Este é o título do romance de Carlos Tomé e editado pela Artes e Letras.
Também distribuído aí no Continente.
Sobre a escrita do romance, já nada acrescento, pois o Carlos Tomé fez a autodefesa na entrevista que deu no “Açoriano Oriental”, no passado Domingo, 24 de Junho.
Sobre o romance havia, da minha parte, a expectativa, porque previamente anunciada, que abordava as vivências da Guerra do Ultramar. O Carlos Tomé esteve lá, foi um participante, um peão, e como tal portador de uma reserva de memória. Todos os ex-combatentes têm uma reserva de memória. Na apresentação do romance, feita de forma brilhante e digna, por uma filha, foi dito, de forma ternurenta, que “o autor, mê pai”, não escreveu um romance autobiográfico. Mas é um romance reflexivo de uma experiência vivida. Carlos Tomé trilha por densa neblina, no romance, picadas similares às que trilhou. Mas essa névoa impede, ainda, a intensidade dramática contida em todas as reservas da memória. Este romance, no fim da sua leitura, fica-nos como o preâmbulo desse outro romance, que não sei se irá ser escrito, em que afastada a densa neblina, possa fazer com que os trilhos similares se cruzem, se encadeiem e exponham o absurdo que foi a citada guerra. E digo isto porque, para minha grande surpresa, o fio condutor do romance não é a Guerra do Ultramar em si, mas sim o grito de alerta para a injustiça do tratamento que o país deu, e dá, aos ex-combatentes. «Voltou a casa numa caixa de pinho. Já não servia. Os que regressaram também deixaram de servir.» Esta é a chave do romance.
Os que me costumam ler, neste blog, sabem que este tema dos ex-combatentes me é muito caro. A forma como as instituições deste país descartaram as suas responsabilidades para com os ex-combatentes, magoa. Voltarei ao tema num outro post.
As fragilidades humanas são o comum das personagens deste romance. Onde não há heróis. Só pessoas com debilidades próprias da sua humanidade. Que tentam sobreviver nos meandros da memória.
Também distribuído aí no Continente.
Sobre a escrita do romance, já nada acrescento, pois o Carlos Tomé fez a autodefesa na entrevista que deu no “Açoriano Oriental”, no passado Domingo, 24 de Junho.
Sobre o romance havia, da minha parte, a expectativa, porque previamente anunciada, que abordava as vivências da Guerra do Ultramar. O Carlos Tomé esteve lá, foi um participante, um peão, e como tal portador de uma reserva de memória. Todos os ex-combatentes têm uma reserva de memória. Na apresentação do romance, feita de forma brilhante e digna, por uma filha, foi dito, de forma ternurenta, que “o autor, mê pai”, não escreveu um romance autobiográfico. Mas é um romance reflexivo de uma experiência vivida. Carlos Tomé trilha por densa neblina, no romance, picadas similares às que trilhou. Mas essa névoa impede, ainda, a intensidade dramática contida em todas as reservas da memória. Este romance, no fim da sua leitura, fica-nos como o preâmbulo desse outro romance, que não sei se irá ser escrito, em que afastada a densa neblina, possa fazer com que os trilhos similares se cruzem, se encadeiem e exponham o absurdo que foi a citada guerra. E digo isto porque, para minha grande surpresa, o fio condutor do romance não é a Guerra do Ultramar em si, mas sim o grito de alerta para a injustiça do tratamento que o país deu, e dá, aos ex-combatentes. «Voltou a casa numa caixa de pinho. Já não servia. Os que regressaram também deixaram de servir.» Esta é a chave do romance.
Os que me costumam ler, neste blog, sabem que este tema dos ex-combatentes me é muito caro. A forma como as instituições deste país descartaram as suas responsabilidades para com os ex-combatentes, magoa. Voltarei ao tema num outro post.
As fragilidades humanas são o comum das personagens deste romance. Onde não há heróis. Só pessoas com debilidades próprias da sua humanidade. Que tentam sobreviver nos meandros da memória.
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