Num pequeno e excelente artigo, que José Cutileiro publica no Expresso deste fim-de-semana, está contido o crucial da geoestrátégia europeia da actualidade. Numa certa perspectiva vale tanto, ou mais, que muitos compêndios e teses. Para os aprendizes de feiticeiros que por aí andam não basta lê-lo, mas devem-no estudar para ver se começam, de uma vez por todas, a aprender alguma coisinha e a diminuir a frequência de disparates. Do artigo destaco só o início:
«A Europa perdeu vocação de poder. Em 1945, arruinadas, as suas nações ocidentais sob protecção norte-americana e com medo da Rússia Soviética encarrilaram na economia de mercado, na democracia parlamentar e na paz entre si. Com defesa assegurada pelos Estados Unidos inventaram a União Europeia, hoje segunda potência comercial do mundo, e enriqueceram. Entretanto engordaram, deixaram de perceber o que lhes convinha e perderam ganas de lutar pelo futuro. Durante a Guerra Fria não se deu por isso; assim que ela acabou vieram os desastres.»
2 comentários:
A grande questão é que a Europa não é uniforme. Portugal e Alemanha? Grécia e França? Polónia e Dinamarca? E mais exemplos daria.
Que têm estes países em comum? Uns são ricos os outros gostariam de o ser à custa dos primeiros, que nem podem nem estão para aí virados, naturalmente.
Já nem coloco a dicotomia norte/sul, aqui também evidente, mas que entendo não explicar tudo.Países a velocidades distintas, à procura louca do subsídio, não para se desenvolverem, mas para tapar buracos.
Quero acreditar na União, mas cada vez me é mais difícil.
este debate que se observa na literatura contemporânea, em relação à necessidade de a Europa se rearmar, dificilmente passará disso mesmo, de conversa. A Europa já desistiu disso, até já acha que a "diplomacia"(sem sequer perceber o que ela é!!)será a solução para todas as ameaças que por aí apareçam...
miguel
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