terça-feira, 26 de dezembro de 2006

O FUTURO DA EUROPA TEM FUTURO?

«Muita gente, sobretudo na Grã-Bretanha, apostou no alargamento para diluir a UE, em particular na sua dimensão política. Teríamos então uma mera zona europeia de comércio livre, o grande objectivo britânico dos anos 50. Mas a aposta que então vingou foi a do Tratado de Roma, que em Março comemora 50 anos.
Acontece que - como era inevitável - a crise da integração está também a afectar a liberalização económica na União. Veja-se o renascimento dos nacionalismos económicos, e não apenas em França.
Apesar de chefiado pelo anterior presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi, o Governo italiano fez abortar a compra da Autostrade, no sector das auto-estradas, pela espanhola Abertis. E o Governo europeísta de Madrid tenta por todos os meios travar a compra da Endesa pela germânica E.ON. Por sua vez, o Governo de Merkel acaba de publicar uma lei altamente proteccionista da Telecom alemã.
Entretanto, há três semanas, no Congresso do Partido Socialista Europeu, no Porto, Ségolène Royal foi vibrantemente aplaudida (também por Delors?...) quando reclamou contra a independência do Banco Central Europeu, que havia subido o juro. Ou seja, o mercado único europeu, com livre circulação de pessoas, serviços, bens e capitais está ameaçado até na sua expressão mais emblemática, o euro
Sarsfield Cabral, aqui, no DN de 23 do corrente mês.

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