domingo, 9 de abril de 2006

Vítimas, e legítimas.

O António Barreto explica hoje, no “Público”, em Retrato da Semana, como somos vítimas, mas com homologação constitucional.
Destaco:

«É confusa e palavrosa. Metediça e pretensiosa. E, sobretudo, virtuosa. Tudo o que se diga dela é pouco. Estabeleceu um sistema eleitoral detestável. Deu solidez à partidocracia. Garantiu a dualidade de poderes do governo e do Presidente. Prometeu direitos inéditos e irrealizáveis. Não hesitou em oferecer a sociedade sem classes!
(…)
Pelos vistos, as más soluções têm virtualidades. O caso não é único. O capitalismo português é rasca e o socialismo português é de opereta, mas melhores do que o paraíso obtuso que a própria Constituição desenha. A Constituição, ela própria, nem sempre se faz respeitar, o que acontece por exemplo com a organização do Estado. Ou com a gratuitidade da saúde e da educação. Mas a consequência destes factos não é agradável. Chama-se resignação. Ou impunidade. É como viver bem com coisa má.»

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