fome no século XX. Nunca imaginei que este regime, auto intitulado de democrático, começasse a empurrar os portugueses para a fome donde já tinham saído +/- a partir de 1965. Voltamos para trás. Os portugueses daqui a uns anos farão a figura dos romenos pelas capitais europeias. Quem não sabe escolher os governantes sujeita-se sempre a ser escravo.

terça-feira, 16 de janeiro de 2007

NA MESMA FACE DA MOEDA

Com a devida vénia, transcrevo o post do blog The Braganza Mothers, por o achar honesto e clarividente.:

«Na lista dos dez maiores portugueses de sempre figuram Salazar e Cunhal. Para muitas pessoas a junção destas duas personalidades parece estranha. Estão enganados. Para começar ambos morreram julgando que ainda mandavam. Ambos acreditavam que aquilo que defendiam era o melhor para o povinho. Os dois, coitadinhos, eram uns ditadores do tamanho de Portugal, maneirinhos, mas muito teimosos. Nenhum deles, nunca, jamais em tempo algum matou alguém. Ambos, quer por omissão, quer por vocação autorizaram que se matasse.
Há no entanto uma diferença entre ambos. O António amava Portugal e queria que o mesmo fosse grande no Mundo. Não conseguiu fazê-lo. O Álvaro amava a pátria soviética e queria que Portugal fosse uma colónia da mesma. Não o deixaram fazê-lo

COMPARANDO

Ainda do mesmo artigo citado no post de ontem:
«Decidimos fazer da UE a região mais competitiva do mundo dentro de 10 anos” (declaração dos 1ºs ministros europeus, com o eng.º A. Guterres à cabeça).? ... Cinco anos depois, a meio do percurso, e segundo o Eurostat, o PIB per capita americano é 37% superior ao europeu...... Mas isto são as boas notícias. As más é que a diferença tende a acentuar-se já que entre 2000 e 2006 a média das taxas de crescimento anual do PIB per capita a preços constantes europeia foi inferior à dos EUA: 1,9% contra 2,7%.O Japão? Pior desde 2001, ultrapassou a Europa em 2005 e em 2007 estará já 2,2% melhor.Mas isto ainda são as boas notícias. As más é que a divergência tende a aumentar já que em 2007 e 2008 os EUA e Japão crescerão mais que a Europa (2,5% e 2,2% contra 2,15%).Porquê? Foquemos nos EUA versus a UE. Bem, o PIB per capita é fruto da 1) produtividade por hora multiplicada por 2) nº de horastrabalhadas, multiplicado pela 3) taxa de actividade e multiplicado finalmente pela 4) taxa de emprego.Ora acontece que os EUA estão melhor... em 1) e 2) e 3) e 4). No resto? No resto estão pior...Produtividade por hora? 14% superior. Número de horas trabalhadas? 10% mais. Taxa de actividade? 6% acima. Taxa de emprego? 3% melhor.Ou seja: há mais americanos a trabalhar (em % da população total). Trabalham mais (horas). E finalmente trabalham melhor (maior produtividade horária). Donde e surpreendentemente, os EUA têm um nível de vida 37% superior ao europeu..
Claro que ter o Eng. Guterres à cabeça não era bom prenúncio para nada.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

PORTUGAL, O ÚLTIMO

«E depois, há outros na cauda da Europa. Segundo o Eurostat, os seis piores países da UE-25 em 2008 serão: Polónia, Letónia, Lituânia, Eslováquia, Hungria e... Portugal: este 53,4% abaixo da UE e com um nível de vida sensivelmente metade do americano.
Em síntese: Portugal está na cauda do pior, nem sequer na frente do pior, muito menos na cauda do melhor e sem falar da frente do melhor. Moral da história? Podia ser pior. »
Jorge A. Vasconcellos e Sá, aqui, no Diário Económico.

domingo, 14 de janeiro de 2007

ESPERANÇA ESGOTADA

CRISTO


QUANDO eu nasci, Senhor! já tu lá estavas,
Crucificado, lívido, esquecido.
Não respondeste, pois, ao meu gemido,
Que há muito tempo já que não falavas...

Redemoinhavam, longe, as turbas bravas,
Alevantando ao ar fumo e alarido.
E a tua benta Cruz de Deus vencido,
Quis eu erguê-la em minhas mãos escravas!

A turba veio então, seguiu-me os rastros;
E riu-se, e eu nem sequer fui açoitado,
E dos braços da Cruz fizeram mastros...

Senhor! eis-me vencido e tolerado:
Resta-me abrir os braços a teu lado,
E apodrecer contigo à luz dos astros!
José Régio, in "Poemas de Deus e do Diabo"

sábado, 13 de janeiro de 2007

O FECHO DAS RUBRICAS ORÇAMENTAIS

Já tinha dito que iria focar este tema. O qual teve muita azáfama no mês de Dezembro, como tem sempre em todos os Dezembros. E ocorre em todas as chafaricas do Estado, quer seja da administração central, regional ou local. E com vícios que têm mais de sessenta anos. Muitas rubricas, respeitantes às miudezas, são todos os anos, desde há décadas, inflacionadas para que não se tenha menos verbas no ano seguinte. O que resultou que, actualmente, haja uma mega inflação nessas rubricas. Mas para se justificar sempre esse aumento é necessário que nunca, em ano algum, sobre dinheiro porque não se o gastou.
Assim gasta-se tudo. E como? Façamos um “suponhamos”, como diria o ZéZé do “Conversa da Treta”. Então “suponhamos”, até porque eu não conheço nenhum caso, que numa chafarica qualquer do Estado, algures em “Freixo-Espingarda-ao-Ombro”, e lá no Continente, numa rubrica de consumíveis de material de escritório, a verba inscrita é de 20 mil contos, (100 mil €). Mas a chafarica só consome, isto é sempre um “suponhamos”, mil contos (5 mil €). Como resolver, então? “Suponhamos” que o fornecedor entrega mais material no valor de mil contos, que entretanto pode ser distribuído por todas as famílias dos funcionários, que assim ficam com material para o ano todo. E dos outros 18 mil contos passa-se recibos, pelo fornecedor, “suponhamos”, dividindo-se o dinheiro assim pago pelo Estado a meias entre o fornecedor e os três ou quatro lá da chafarica que estão por dentro da jogada. “Suponhamos” que é assim. “Suponhamos” isto multiplicado por muitas chafaricas em todo o país, e veja-se lá se não resolvia já uma boa parte do tal défice. E as piscinas?

sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

SILÊNCIO


Regenerador.

FLUTUANDO NAS NUVENS


Hoje, pelas 17H00, eu vi o mundo assim.

OS MAIORES PORTUGUESES

É o título do artigo de Constança Cunha e Sá, hoje, aqui no Público, o qual tem de se ler obrigatoriamnete e, sobretudo, reflectir sobre ele.

GLOBAL

«No entanto, a actual era de globalização não é diferente apenas em grau; sob certos aspectos muito importantes, é dife­rente também em género. Como The Economist certa vez obser­vou, a anterior era de globalização foi construí da à volta da baixa do custo dos transportes. Graças à invenção do caminho-de-ferro, do barco a vapor e do automóvel, as pessoas podiam chegar a muitos mais lugares mais depressa e mais barato e podiam comerciar com muitos mais lugares mais depressa e mais barato. A actual era de globalização está a ser construída à volta da baixa do custo das telecomunicações – graças aos microchips, aos satélites, às fibras ópticas e à Internet. Estas novas tecnologias têm a capacidade de tornar o mundo ainda mais apertadamente interligado. Estas novas tecnologias significam que os países em desenvolvimento já não têm de limitar-se a vender as matérias­-primas ao Ocidente e receber em troca produtos acabados; significam que também os países em desenvolvimento podem tornar-se grandes produtores. Estas novas tecnologias permitem igualmente às empresas localizarem diferentes partes da sua pro­dução, pesquisa e marketing em diferentes países, mantendo-as apesar disso em ligação total, através dos computadores e de tele­conferências, como se estivessem num único lugar. Além disso, graças à combinação dos computadores e de telecomunicações baratas, as pessoas podem agora oferecer e comprar de uma forma global serviços – desde conselhos médicos à criação de software e ao processamento de dados – que antes não podiam verdadeiramente ser negociados. E porque não? Segundo The Economist, em 1930 um telefonema de três minutos entre Londres e Nova Iorque custava 300 dólares (em dólares de 1996). Hoje, através da Internet, é praticamente de graça.
O que torna a nossa era de globalização única não é, porém, apenas o facto de estas tecnologias estarem a permitir às tradi­cionais nações-Estados _ às empresas chegar mais longe, mais depressa, com menos custos e mais profundamente em todo o mundo do que em qualquer outra época da História. É o facto de permitirem que simples pessoas, individualmente, o façam também
.
Thomas L. Friedman, in " Compreender a Globalização"

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

RECORDANDO

«Os capitães que querem subverter a História têm os dias contados! Pois tu não vês, Zagallo, que o velho exército já aí está levantando a sua cabeça tradicional, reclamando comandos, privilégios, batalhões, força? Pois tu não vês, Zagallo, que nós, os políticos, nós, os Abranhos, nós, os Solares, nós, os Saques e os Arneiros já aí estamos reclamando que o exército se deixe de andar agitando as cabeças dos camponeses, que devem estar curvadas, biblicamente, para o solo úbere, e as cabeças dos operários, que devem estar vergadas, fecundamente, para a máquina produtiva
Artur Portela Filho, in "O Regresso do Conde de Abranhos"

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

REFORMAS ??????????

«Em 2006, o governo de José Sócrates não conseguiu conter as despesas, nem viu o investimento privado aumentar. Faz sentido esperar que faça reformas em 20077? Não. E para concluir isto, precisamos de partir ape­nas de duas premissas. A primeira é que as "reformas', a não ser que se considerem os simples aumentos de receita e os cortes e congelamentos de despesa como reformas, correspondem a um modelo social que o PS não partilha.
Viu-se isso no caso da segurança social. Este governo está cansado de anunciar que nada quer mudar em Portugal, a não ser o absolutamente necessário para ficar tudo na mesma. É tempo de acreditarmos no que os ministros dizem. O PS quer simplesmente este Estado social, mas mais barato. A segunda premissa decorre do cadastro histórico do PS: o papel do Partido Socialista nunca foi o de reformar, mas o de resistir a reformas. E isto, não por causa dos preconceitos ideológicos de que tantas almas boas andam a tentar libertar os actuais ministros, mas por sensatas consi­derações políticas.
Os escrúpulos de esquerda nunca condicionaram excessivamente a liderança do PS. A ideia de que José Sócrates mudou a "natureza do PS" é um mito. A comparação com Tony Blair é enganadora. As lideranças do PS distinguiram-se acima de tudo por uma estratégia de poder. E será essa estratégia que, mais até do que a sua filosofia de esquerda, há-de impedir este governo de se arriscar a grandes iniciativas de reforma
Rui Ramos, in revista "Atlântico" de Janeiro de 2007

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

O INFINITO

Só existem duas coisas infinitas: o Universo e a estupidez humana. E eu não estou muito seguro da primeira.
Albert Einstein

domingo, 7 de janeiro de 2007

A REFORMA DAS MENTALIDADES

Algo que eu julgo impossível devido ao nível de imbecilidade para que se tem conduzido o povo português, bem como a existência sufocante de medíocres na política e na administração pública.
Mas este título é o 6º problema que Jorge A. Vasconcellos e Sá refere no seu livro, já por mim aqui referenciado algumas vezes, "Portugal a Voar Baixinho", de 1999. Eis como ele o vê este problema:
«6 - Sexto, a reforma das mentalidades: a grande, grande reforma que até ao momento não foi feita em Portugal.
Se se pensar o que existe de comum entre países de sucesso tão díspares entre si como a Suíça, Singapura e, mais recentemente, o Chile e o que os distingue de países de insucesso, por vezes com mais terra, recursos natu­rais e maior mercado interno propiciador de aproveitamento de economias de escala, a resposta tem de ser encontrada na ética do trabalho da sua população.
A quatro níveis. Em primeiro lugar, no profissionalismo, isto é, orgulho em fazer o trabalho bem feito: a prossecução da qualidade e rigor, por oposição ao tanto faz e à irresponsabilidade. Em segundo lugar, o sentimento de que há que trabalhar muito e já para assegurar a sobrevivência económica de um país na aldeia global, por oposição a uma certa lassidão em relação ao tempo, o deixar andar.
Terceiro, o pragmatismo, a procura da simplificação, a predisposição para ajudar a andar para a frente, em vez do culto do não, da tendência para com­plicar e de mesquinhamente se dar importância ao pormenor que inverte a escala das prioridades.
Finalmente a crença de que: todos iguais, todos diferentes, isto é de que a diversidade é fonte de riqueza. A crença por cada um de que o seu sucesso é possível. Por oposição à tendência para nivelar os outros por baixo.
Dizia-me recentemente um professor americano que vem frequentemente a Portugal, que nos EUA o poder está com quem constrói, enquanto em outros países está com quem bloqueia. Porque nos EUA o sucesso é premiado en­quanto em outros é ressentido. Por isso há países em que cada um trata da sua vida (mind his own business), enquanto em outros as pessoas estão constante­mente distraídas com a vida dos outros (por palavras e actos), não construindo nada e dificultando a construção pelos outros

sábado, 6 de janeiro de 2007

OS AMERICANOS SABEM MUITO DE HISTÓRIA, MAS NÃO ENTENDEM A HISTÓRIA.

E é por isso que as suas intervenções externas, e alguma da sua actividade diplomática, enfermam de erros básicos.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

QUEM SE ARRISCA A ENTERRAR DINHEIRO NUM PAÍS PARALÍTICO?

«Para começar, e como de resto ele próprio ilogicamente reconhece, o desenvolvimento económico depende muito pouco do Governo e quase tudo de empresários que não investem ou, quando investem, não investem como deviam. Como vai o eng. Sócrates, por exemplo, arranjar empresários que não existem? O Presidente supunha que a sua presença bastaria para os fazer brotar como cogumelos. Como é óbvio, errou. Quem se arrisca a enterrar dinheiro num país paralítico, com a Espanha e a "Europa" à porta? »
VPV, hoje, aqui, no Público

quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

A DEFESA. EM ESPANHA. UM PAÍS QUE SE LEVA A SÉRIO.


Las conclusiones que se extraen de esta I Jornada sobre La Defensa, la Paz y el Sistema Educativo apuntan a la necesidad de una educación en valores, que se perfile como vehículo imprescindible para alcanzar la cultura de la paz, y para que ésta prevalezca como pilar cultural, social y político dentro de las sociedades democráticas. Y dentro de esta educación en valores, la cultura de Defensa debe ser uno más.
«La sociedad civil presenta carencias a la hora de responder a la necesidad de la realidad social actual», manifestó el secretario de Defensa, Justo Zambrana Pineda, durante la clausura de la Jornada, quien afirmó que la forma de evitar que la sociedad sea cada vez menos sólida es «recomponer la noción de ciudadanía restaurando una serie de valores que den forma a una esfera común y compartida». Un compromiso que debe partir de la implicación de los centros
docentes, y luego debe continuar en el seno de cada familia.
In "Revista Española de Defensa", Diciembre de 2005.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2007

O ESTADO EMPATA A VIDA DOS CIDADÃOS E, CONSEQUENTEMENTE, LESA O PIB

Hoje vi que todos os cidadãos têm de perder meio dia de trabalho para irem À Caixa receber o reembolso de recibos resultantes de gastos com a saúde de cada um. MEIO DIA. Multipliquem isto por cidadãos ao longo do ano e vejam a quebra. Jorge A. Vasconcelos já fez as contas. Leiam os livros dele e logo se percebe, com facilidade, mesmo para leigos, das tramas portuguesas.
Mas agora faço eu uma pergunta. Não seria mais fácil e eficiente o cidadão registar-se on-line e, com um NIB, poder fazer este procedimento através dos correios? Não seria?

terça-feira, 2 de janeiro de 2007

ESTÁ NA ALTURA DE COMEÇAR A RESOLVER ESTE PROBLEMA


Há meses que venho insistindo na mediocridade das pessoas que militam na política em Portugal. E essa mediocridade é o grande obstáculo que o país tem para ultrapassar o momento de crise. Fico satisfeito quando pessoas com relevância no país também se referem a este tema publicamente. É o caso do artigo “ A Renovação da Classe Política” do dr. Rui Machete, aqui, no DN de 31.12.2006. Do artigo destaco:


«Tem-se vindo, porém, a assistir a uma preocupante degradação na qualidade dos que se dedicam à política e à vida pública em geral, uma vez mais evidenciada nas actividades parlamentares, nos dirigentes partidários e nos autarcas.
(…)
e, no entanto, a qualidade da governação é, tal como a qualificação dos gestores nas empresas, decisiva para o progresso das nações. O êxito do desenvolvimento económico e social conseguido pela Irlanda entre os membros da União Europeia, tal como o insucesso de muitos países africanos, deve-se em grande medida à qualidade dos seus governantes.
(…)
A resolução das dificuldades no recrutamento de uma classe política competente constitui uma questão difícil que se insere, aliás, no problema mais amplo das disfuncionalidades do sistema político português.
(…)
As interpretações e as teorias explicativas podem certamente variar. Mas duas coisas parecem certas nesta questão crucial: é que sem maior exigência no recrutamento e na valoração dos comportamentos dos políticos dificilmente a qualidade da governação do País registará substanciais melhorias; e que sem melhor educação política e cívica não se conseguirão os juízos críticos do eleitorado com o grau de exigência requerido e necessário

segunda-feira, 1 de janeiro de 2007

PORQUE HOJE É O PRIMEIRO

Hoje, que a tarde é calma e o céu tranquilo,
E a noite chega sem que eu saiba bem,
Quero considerar-me e ver aquilo
Que sou e o que sou o que é que tem.



Fernando Pessoa