domingo, 23 de abril de 2006

NÃO VALE A PENA ESTUDAR, EM PORTUGAL.

Não. Não se assustem. Sou a favor da aquisição de conhecimentos. O mais possível.
O que o título do post quer condensar é o que vou expor. Está-se a constatar que os jovens que se licenciam, por exemplo, estão a ficar com a sensação de perda de tempo em relação aos anos que estudaram. Acontece que, neste país, os responsáveis políticos entendem, e bem, que um país só com 19% de licenciados está longe de poder atingir um bom desenvolvimento. Mas, parecendo ironia, grande parte dos jovens licenciados está desempregada. Ou sub empregada. Sei de casos em que os jovens, para conseguirem um emprego, têm de esconder que são licenciados, porque senão os patrões apressam-se a livrar-se deles. E eles lá estão. Com outros que não acabaram o ensino secundário, mas que levam a vantagem de já estarem há 4 ou 6 anos com tempo de contagem para a reforma. E a ganharem o mesmo. E depois parece que os jovens se desiludem. E dizem que foi pura perda de tempo. E assim se inicia um ciclo vicioso. Porque os mais novos vêm o exemplo, e este não é motivador para eles se esforçarem. E o país não adquire, nem tão depressa, massa crítica capaz e suficiente para se desenvolver.
E ainda há pior. É que um licenciado é visto pelos outros trabalhadores como uma ameaça, ou abcesso, pelo que fazem uma blindagem em seu torno, tentando nivelar por baixo, que é o nível aonde se conseguem movimentar. E quando o chefe é imbecil, ignorante e pedante, essa blindagem funciona a contento de todos. Os licenciados mais novos estão a aperceber-se que a ignorância é premiada em detrimento da agilidade mental. Com menos de 30 anos só têm um caminho. Fugir de Portugal.

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